RioContentMarket maior evento de conteúdos audiovisuais da América Latina

Por Fernando Moura no Rio de Janeiro

SET participa do maior evento de conteúdo audiovisual da região com palestra sobre 4K que gera grande expectativa da assistência. A edição 2015 do RioContentMarket mostrou mais uma vez a força do mercado brasileiro e o interesse do mundo para as suas produções

RioContentMarket fechou sua quinta edição com números de expressão que o colocam entre os principais eventos de seu tipo a nível mundial.
Este ano, afirmam os organizadores, “o evento mergulhou fundo no mercado audiovisual e superou as expectativas”.

O presidente da ABPITV, Marco Altberg, abriu o evento relembrando a história da criação do RioContentMarket, que surgiu da necessidade de oferecer ao mercado internacional uma contrapartida à presença brasileira em outros países. “Começou como uma iniciativa singela e hoje estamos na quinta edição, mostrando toda a força da produção independente e do setor audiovisual”

Realizado pela Associação Brasileira de Produtoras Independentes de TV (ABPITV), o RioContent- Market reuniu este ano 3500 participantes chegados desde 36 países, incluindo 6 delegações internacionais (Reino Unido, Canadá, Argentina, África do Sul, França e Itália).
Os participantes realizaram em um importante hotel da Barra da Tijuca, zona sul do Rio de Janeiro, 860 rodadas de negócios nos três dias do evento, participaram de 130 painéis realizados em 6 salas simultâneas com 275 palestrantes.
Ao todo, estiveram presentes, na capital fluminense, executivos de 70 canais de televisão nacionais e internacionais.
A quinta edição do RioContent- Market contou assim com executivos de mídias digitais, broadcast e mobile, programadores, publicitários, distribuidores, criadores, produtores, compradores de conteúdo e diversos profissionais da indústria audiovisual, que apresentaram ideias, cases e modelos de negócios relevantes para o desenvolvimento de parcerias e co- -produções. A SET, como em 2014, realizou uma sessão que é parte de um acordo de cooperação assinado por ambas associações no ano passado.
Por tudo isso, “o RioContentMarket se consolidou como o maior evento audiovisual na América Latina e entrou definitivamente para o calendário Internacional”, afirmou à Revista da SET, Marco Altberg, presidente de ABPITV.
Em uma das principais palestras do evento, o presidente da Viacom International Media Networks – The Americas (VIMN), Pierluigi Gazzolo, disse que a televisão está se transformando e que as novas tecnologias de produção e transmissão estão “ajudando a que essa transformação seja ainda mais rápida, mas elas não são o principal ponto da mudança, que passa por novos hábitos de consumo de conteúdos audiovisuais”.

De Esq. à Dir.: Olímpio Franco (Presidente da SET), Carlos de Andrade (Visom Digital); Celso Araújo (SET); Tony Viegas (Conspiração) e Nelson Faria (SET/PetChannel)

Ele afirmou que “está mudando a forma como o telespectador assiste TV” e como “surfa (utiliza) o controle remoto”. A tecnologia das grandes distribuidoras de conteúdos e operadoras de TV por Assinatura do “México, Brasil e alguns dos principais países da América do Sul já possuem set-top boxes que parecem uma plataforma de OTT para concorrer com essas plataformas.

O que interessa agora é definir o que se assiste, como e onde? O 75% dos espectadores continuam descobrindo os conteúdos nos sistemas tradicionais, na TV Lineal”, e só depois disso é que convergem “para outros dispositivos procurando conteúdos adicionais”.
Gazzolo afirma que por este motivo a “TV tradicional continua sendo muito importante, porque nela radica a pressão pela qualidade, seja aberta ou fechada. Na internet não há pressão pela qualidade porque depende da conexão e o usuário sabe disso. Por isso, a TV tradicional continua sendo quem marca tendências.

Pierluggi Gazzolo (Viacom Internacional) afirmou em uma das principais palestras do RioContentMarket que a TV passa por um processo de redefinição no mundo, mas que o conteúdo continua “sendo rei”

O conteúdo ainda é o rei, e este ainda é desenvolvido pela TV tradicional”.

A edição 2015 do evento contou com a presença de empresas como AD Digital, BNDES, Bossa Nova Films, Canal Futura, Côte Ouest Audiovisuel Mauritius, FremantleMedia, Kaltura, HBO, Megatrax, PetChannel, TV Record, Samsung, TQTVD, Turner, TV Globo, Universal Channel, Viacom e YouTube, entre outras.

