TV Digital: Conversores distribuídos terão middleware Ginga C

Governo aprova conversores com middleware Ginga C para serem distribuídos pelo Programa Bolsa Família

conversor da TV Digital que será distribuído aos 14 milhões de inscritos no Programa Bolsa Família terá interatividade e possibilitar o acesso à internet. A entrega do aparelho será feita durante o processo de desligamento da TV analógica, que começa no Brasil no próximo 25 de novembro de 2015.
A decisão sobre o modelo do conversor digital foi tomada pelo Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV (Gired), que reúne governo, empresas de radiodifusão e de telecomunicações. O aparelho com as configurações definidas ainda não existe no mercado e vai ser produzido.
Mais tarde, o Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), entidade que congrega radiodifusores, comunidade acadêmica e indústria, aprovou posteriormente as especificações técnicas do Ginga C.

Roberto Franco, presidente do Fórum SBTVD

As normas aprovadas vão ser submetidas à consulta pública pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A homologação serve para oficializar as regras que servirão de base para os fabricantes de aparelhos e criadores de aplicativos de interatividade que utilizem o middleware. O tipo de conversor escolhido vai trazer o middleware de interatividade Ginga C, 512 de memória RAM e 2 GB de memória flash. Além disso, contará com entradas para conexão à internet banda larga, por meio de um modem externo via USB ou cabo.
O secretário-executivo substituto do Ministério das Comunicações, James Görgen, afirmou que o conversor interativo dará ao telespectador a possibilidade de acessar aplicativos e programas com uma série de facilidades, como marcação de consultas médicas, vagas de emprego, extrato do Bolsa Família, serviços bancários e outros serviços de governo tanto federal, quanto estadual e municipal.
O Ministério das Comunicações afirma que o Ginga C é a versão mais atual do programa que permite a interatividade no Sistema Brasileiro de TV Digital. A diferença para as outras versões é que o Ginga C permite a interação não só por meio dos aplicativos, mas também por meio dos vídeos interativos, o que torna a solução mais amigável para os usuários.
A intenção do governo é permitir que as famílias de baixa renda também possam acessar aplicativos pelo conversor e ter acesso a serviços de governo eletrônico pelo aparelho.

A palavra do Fórum SBTVD
O Fórum SBTVD aprovou em reunião, a especificação do Ginga C, que permite interatividade à TV Digital. “A inclusão do perfil ‘C’ nos conversores que serão distribuídos aos beneficiários do programa Bolsa Família é o primeiro passo para a real integração da radiodifusão com a Internet”, observou Roberto Franco, presidente do Fórum SBTVD.
Franco lembra que a entidade aprovou um documento no qual faz recomendações para que o Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV (GIRED) realize vários testes com o middleware que serão instalados nos conversores.
Aprovadas pelo Fórum SBTVD, as especificações do perfil “C” serão agora encaminhadas à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), para consulta nacional durante 60 dias. Ao fim desse processo, a expectativa é de que sejam imediatamente publicadas, afirma o Fórum em comunicado, “uma vez o desligamento do sinal analógico começa em abril do ano que vem e depende fundamentalmente da distribuição dos conversores para os beneficiários do Bolsa Família”.
As especificações do Ginga C pelo Conselho Deliberativo do Fórum SBTVD – formado por representantes das indústrias de recepção, transmissão e radiodifusão, além do setor acadêmico – foram aprovadas pela maioria dos conselheiros. Representantes da indústria de recepção (os fabricantes de aparelhos de TV) levantaram dúvidas sobre a compatibilidade do middleware e votaram em bloco para tentar derrubar a aprovação da norma. Os fabricantes de TV, no entanto, acataram a decisão da maioria e aguardam os testes que serão realizados pela ABNT.
“O voto contrário da indústria da recepção é um processo natural, que enriquece o debate e é uma preocupação legítima dos fabricantes de TV, no sentido de oferecer ao consumidor a melhor TV digital possível”, destacou Roberto Franco.

• Com Minicom e Fórum SBTVD