SET Nordeste: Possibilidades da produção remota

O painel “Quais as vantagens e os desafios da Produção Remota?” fechou o SET Nordeste 2022, e abordou os diferentes aspectos da produção remota, mostrando conceitos, vantagens e dificuldades que podem surgir sem um planejamento adequado.

Moderado por Sérgio Romero, Coordenador Telecom da Globo – Recife, e com os palestrantes, Alberto Santana, Regional Sales Manager da CIS Group; Claudio Frugis, Desenvolvimento de novos negócios, UCAN/LiveU;  e Paulo Henrique Meira, Produtor de Tecnologia da Globo – Recife, o painel mostrou cases e avanços na forma de produção.

O primeiro a falar foi Alberto Santana, Regional Sales Manager da CIS Group, que falou dos formatos de produção remota, o Live que transporta sinais da Veneu/local do evento para ser produzido na emissora/produtora e tem sincronização dos sinais, com baixa latência e protocolos de transmissão com redundância e agregação de rede (ISPs). Santana disse que este tipo de produção tem sido utilizado pela TV Bandeirantes nas transmissões da Formula 1.

A outra forma, explicada por Santana, foi a produção remota Live levando sinais para a nuvem, produzindo e entregando diretamente do cloud (nuvem), que precisa de uma equipe de produção em lugares diferentes com acesso via web interface e sincronização de sinais realizada na nuvem. Um exemplo, disse, “foi da TV Amazonas com as entrevistas a governadores, com apresentação em Brasília e o entrevistado em Roraima”.

Santana disse que as vantagens são a redução de custo, multiusuários em diferentes localidades, economia de tempo, escalabilidade, entre outros. Entre os desafios, destaca o executivo, para “conectividade e redundância, sincronização dos sinais, baixa latência, trafego de dados”, entre outros.

Claudio Frugis, Desenvolvimento de novos negócios, UCAN/LiveU, apresentou os progressos e inovações da tecnologia de produção remota utilizando “mochlink” desde 2009 até os dias de hoje. “Mobilidade ao vivo, baixo custo e agilidade na criação”, gerando o conteúdo de qualquer lugar com acesso a internet, seja celular, Wi-Fi ou Ethernet.

Frugis explicou o conceito REMI (Remote Integration), que permite a integração de várias funcionalidades, tais como: transmissão com multi-câmeras com switch local, multi-conectividade, Tally Light, audio connect, IP Pipe, Databridge, sincronização de cameras , metadados, Teleprompter através da função retorno de video, além dos serviços de nuvem , novo DNA da produção remota , como air control e matrix. “Quando o 5G SA estiver funcionando plenamente com emBB, nossos equipamentos terão um funcionamento brilhante”, disse.

Assim, explicou, que os modelos de negócios precisam ser avaliados com valores tangíveis (CAPEX e OPEX) e intangíveis, “hoje precisamos considerar todos valores na hora de avaliar uma tecnologia. Entendo que os valores intangíveis atualmente representam de 60% a 70% do peso na decisão, são eles:  eficiência, produtividade, otimização dos recursos humanos, resultado da automação cêntrico na produção remota”. Na parte final sobre o futuro, ele apresentou as novas tecnologias iniciais  de 5G embarcado em satélite e as evoluções constantes nos smartphones,  cada vez mais significativos,  “que propiciara um impacto gigantesco na produção remota utilizando o smartphone de qualquer lugar, mesmo sem cobertura terrestre de 5G”.

Finalmente, Paulo Henrique Meira, Produtor de Tecnologia da Globo – Recife, trouxe cases de experimentação de produção remota em Recife, que utiliza a cloud pública para ter o controle de produção com áudio, vídeo, e grafismo na nuvem e entregar conteúdos multiplataformas. Ele disse que o piloto começou com o “Caldinho do GE, com produção interna na emissora, com uma câmera. O segundo piloto foi o Globo Comunidade com fluxo de sinais para nuvem com duas câmeras com vinhetas e disparando VTs diretamente da nuvem. Finalmente, apresentou o terceiro piloto no Aquece, em ambiente externo, co m produção na nuvem, com 3 câmeras mais um processador de Sinais e inserção de grafismo no estádio dos Aflitos, recebendo o fluxo na emissora e os sinais indo do estádio via nuvem. “Agora trabalhamos a realização de transmissão em Live production multisite, de forma que a captação seja em recife, suba a nuvem e em outro site em Brasília tenha um diretor de TV, e outro site em Belo Horizonte tenha operação de áudio, para assim entregar um streaming”.

Meira disse aindaque o desafio passa pela mudança de forma de conceito de operação, com maior capacitação dos profissionais para novos skills, latência, gerenciamento dos recursos de infraestrutura na nuvem e segurança”.

Por Fernando Moura, em São Paulo