O presidente de SET, Olímpio Franco afirmou no RioContentMarket 2015 que a tendência da indústria é para a produção das Séries em 4K

Tecnologia das Séries em 4K
A SET debateu no RioContent- Market o futuro da TV e junto com ele, como o 4K se posiciona nesse campo, para isso convocou profissionais destacados do mercado que debateram sobre o futuro das tecnologias de captação de imagem e apresentaram as tecnologias disponíveis através do estudo de duas séries produzidas por produtores do Rio de Janeiro com tecnologia 4K em uma sala cheia e com muitos produtores interessados em descobrir esta tecnologia.
“Nossa ideia é mostrar aqui o Estado da Arte do 4K, não só como tecnologia, mas também com a visão do usuário e o produtor de vídeo profissional“, afirmou Celso Araújo, diretor de Cinema da SET, na abertura da sessão.

Olímpio Franco, presidente da SET disse que o “4K já é uma realidade e no futuro haverá mídias para poder exibir o 4K nas telas da TV e com isso será possível viabilizar a produção com esta tecnologia de captação”.

Figura 1 – Tendência de crescimento das TVs 4K

De fato, o presidente da SET mostrou aos presentes estatísticas internacionais que demonstram que o 4K é uma tecnologia que se está desenvolvendo rapidamente. (Figura 1)

Segundo Franco, as vendas de TVs 4K estimadas pela Futuresource Consulting em 2014 chegaram aos 11.6 milhões de aparelhos de TV, com um crescimento de 7000% comparado com 2013, o que representa 5% do número de aparelhos vendidos no mundo, assim “até 2018 deve representar 72% com 100 milhões de unidades no mundo”. (Figura 2)

Parafraseando um executivo da Samsung nos Estados Unidos, Franco afirmou que “os consumidores estão procurando a intersecção da tecnologia e do conteúdo” pelo que é necessário que as emissoras e produtoras de conteúdos “adicionem algum conteúdo exclusivo as suas programações” e que os usuários “possam se deslocar entre os dispositivos”.

Figura 2 – Aumento da demanda do mercado de TVs no mundo

Carlos Andrade, da Visom Digital, afirmou que se o produtor “tem uma nova tecnologia a disposição deve usá-la porque tem de estar na crista da onda. O 4K é o futuro, ela está no limiar dos 35mm com uma resolução de 17×9 com uma certa latitude que permite estabilizar o vídeo e gravar formatos RAW donde através dos metadados pelo que podemos fazer diferentes processos que no formato anterior era impossível de fazer dando ao produtor uma flexibilidade nunca antes tida na produção”.

Para Andrade, “o futuro é o 4K, esta tecnologia é de fato o limite que a gente tem, porque o 8K não é factível para ser utilizado em TVs porque seria necessário ter uma TV de 300” e porque, afirma, seria “mudar a maneira de filmar, seria chegar a uma maneira absoluta”.

Para Carlos Andrade (Visom Digital) “o futuro é o 4K, esta tecnologia é de fato o limite que a gente tem, porque o 8K não é factível para ser utilizado em TVs pois, seria necessário ter uma TV de 300 polegadas”

O produtor da série exibida pela TV Record em 2014, “Conselho Tutelar”, afirmou que “esta foi a nossa primeira série produzida em 4K. Nela mostramos como funciona o 4K e como por ter sido gravada em formato RAW, podíamos mexer nos metadados e com ele mexer na correção de cor e dar maiores detalhes”.
“Conselho Tutelar” foi criada por Marco Borges e Carlos de Andrade, roteirizada pelo próprio Marco Borges em parceria com Mariana Vielmond, Cristina Gomes, Bruno Passeri e pelo experiente Bosco Brasil, a série tem direção de Rudi Lagemann e fotografia de Marcelo Guru Duarte e foi um negócio concretizado no Rio- ContentMarket.

Na minissérie em cinco episódios produzida pela carioca Visom Digital em coprodução com a TV Record, explicou Andrade, “aumentamos a profundidade dos pretos e avançamos para outras coisas, como quando demos um “grão” na imagem que suavizou os contornos dando uma progressão que permitiu suavizar a cor indo na imagem até o preto e branco gerando contrastes, e assim, avançando para uma nova concepção de cor”.

Tony Viegas afirmou na sessão da SET no RioContentMarket que “a produção 4K é inevitável, já está acontecendo e será o futuro da TV”

Tony Viegas, coordenador de Pós Produção de TV e Multiplataformas da Conspiração, afirmou no painel da SET no RioContentMarket que “a produção 4K é inevitável, já está acontecendo e será o futuro da TV”.

