SET Sul 2018: Empresas debatem vantagens do compartilhamento de infraestrutura por emissoras

Players do mercado analisam soluções de infraestrutura para antenas

Representantes de empresas de infraestrutura para transmissão de rádio e TV apresentaram, no quarto painel da SET Sul desta terça-feira, 12 de junho, algumas soluções operacionais para emissoras que buscam estratégias e alternativas para investir em equipamento e instalação de antenas.

Moderador do debate, o diretor da SET, Diretor da TVCI, professor da Universidade Positivo, José Frederico Rehme, diretor executivo da SM Facilities, demonstrou com o exemplo de uma usina eólica que o custo com o gerador elétrico é da ordem de 3%, enquanto o investimento em estrutura e instalação chega à casa dos 80%. Daí, a importância que deve ser dada à infraestrutura.

O modelo Turnkey, regime de trabalho que consiste em fornecer um pacote completo de serviços e soluções que preenchem todas as etapas de um projeto, até à posterior manutenção, foi apresentado como solução pelo gerente comercial da Ideal Antenas, Marcelo Zamot. “Esse modelo permite vários canais em uma mesma estrutura”, avaliou o engenheiro.

José Roberto Elias, gerente comercial da IF Telecom

Gerente comercial da IF Telecom, José Roberto Elias chamou a atenção para o fato de que emissoras, sejam elas de rádio ou TV, “vendem segundos” e que, por isso, não podem em hipótese alguma ficar fora do ar. “Lamentavelmente, ainda esbarramos em algumas questões da legislação para avançar em relação ao compartilhamento da estrutura. Ainda assim, essa é uma das melhores possibilidades para a redução de custos para as emissoras”.

O executivo da IF Telecom disse, ainda, que há barreiras culturais no Brasil para a implementação do compartilhamento, embora ele esteja em curso. “Conseguimos realizar esse projeto com maior facilidade com emissoras que tem mais de uma outorga. Quando se envolve mais uma empresa, existem problemas para se ativar outra antena”, relatou.

Com dados estatísticos sobre o grande número de municípios com população inferior a 25 mil habitantes, o diretor executivo da SM Facilities, Sérgio Martines, argumentou que a operação de estrutura é inviável para as emissoras quando se avalia a relação custo-benefício nessas cidades. “Os custos não são viáveis quando pensamos que municípios com até 25 mil habitantes variam entre 66% e 82%, dependendo da região do Brasil”, avaliou.

Sérgio Martines, diretor executivo da SM Facilities

Martines defendeu, ainda, que a compra do serviço de cobertura e de disponibilidade do sinal, em vez de compra da estrutura, dá às emissoras algumas vantagens. “Elas têm cobertura da região urbana e a garantia do sinal no ar”, disse o executivo, acrescentando que “o canal e a outorga continuam sendo da emissora, mas a estrutura e o equipamento da emissora pode ser emprestado, alugado ou mesmo permutado”.

Durante o debate com perguntas, o moderador, José Frederico Rehme, fez uma provocação à plateia e aos palestrantes. Segundo ele, o “sharing” precisa ser de verdade, com emissoras pensando juntas nos investimentos, em modelo parecido com o de um condomínio.

“Antigamente, se pensava: ‘não quero dar a oportunidade para meu concorrente ter uma instalação adequada’. Depois, a percepção é que o diferencial poderia ser também o conteúdo. Uma terceira modalidade foi sobre o técnico que aluga a estrutura. Agora, estamos discutindo se não cabe um ‘sharing’ com cara de condomínio”, ponderou o moderador.

José Frederico Rehme, diretor da SET, Diretor da TVCI, professor da Universidade Positivo,

Programação Completa do SET SUL

SERVIÇO:
Local:
Auditório da UniRitter, Porto Alegre – RS
Data: 12 e 13 de junho
Horário: 10h às 19h

Por Eduardo Miranda (Porto Alegre) e Fernando Moura (São Paulo). Fotos: Anselmo Cunha (Porto Alegre)