Redes não gerenciadas como tendência atual para conectividade

Sérgio Santoro, Engenheiro de Projetos da RecordTV e Conselheiro da SET

A pandemia do coronavírus modificou diversos processos no setor audiovisual, como adoção de novas tecnologias de uma forma extremamente rápida, nunca vista na história da radiodifusão.

De acordo com Sergio Santoro, engenheiro de Projetos da Record TV, e Carlos Cauvilla, Diretor de Tecnologia de TV da Rede Anhanguera, “estamos em um momento de transição, no qual a convivência com sistemas híbridos será uma constante por um bom tempo.”

Santoro e Cauvilla são os curadores da Trilha Conectividade e Infra AV, do SET eXPerience Academy.

Confira a seguir entrevista concedida por eles:

SET: Como foi a elaboração desta trilha? Qual o objetivo e qual a relevância dela neste momento?

Sergio Santoro e Carlos Cauvilla: A trilha foi concebida com temas que tratassem a infraestrutura e conectividade, seu conceito principal, pensando em abordar profissionais de grande conhecimento no mercado, empresas da área e estudos de casos relacionados.

O objetivo é divulgar ao nosso associado e ao público interessado o que há de mais atual em termos de conectividade & infraestrutura de áudio e vídeo, para que possa servir de referência. Como estamos numa fase de transição tecnológica, entendemos que os tópicos tratados são de alta relevância, pois impactam no projeto e instalação de plantas de produção e transmissão audiovisual.

SET: Qual a tecnologia do momento para essa questão da conectividade?

SS e CC: Atualmente, a principal tendência para conectividade são as redes não gerenciadas, que estão sendo muito utilizadas devido à sua versatilidade e a forma de atender demandas cada vez mais diversas, como no jornalismo e produção remota, por exemplo. No entanto, a depender da finalidade, tecnologias tradicionais, como a conexão por fibra e por satélite, ainda são opções válidas.

SET: Qual o impacto da pandemia na utilização e adoção de novas tecnologias para garantir a conectividade e a infraestrutura para áudio e vídeo em funcionamento?

SS e CC: Talvez, o principal impacto tenha sido a adoção dessas novas tecnologias de uma forma extremamente rápida, nunca vista na história da radiodifusão ou de outros meios, de maneira a garantir a solução de continuidade dos negócios. Com isto, empresas anteciparam soluções que ainda estavam no “forno” e criaram novas alternativas e formas de produção, que geraram ganhos de produtividade, e, certamente, novos fluxos se trabalho simplificados foram incorporados no seu dia a dia.

SET: Neste ano, cloud e IP foram duas das tecnologias que mais evoluíram para atender à demanda de áudio e vídeo. Essa tendência veio para ficar ou existem outras tecnologias que poderão substituí-las a curto e médio prazos?

SS e CC: Na realidade, cloud e IP são tecnologias que estão substituindo as tradicionais, como os sistemas on premise e SDI (Serial Digital Interface), respectivamente. Mas, devemos lembrar que estamos em um momento de transição, no qual a convivência com sistemas híbridos será uma constante por um bom tempo.

Entendemos que vieram para ficar, especialmente por atenderam a multiplicidade de cenários de uso que hoje estão presentes no ambiente de produção, geração e distribuição de conteúdo. O que deve ocorrer no futuro será um aperfeiçoamento destas tecnologias para que possam ser aplicadas a todo e qualquer fluxo desejado.

Carlos Cauvilla, Diretor de Tecnologia de TV da Rede Anhanguera e Representante da Regional SET Centro-Oeste

SET: Os novos hábitos de consumo das pessoas têm alguma influência na adoção de tecnologias que melhorem a conectividade e a Infra AV?

SS e CC: Acreditamos que temos de olhar esta questão de duas formas: a conectividade com o telespectador e a conectividade interna das empresas do setor. A demanda crescente por variedade de conteúdos leva as empresas de mídia a serem cada vez mais dinâmicas em sua forma de atuação, para produzir mais e entregar produtos cada vez mais ao gosto de seus consumidores, pelos mais diversos tipos de plataformas e conexões.

Dentro desta lógica, sob o ponto de vista das empresas, estar conectado de forma fácil e ter uma infraestrutura versátil vai ao encontro do objetivo de atender esta necessidade. O cenário de pandemia veio acelerar a busca por novos meios de contribuição e distribuição de conteúdo, devido à dificuldade econômica das empresas. Novas maneiras de atuar foram implementadas com redução de custo operacional utilizando estas ferramentas, que, uma vez incorporadas aos processos produtivos, não devem retroagir, ou seja, a adoção destas tecnologias inovadoras é um caminho sem volta.

SET: Por que as pessoas devem assistir aos vídeos desta trilha?

SS e CC: Bem, pensamos que ainda há muito desconhecimento a respeito dessas novas tecnologias que estão sendo adotadas. O motivo principal para assistir aos vídeos desta trilha é permitir aos profissionais desse mercado conseguirem obter referências para aprofundamento de estudos de soluções que possam ser aderentes às necessidades das empresas para as quais trabalham, auxiliando em sua evolução pessoal e profissional. Ou seja, esta é a missão da SET, que procuramos, através do SET eXPerience, atingir.