Ele explicou como após um pedido da HBO a produtora começou “a pensar em como se faria o processo e de que forma? O primeiro que fizemos foi testar o “workflow” de ponta a ponta em 4K com a câmera Sony F55, depois consultamos a produção sobre a quantidade de horas seriam necessárias, e trabalhamos muito nesse ponto.
Tivemos de ter atenção a logagem, geração dos dailies, e o arquivamento em 4K, tendo em conta que a finalização é diferente e precisaríamos de uma maior “logagem” devido ao tamanho do material gravado”.
Viegas afirmou a plateia que “para partir para uma produção 4K é preciso ter o Pich pronto e não pode haver trabalho de re-filmagem, além de que aumentam os tempos dos “renders” que modificam o tempo de pós-produção.

No estande da TV Brasil o ministro da Cultura, Juca Ferreira, falou sobre a expansão da produção audiovisual no Brasil e a necessidade de melhorar a qualidade da programação na TV aberta. O bate-papo foi conduzido pelo presidente Nelson Breve e o diretor-geral da EBC, Américo Martins

O trabalho final que fizemos foi de 13 episódios de 50 minutos com um master em ProRes 4444 UHD sem ser entrelaçado “uma amostra que estamos evoluindo para formatos melhores”.
Finalmente Nelson Faria (SET/Pet- Channel) disse que não há volta atrás, o futuro é hoje e “já é uma realidade.
A TV está mudando para workflow 4K e com eles, tudo precisa vir através de uma rede IP”. Para ele o sentido de produzir em 4K é pensando no IP como forma de distribuição dos conteúdos, já que está claro que não haverá canalização para emitir 4K por ar, por isso devemos adotar o IP porque já existem tecnologias que permitem fazer o switch com suas câmaras alinhando os conteúdos”.

O diretor da SET disse aos presentes que o mundo perfeito seria “se conseguirmos conciliar o 4K com o 8K. Se isso for possível, estaremos olhando para o futuro da produção dos conteúdos”.

Nelson Faria ( SET/PetChannel) afirmou na sessão organizada pela SET que o 4K já é uma realidade na indústria

Faria explicou que o futuro está na conexão do “workflow” completo em 4k interligado por IP as emissoras, por exemplo, “permitindo que se possa produzir até de forma remota desde um campo de futebol até a emissora sem necessidade de ter unidades móveis no local”.
Numa indústria com muitíssima mudanças acontecendo ao mesmo tempo, Faria explicou como é possível criar um canal, como o PetChannel, onde todo o conteúdo é 4K e a forma de distribuição será realizada através da nuvem da Amazon enviando conteúdos para canais de IPTV. (ver “PetChannel, primeiro canal 4K da América Latina”).

Conteúdos e muito mais O RioContentmarket não é só um evento de conteúdos, senão também um evento onde os produtores audiovisuais podem ter acesso direto a empresas e fornecedores de equipamentos. Entre os principais estandes, participaram o da TQTVD – como o tem feito nos últimos anos –, a AD-Digital em conjunto com a Kaltura, a Megatrax e o SEBRAE/ APRO.

André Barbosa, superintendente de Relações Institucionais da EBC, explicou o que é o Brasil 4D, projeto de interatividade na TV digital desenvolvido pela EBC

A TQTVD apresentou aos mais de 3 mil produtores de conteúdos presentes o AstroTV+ (Plus) a evolução do AstroTV, middleware Ginga líder de mercado adotado pelos principais fabricantes de TV e set-top boxes e já presente em mais de 15 milhões de aparelhos no Brasil e na América Latina.
O AstroTV+ é uma plataforma “otimizada para conversores digitais de baixo custo, sem por isso limitar-se a tarefas básicas. Seu pacote completo oferece recursos de Segunda Tela (Integra tablets / smartphones); aplicações para plataformas Overthe- Top (OTT); sistema PushVoD; uma loja de Aplicativos – Ginga” afirmou David Britto, diretor da TQTVD.
Ele disse que a nova plataforma trabalha com browser HTML5; tem compatibilidade com TVs de tubo (4:3), Full HD e 4K (UHD), e uma das novidades é o PVR (Personal Video Recorder) com recurso de Time-Shift incorporado.
A AD-Digital esteve presente com um estande do evento porque, segundo Sonia Poloni, diretora de Comunicação e Marketing da AD-Digital, “nossa participação faz todo sentido considerando que é o ponto de encontro dos principais realizadores, produtores e executivos do mercado mundial do setor audiovisual.

