Nova sede IP da Globo Recife é apresentada no SET Nordeste

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Responsáveis pelo projeto afirmam que emissoras devem capacitar os seus funcionários para operar os protocolos de TI

O painel denominado “A nova TV Globo em Recife: tudo em IP” apresentou a infraestrutura de TV em IP da nova sede da emissora na capital pernambucana. Carolina Duca, gerente sênior de tecnologia da Globo Recife, e Roberto Menezes, supervisor executivo de sistemas da emissora, detalharam como o novo sistema opera.
“O sistema IP adotado trata-se de uma solução que utiliza switches de rede como o core da emissora. Utilizamos a topologia Spine leaf, controlada por um software que comanda toda a configuração da rede e gerencia os fluxos de dados de vídeo, áudio e metadados. O coração do nosso fluxo IP é o SDVN (Software Defined Video Network), um sistema que permite à rede funcionar de maneira inteligente, identificando problemas e gerenciando os fluxos que estão trafegando na rede. É como se fosse o roteador. É dinâmico. Quem controla tudo são os servidores SDN”, explicou Carolina Duca.
A inauguração da nova sede está prevista para julho deste ano. “A exibição migra em outubro e o jornalismo em dezembro”, adiantou Menezes. A ambientação técnica e operacional está sendo o principal desafio, em sua opinião. “Os nossos operadores, agora, estão aprendendo a operar no SDN. No IP, você precisa de uma equipe que consiga visualizar os pacotes de dados. No banda-base, conseguimos monitorar os metadados, o vídeo e o áudio de maneira mais clara”, ressaltou.
O IP é uma decisão sem volta, para Carolina Duca. “Na NAB deste ano isso ficou bastante claro. Muitas empresas apresentaram soluções para produção remota, com soluções de playout da nuvem. O fluxo para a distribuição fica muito mais fácil. O ponto principal disso é como vamos operar depois, na emissora, isto é, precisamos pensar em como os nossos funcionários, hoje acostumados com a banda-base, serão treinados.
”Os padrões adotados foram o SPMTE 2022 para a exibição; o TR-4 para a reprodução de vídeo; e o AES-67 para reprodução de áudio. “A gente queria começar com o SPMTE 2110, que está em desenvolvimento, mas o nosso sistema ficaria pronto antes. As emissoras lá fora já estão adotando plataformas de gerência que consideram todos os devices. A ideia é configurar devices que permitam redundância. Se dá problema em um sistema, eles comutam para o outro. É preciso preparar as equipes para entender como atuar neste novo formato.”
Para passar a trafegar em protocolo SPMTE 2110, no fu-turo, Menezes explicou que será preciso apenas atualizar os softwares. “Funcionando em SPMTE 2110 em uma rede, paramos a outra e atualizamos. Conseguimos tirar uma delas da rede de cada vez. Mantemos o fluxo da emissora, o necessário para ela funcionar.” Toda a infra-estrutura da nova sede da Globo Recife é interligada por fibra. “A tendência é, no longo prazo, termos câmeras, mesas de corte e mixers no padrão IP. Estamos preparados para o 4K e o 8K com os switches de alta capacidade que estamos trabalhando e a estrutura de TI baseada em fibra ótica utilizada em toda as estruturas da nova emissora”, considerou o engenheiro.