SET Centro-Oeste reflete sobre as funções da tecnologia

Keynote de Roberto Franco, ex-presidente da SET, se debruça sobre as novas tecnologias e como a sociedade, empresas e os governos tratam as disrupções tecnológicas ocorridas nos últimos anos.

A tarde do SET Centro-Oeste, que se realiza em Brasília, começou com o keynote de Roberto Dias Lima Franco, Conselheiro da SET e Diretor de assuntos institucionais e regulatórios do SBT. O executivo explicou aos participantes como é possível seguir “(Re) Pensando a tecnologia”

Franco iniciou seu keynote, que tem como objetivo provocar e gerar questionamentos, lembrando que o convívio com a tecnologia não é algo novo. “A sociedade vem lidando com essa questão há muito tempo”. Para ele, a diferença dos tempos atuais está na velocidade das transformações e na adoção das inovações, que deixou de ser sequencial.

Para Franco, falar de inovação remete aos trabalhos de startups, para as quais “uma ideia não vale nada, mas sim a execução de uma ideia. Essas empresas não têm um modelo de negócio. A missão delas é encontrar um modelo de negócio”.

Parece algo meio solto e, de fato, o ritmo alucinante das transformações exige uma atualização nas regulamentações, pois estamos nos deparando com situações novas que merecem atenção para proteger os indivíduos e a sociedade. Desde a sua ótica, “estamos vendo esse processo acontecer agora com as plataformas. O bom senso diz que aquilo que vale para o mundo real deveria valer também para o mundo digital”.

Um dos questionamentos apresentados por Roberto Franco é “qual o melhor momento de regular uma nova atividade, considerando que, no início, não se tem informações suficientes para prever o que vai acontecer”.

Mais uma vez, remetendo à realidade atual, o executivo faz uma análise de como atuam as grandes plataformas (Big Techs), e os desafios no sentido de criação de regras. E muitos desafios são globais, como o combate às fake news, portanto é fundamental acompanhar o que tem sido feito mundo afora em termos de regulação.

Uma analogia sugerida para ilustrar os caminhos a serem percorridos por Franco é entre a Publicidade Tradicional e a Publicidade Digital, já que há uma disparidade muito grande nas regras impostas a esses dois tipos de operações comerciais, e isso precisa ser revisto.

O ex-presidente da SET disse, ainda, que hoje falar em “tecnologia significa falar de Inteligência Artificial (IA)”, já que este parece ser o assunto do momento, porém, existem alguns tipos de IA.  “Seja ele qual for, estamos falando de uma integração do mundo físico com o mundo digital”.  Mas como a IA vai atuar? E qual o alcance dessas ferramentas, depende de uma definição do que “queremos”, porque considerando todas essas mudanças, e possíveis mudanças, “para onde estamos caminhando?” Nesse sentido, a ética deverá sempre estar no centro desse debate.

Por Fernando Moura e Tito Liberato