Nilson Fujisawa, diretor da LineUp disse à Revista da SET que para a integradora que dirige é fundamental participar de eventos como o RioContentMarket porque servem para entender o que as produtoras precisam na hora de investir em equipamentos

Os participantes poderão aproveitar o evento para conhecer as inovações e os últimos lançamentos em tecnologias. Sabemos que as novas mídias trazem novas possibilidades para produções audiovisuais e distribuição de formatos como o Vídeo sob Demanda (VoD), streaming e OTT. Seja para produções locais, seja para a internacionalização de conteúdos, coproduções ou para novos modelos de negócio, a tecnologia digital tornou-se indispensável”.
No RioContentMarket, a Kaltura participou junto a AD-digital com o objetivo de mostrar aos produtores os serviços oferecidos pela plataforma, e como esta pode ser monetizada.
“O player da Kaltura, além de garantir a conversão automática dos vídeos, se integra a qualquer website, software ou plataforma de terceiros, permitindo diferentes modelos de monetização e fornecendo relatórios detalhados do consumo do conteúdo”, explica Lars Janér, diretor de operações da Kaltura Brasil.

PetChannel, primeiro canal 4K da América Latina

O PetChannel foi lançado com grande sucesso no RioContetMarket2015

O primeiro canal 4K de América Latina é brasileiro e teve lançamento oficial no RioContentMarket 2015. O Pet- Channel, um canal 24 horas por internet, IPTV, Facebook, Instagram, TVs conectadas – SmartTvs – e para redes privadas de TV terá programação 24 horas por dia em 4K.
O canal foi idealizado por velhos conhecidos da SET( Nelson Faria, ex diretor de inovação da Rede Globo e atual Vice-presidente da direção internacional da SET e Júlio Caruso, ex-diretor da seção de Close Caption da TV Globo) para ser emitido em múltiplas plataformas via streaming através da nuvem da Amazon.
Nelson Faria disse à Revista da SET que a plataforma contava com mais de 40 canais transmitidos por IPTV interessados em reproduzir os seus conteúdos e já contava com propostas de integração com canais de Ásia, Europa e América do Sul.

Os primeiros 20 programas do PetChannel foram produzidos integralmente em 4K com 3 câmeras, uma Canon C500, uma Panasonic DMC-GH4 4K e um smartphone Samsung Galaxy Note 4. “No início parecia uma loucura utilizar um celular para uma produção como esta, mas depois com testes percebemos que a qualidade de imagem era fantástica e seria muito útil como câmera complementar ou segunda câmera”.
O canal 100% 4K chegará as emissoras ou programadoras que contratem os seus conteúdos “através da Nuvem da Amazon. Para realizar o streaming de vídeo a equipe de engenheiros da PetChannel desenvolveram um sistema adaptativo a banda larga do usuário que pode ir dos 4K até os 720p, mas sempre garantindo no end-to-end uma qualidade UHD”.

Após várias décadas na TV Globo, Nelson Faria trabalha arduamente no lançamento do PetChannel, primeiro canal 4K de América Latina

Para produzir os primeiros 20 programas do canal foi criado um workflow de trabalho em 4K pelo qual os conteúdos captados foram editados com Adobe Primiere 4K e a correção de cor foi realizada com o sistema DaVinci da Blackmagic Design.
O investimento total não foi revelado por Faria, mas sim disse que “todo o investimento foi realizado pelos sócios do canal e que para seguir crescendo é necessário encontrar investidores externos” que permitam continuar o projeto e “fazer que este cresça e se expanda”.
O PetChannel estará no ar em junho de 2015 esperando ser lançado na América Latina nos próximos meses

Primeira Bíblia Transmídia

A Associação Brasileira de Produção de Obras Audiovisuais (APRO) e o Sebrae apresentaram no RioContent- Market 2015 o primeiro Guia Bíblia Transmídia, uma cartilha que têm por objetivo apoiar o desenvolvimento de projetos transmídia com a metodologia MAMP (Multi Audiência Multi Plataforma), criada pelo grupo Era Transmídia, e “vem sendo aplicada em treinamentos e consultorias desde 2011, colaborando com as necessidades dos produtores independentes audiovisuais”, explicou à Revista da SET, Odete Cruz, gerente Executiva para a área de Capacitação da APRO.

