SET Centro-Oeste debate monetização e audiência em plataformas digitais

Especialistas explicam estratégias de distribuição de conteúdo multiplaformas aliadas a modelos de monetização. Ainda comentam como a tecnologia é parte dos novos formatos e modelos de negócio.

Moderado por Guilherme Portanova, Editor-chefe e apresentador da RecordTV Brasília, o painel teve a participação de Marcelo Souza, Conselheiro da SET e Diretor de Tecnologia para Produtos Digitais da Globo; Luiz Weber, Diretor de Jornalismo da sucursal do SBT em Brasília; Alexandre Barsotti, Diretor comercial do Grupo Jovem Pan; e Pedro Toledo Abreu Martins, Gerente de mídias digitais e OTT da TV Cultura.

Portanova deu o pontapé inicial com a ideia de “que fazer com o digital?”, e avançou para cases internacionais, incluindo empresas de sucesso no mercado de games, e como os jornais e grandes conglomerados de mídia têm trabalhado no mundo digital.

Souza iniciou a sua conversa afirmando que o digital engloba muita coisa, “com uma missão de trabalhar novos modelos de monetização. O Globoplay tem um papel aparte que é o de trazer para a TV os modelos do digital”. Ele disse que, mais que produto digital, “o que interessa são os atributos que se levam para o mundo digital, levando a TV para os modelos digitais”. Para Souza, o ponto passa por passar todos os atributos da cadeia digital para o público.

Luiz Weber disse que a técnica serve quando há “integração de culturas, por isso, integrar a TV com o site precisa de tempo. No SBT, estamos integrando culturas, ou seja, o que a cultura de startup pode emprestar à TV, e o que o site pode emprestar a TV”.

Alexandre Barsotti, Diretor comercial do Grupo Jovem Pan, disse que o Jovem Pan News é muito digital, com “uma importante audiência: 40/45% dos usuários que passam pelo Youtube passam pela nossa plataforma. O modelo de negócio da Jovem Pan consegue envelopar o cliente, esteja no digital, esteja na rádio e na TV, disseminando o nosso conteúdo em todas as nossas plataformas. O negócio é multiplataforma”.

Pedro Toledo Abreu Martins disse que a TV Cultura entrou no universo digital em 2019, e a “primeira missão que me foi dada foi a de encontrar um modelo de negócio. Nessa época, percebemos que a construção de uma plataforma não era viável, e então definimos que adotaríamos o modelo de parceria, entrando em diversas plataformas. No final de 2022, conhecemos a TVCoins e instituímos uma parceira, mas antes disso tivemos de fazer um trabalho jurídico para justificar o lançamento de um serviço de streaming. Em abril, lançamos o Cultura Play com uma tecnologia fluida. Nosso compromisso como TV educativa era que o conteúdo fosse gratuito, a base de publicidade, e que nos vai permitisse crescer com a incorporação de novos conteúdos”.

 

Conteúdo no Centro

Webber disse que o conteúdo continua sendo o centro, mas as “soluções já não são apenas para TV: têm de ser no mínimo dual, operando no site e na operação de radiodifusão. Barsotti reforçou e disseque os técnicos e apresentadores têm de ser conscientes de que o conteúdo é “multiplaforma”. Em termos de Globoplay, disse Souza, ele é uma oferta. No nosso caso, trabalhamos na nossa MediaTech, com a tecnologia com protagonismo junto ao negócio. E, a partir disso, o conteúdo é importante, mas para isso “a tecnologia ajuda na monetização. O Globoplay é um espaço de janelamento para todos as janelas”. Para nós, o “importante é monetizar”. Assim, “precisamos fazer com que o mercado de atenção e o mercado de performance se encontrem no meio do caminho. O conteúdo com ineditismo é muito acessado, a monetização de atenção vale o mesmo que o de performance? Precisamos considerar sempre a tecnologia e o negócio”.

Souza disse, ainda, que a TV 3.0 vai facilitar os processos. “O que nós temos de fazer é não deixar que o SEO do Google venha para TV. A TV deve ser responsável pelo tratamento do usuário”, e afirmou que “coletar é muito caro, mas todo o mundo tem de ter acesso a essa informação para poder recomendar melhor e assim monetizar melhor”.

 

Por Fernando Moura e Tito Liberato