‘Operação 404’: Pirataria no Brasil pode atingir 350 bilhões

Operação conjunta internacional tirou do ar sites e apps piratas que vendem assinaturas e acesso ilegal ao Campeonato Inglês. Dados afirmam que em 2022, o Brasil perdeu R$ 345 bilhões em receita por causa dos produtos paralelos.

No dia 28 de novembro se realizou no país uma nova ação da ‘Operação 404’ que reúne Brasil, Argentina, Estados unidos, Peru e Reino Unido – e cooperação da própria Premier League. O foco desta fez foi bloquear mais de 600 sites que violam direitos autorais.

Esta foi mais uma ação conjunta internacional. Teve  24 mandados de busca, 22 no Brasil, um na Argentina e outro nos Estados Unidos. Segundo apurou à reportagem, a operação se focou em derrubar 606 sites piratas, dois quais, 238 estavam hospedados no Brasil, 328 no Peru e 40 no Reino Unido. Deste, segundo informações obtidas pela reportagem, quase 100  sites eram utilizados para realizar transmissões piratas dos jogos do Campeonato Inglês. Ainda foram retirados do ar 19 aplicativos de streaming ilegal.

De acordo com Leonir Zenaro, head de cibersegurança da Belago Technologies, todo o trabalho preventivo começa com o monitoramento de marcas para rastrear o uso indevido de sua marca, logotipo e produtos na web e ajudam a identificar prontamente atividades suspeitas.  “A partir deste trabalho, são coletadas as evidências que servirão como base de outras decisões, podendo até servirem como material para a produção de uma ata notarial, que posteriormente poderá fazer parte de um processo jurídico, por exemplo”.

Segundo Zenaro, em 2022, o país deixou de arrecadar R$ 345 bilhões de reais por conta da pirataria, que tornou-se uma indústria consolidada no Brasil. Os dados fornecidos pelo executivo são parte do Anuário da Associação Brasileira de Combate à Falsificação. “Equipamentos eletrônicos estão entre os itens mais pirateados, tanto no Brasil quanto no mundo. Isso inclui a indústria de jogos para PC, a distribuição ilegal de filmes, a pirataria de TV, que abrange desde mídias tradicionais, como DVDs, até aparelhos modernos que transmitem o sinal de uma operadora, além de outros dispositivos, como máquinas fotográficas”, explicou.

 

Por Fernando Moura, em São Paulo