SET CO 2018: padrão 2110 já se consolidou e demonstra robustez no sistema

Da esq. para a dir: Fontinele Mizuno, Carlos Cauvilla e Erick Soares discutem a Infraestrutura IP no broadcast.

O segundo dia do SET Centro-Oeste 2018, realizado na PUC-GO, em Goiânia, teve início com o painel sobre infraestrutura em IP para broadcast. “Hoje a gente vive o momento em que existe uma consolidação de padrões. Nós que somos consumidores dessa tecnologia, temos que saber o prós e contras de cada uma delas. Vamos abordar o processo para que a tecnologia de IP se tornasse padrão e os usos, em um caso aplicado na TV Globo de Recife (PE). Esses palestrantes têm um conteúdo riquíssimo, e espero que vocês aproveitem ao máximo para tirar todas as suas dúvidas”, encorajou o moderador Carlos Cauvilla, Diretor de Tecnologia de TV da Rede Anhanguera.

O primeiro palestrante, Erick Soares, Expert em Tecnologia da Sony Brasil, apresentou alguns exemplos de casos reais de implementações e possibilidades de aplicações da tecnologia e demonstrou o histórico da evolução da tecnologia do NMI (Network Media Interface). “Quero falar sobre como fazer uso da tecnologia em IP para a produção ao vivo, que tem uma configuração mais complexa que o uso somente para áudio”, explica.

De acordo com Erick estamos vivenciando uma realidade em que trabalhar com um conjunto de cabos é difícil “são até 32 conexões. Como trabalhar em um evento esportivo ao vivo assim? Com quatro câmeras, são mais de 120 cabos, é difícil. O IP vem para mudar esta realidade. São cabos que suportam maior quantidade de gigabytes e menos infraestrutura de rede”, explica.

Hoje usamos o padrão 2059, mas levamos dez anos para que a indústria entendesse que precisávamos de uma regulamentação para usá-lo. Neste momento, a indústria buscou uma padronização, o NMI, chegando à natural transição para a ST 2110, em ampla adoção pelo mercado de broadcast”, resumiu, e explicou que, nesta norma, existem uma série de operações recomendadas pela indústria para garantir a interoperabilidade no sistema.

Quanto ao uso do IP para formatos em UHD, Soares explica que atualmente “briga-se” por uma padronização para essa tecnologia.

Estúdio em 24h – estudo de caso

“Por mais que estejamos em uma constante evolução, é importante citar um estudo de caso”, conta Soares. No SET EXPO 2018, houve uma experencia, na qual 10 fabricantes distintos montaram um sistema de transmissão em 2110 totalmente compartilhado (Sony, Ross Video Grass Valley e outros). “O sistema foi montado em 24h e funcionou perfeitamente. É a prova de que o padrão 2110 veio e se consolidou para essa finalidade: interoperabilidade e correto intercambio entre os fabricantes”, finalizou.

Na sequência, Fontinele Mizuno – Supervisor Executivo da TV Globo Recife, falou sobre a experiência que a emissora teve adotar a infraestrutura em IP, e os próximos desafios a serem vencidos utilizando a tecnologia.

“O principal motivo para a adoção do IP na emissora foi porque ela atende à necessidade de transmitir um alto volume de dados com menor infraestrtutura. Outro ponto foi que essa transmissão permitiu que disponibilizássemos maior quantidade de conteúdo aos telespectadores, favorecendo o impacto direto que a mudança nos hábitos de consumo têm provocado nos usuários”

A TV do Futuro

Mizuno mostra um vídeo aos presentes no qual a TV Globo Recife anuncia os recursos possíveis pela transmissão em IP: “Os movimentos são maios suaves, o áudio é mais imersivo e o usuário vai poder assistir ao que quiser, ou seja, um conteúdo personalizado sem se preocupar se a conexão vem pelo ar ou pela internet, a chamada TV do Futuro”, detalhou.

“Para essa transmissão, uma emissora que ainda não está totalmente em IP pode usar um catering, que converte o vídeo HD para um sistema multicast”, explicou em detalhes aos presentes.

O próximo passo agora é a produção remota. “Ontem, dia 5 de novembro, fizemos uma rodada de futebol Sport x Ceará, na ilha do Retiro, onde utilizamos fibra ótima para a transmissão. Foi uma ótima transmissão. A nossa maior preocupação não era se ia funcionar ou não, nossa dificuldade foi em relação às equipes de esporte e jornalismo saberem como fazer a transmissão corretamente. Para que corresse tudo bem, algumas pessoas da tecnologia foram enviadas e tudo deu certo. Funcionou, vale a pena investir. É isso que precisamos agora”, finalizou.

O SET Centro-Oeste acontece dias 5 e 6 de Novembro, na PUC Goiás, em Goiânia – GO.

Programação completa

Por Tainara Rebelo (reportagem) e Fabio Lima (fotos) em Goiânia.