Autogestão e adaptabilidade: entenda como superar crises e aproveitar as oportunidades

A SET realizou o terceiro encontro do SET Business Webinar na tarde desta quarta-feira, 20. Após o sucesso das duas primeiras edições sobre a relação entre Tecnologia x Hábitos de Consumo x Covid-19, o assunto foi o Futuro do trabalho: quais profissionais irão sobreviver ao coronavírus?

Roberto Franco, Head de Assuntos Institucionais e Regulatórios do SBT e Conselheiro da SET e da ABERT, foi o moderador do webinar e teve a companhia dos professores Ana Lúcia Couto e Rogério Bragherolli e do escritor João Cordeiro.

Franco iniciou a sessão fazendo uma provocação aos convidados: quais as consequências, as mudanças e os desafios da disrupção tecnológica nas relações de trabalho?

O executivo ressaltou que o momento atual é de transição. “Vivemos em mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo. Nesse contexto, precisamos buscar significados, ou seja, as pessoas devem dar um significado às suas vidas, aos seus conhecimentos e aos seus trabalhos de modo a entender o momento atual não só localmente, mas também de maneira global. É importante compreender que algo que acontece do outro lado do mundo pode impactar a sua vida”, disse.

Para ele, entender o mundo leva a melhores maneiras de promover mudanças. “A inovação sempre vai atender uma demanda que as pessoas gostariam de resolver. Mas suas consequências mudam as regras, mudam a forma de fazer. Às vezes, a forma anterior entra em conflito com as novas formas. Por isso, a importância de entender os contextos”, explicou antes de passar a palavra aos debatedores.

Ana Lúcia Couto é coach e professora da Fundação Dom Cabral. Ela foi a primeira palestrante a se apresentar e avaliou que a crise do coronavírus também é uma oportunidade para uma reflexão sobre o que seria “voltar ao normal” e “qual normal é esse que queremos voltar”.

Para Couto, é preciso dar mais atenção a duas soft skills: inteligência intrapessoal e inteligência emocional. “Sempre foi dada muita importância às inteligências relacionadas às habilidades técnicas, à capacidade analítica, ou seja, tudo que diz respeito à inteligência racional, cerebral. Existia um descaso com a inteligência intrapessoal relacionada às competências existenciais”, afirmou.

Para ela, esse paradigma mudou. “A competência chave atualmente é a inteligência interpessoal, ou existencial, e, com ela, a empatia”, afirmou. “É preciso ter empatia, amorosidade. Atuar pelo bem comum, cuidar de você e do outro para criar um ambiente saudável no âmbito pessoal e profissional”, enfatizou.

O psicólogo João Cordeiro é Consultor, Palestrante e Escritor. Para ele, as pessoas gostam de mudanças. O que elas não gostam é quando a mudança é imposta. “O ser humano não gosta de ser mudado”, disse.

“O ser humano procura um modelo mental que gere conforto. Quando este conforto deixa de existir, ou seja, quando a mudança é imposta, ele geralmente passa por um processo cognitivo que vai deste conforto à negação, da negação à confusão e da confusão à, finalmente, à renovação”, descreveu.

Ao atingir a renovação, o ser humano adquire a habilidade do accountability, ou seja, de perceber a situação em que se encontra, pegar as rédeas do seu destino, agir genuinamente, gerar resultados positivos e ainda ajudar os outros a enxergarem o lado positivo do novo normal. “A accountability é focada na autogestão e na responsabilidade por si e pelos outros. Ela é o oposto da “desculpability”, muito comum em ambientes de trabalho”, comparou.

O Consultor de Recursos Humanos e Professor de MBA, Rogério Bragherolli, falou sobre a importância da inteligência emocional e das características da metodologia ágil na vida profissional das pessoas.

Segundo Bragherolli, essas características são: o trabalho em equipe auto organizado, a sinergia, a receptividade, a adaptabilidade, a capacidade de aprender com os erros, o dinamismo, o networking e a disciplina.

“Os pensadores de RH [Recursos Humano] têm chamado pessoas com essas caraterísticas de profissionais líquidos, maleáveis pois conseguem conciliar harmonicamente remuneração, oportunidade de desenvolvimento e felicidade”, defendeu.

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