SET CO 2018: mochilinks se tornaram elemento ativo de contribuição de dados na produção de conteúdo

O segundo painel desta terça-feira (06) falou sobre novas formas de fazer produção para TV. O debate foi moderado por Carlos Magno Silva, Gerente de Engenharia da Televisão Goya (Record Goiás). “Com tanta tecnologia, me pergunto aonde vamos parar. Assistindo aos outros painéis do evento, percebo que o caminho entre o começo da transmissão, no cinegrafista, até chegar na emissora é por linhas tortas. Gostaria de saber: como estão tratando a questão das operadoras?”, perguntou.

O palestrante Wagner Luiz, Gerente de Operações da UCAN/LIVEU iniciou a discussão falando das evoluções que a transmissão passou pelos últimos dez anos. “Antigamente tínhamos uma mochila grande, pesada, de oito a nove quilos para fazer a transmissão. O pessoal dizia que não ia funcionar até porque a cobertura 3G era muito falha. Aí quando fizemos a cobertura da ocupação do Morro do Alemão, no RJ, tudo funcionou. Hoje, comemoramos o sucesso de termos feito a cobertura da Copa do Mundo 2018 exclusivamente pela tecnologia da LiveU e foi um sucesso. Avançamos bastante em nove anos”, comenta Wagner.

Ele apresentou as soluções da empresa voltadas para clientes que precisam de uma unidade de campo menor para vídeo on-the-go de alta qualidade. LU600, LU300 e, LU Smart e LU Extended foram algumas das opções mostradas pelo palestrante. “São soluções para emissoras que precisam de alta autonomia de bateria, equipamentos robustos e leves e com menos capacidade de banda, pela capacidade de armazenamento na nuvem”, detalhou.

“Media 4.0 – A revolução industrial da mídia” foi a palestra do Diretor de Vendas da TVU Networks – Brasil, Claudio Frugis. Ele explicou que a proposta das mochilas entra como um conceito para a indústria na qual mecanização, produção em massa, computação e agora a integração das redes digitais e suas inteligências se convergem em único equipamento, os mochilinks.

“As mochilas têm um mecanismo no qual, na primeira oscilação de rede, o equipamento trabalha numa correção automática de retransmissão, evitando o congelamento da imagem”, explicou.

No jornalismo, a mochila deixa de ser um elemento passivo de captação, para ser um elemento ativo de contribuição de dados. “Além da captura de imagem, a mochila gera metadados que não são somente layers do material gerado, mas informações frame por frame, permitindo que o conteúdo chegue no estúdio possibilitando o jornalista separar exatamente o momento que quer fazer a análise. Por ex.: o momento em que houve o gol na partida de futebol. Com essa tecnologia é possível porque todos os frames estão codificados via automatização”, detalhou.

“O mais importante aqui é que a internet suporta essa transmissão de conteúdo. Por exemplo, temos que dar maior atenção às redes sociais. O último presidente do país foi eleito com tempo mínimo de TV e alta manifestação nas redes sociais, então elas têm que ser consideradas”, refletiu.

O Media 4.0 descreve a próxima fase do processo de produção e distribuição de vídeos, no qual os programas são criados e distribuídos aos espectadores de acordo com seus interesses e perfis pessoais. “Para alcançar essa capacidade, a automação e a troca de dados em todo o ciclo da produção e distribuição de conteúdo é essencial. Na Media 4.0, a Inteligência Artificial se tornará parte integrante do processo de produção e distribuição”, finalizou.

Reportagem: Tainara Rebello. Foto: Fábio Lima.