Odette Cruz afirma que é impreterível para o sucesso de um projeto transmídia escolher as melhores janelas e suportes de mídias que esteja dentro do comportamento no consumo de mídia

Durante o evento, Rodrigo Dias Arnaut e Rodrigo Mandarino Terra do Grupo Era Transmídia apresentaram os 6 passos do MAMP, com propostas de moderação para a aplicação da metodologia com as equipes envolvidas no projeto. Em cada etapa foi apresentada uma sugestão de como aplicar a técnica MAMP, com equipes multidisciplinares, estipulando tempos mínimos e máximos da duração, conteúdo necessários para o início das tarefas e documentados que devem ser apresentados ao final das etapas individualmente.
Assim, a metodologia MAMP é composta por 5 etapas, afirma Arnaut, “Universo Ficcional Transmídia (Storyworld); audiência; janelas e suportes; estratégia; e empreendedorismo.
Após o projeto ser desenvolvido o produtor transmídia pode verificar se produto passa pelos 8 conceitos do grupo Era Transmídia, como uma forma de validação (checklist) do processo gerado”.
Para Arnaut (SET/Era Transmídia) “uma vez que feito o checklist, os pontos principais que devem ser observados por um produtor transmídia são os de “estar conectado com o roterista/jornalista; elaborar a “Bíblia Transmídia“; conhecer as plataformas de mídia; integrar as equipes: criação, tecnologia ao comercial; conhecer as ferramentas transmídias, publicidades; e abrir canais de comunicação com fãs, engajamento. Ainda é preciso definir estruturas e políticas de moderação; estudar os cases, apreender com os erros/acertos; e experimentar”.
Odette disse que esta iniciativa inédita visa mostrar aos produtores que é possível rentabilizar os conteúdos e criar estratégias de monetização dos seus projetos e que “o produtor transmídia deve estar sempre atualizado e com ferramentas adequadas ao desenvolvimento de projetos transmídia, pelo que se sugere a participação dos interessados em grupos de discussão, coletivos de profissionais e pesquisadores da área de transmídia que estão presentes em muitos países, no Brasil, e em várias capitais no Brasil”.
A executiva da APRO disse à Revista da SET que a entidade está elaborando um grande mapeamento do mercado audiovisual brasileiro, em parceria com a Fundação Dom Cabral. “Será uma pesquisa ampla, englobando todos os segmentos – TV, publicidade, cinema etc. Queremos saber o volume de trabalho, geração de emprego, faturamento, tudo. Iniciamos no primeiro trimestre de 2015 para que tenhamos até setembro/outubro os dados consolidados”

Moony, um novo ecossistema de negócios com uma plataforma diferenciada

Lançada em março de 2015, a plataforma de Samsung colocou a empresa em um outro negócio, desta vez, o dos conteúdos, assumindo que um dos maiores diferenciais do projeto é que as produtoras podem colocar conteúdos ao vivo através da plataforma e monetizá-los.

A nova plataforma tem como principal objetivo colocar a disposição dos usuários de dispositivos da Samsung a partir de um sistema VoD (Vídeo on-demand) mais de 30 canais – no inicio do serviço – que permitirão aos produtores independentes mostrarem seu trabalho e que “permitirá que o celular ou a SmartTV deixem de ter mais uma aplicação, mas que esta se converta na primeira tela da TV” afirmou Marcelo Mattar, gerente de Vídeos e Esportes da área de Conteúdo da Samsung.

Mattar disse à Revista da SET que o “Moony, oferece conteúdo de nicho de alta qualidade, onde o usuário encontra conteúdo gratuito ou pago. Surgimos para aproveitar o conteúdo de nicho e avançar para um novo conceito de vídeo, uma plataforma de “vídeo a la carte” onde o usuário usufrui de conteúdos premiums”.
Entusiasmado com o projeto pioneiro no Brasil e no mundo, o executivo da Samsung recebeu a Revista da SET nos escritórios da multinacional na capital paulista e disse que o “Moony mudará a forma como os usuários assistem vídeos na TV” e que este serviço atenderá uma demanda crescente no Brasil por conteúdos que cheguem aos usuários via VoD. “O diferencial é que este conteúdo será exclusivo e será selecionado segundo o perfil do público”.
A aplicação foi desenvolvida pela Samsung em parceria com a Samba Tech, empresa brasileira que realizará o suporte técnico e de engenharia do projeto e é a responsável pelo streaming de vídeo necessário para abastecer a plataforma e “garantir a qualidade e escalabilidade do serviço”, comentou Mattar.

Marcelo Mattar, o Moony mostrará que é muito mais que um aplicativo

Segundo explicou Rodrigo Stoqui, responsável pela área de Customer Success e Business Development da Samba Tech, a plataforma foi construída com “uma estrutura elástica que nos permita trabalhar em diferentes situações, em momentos de grande demanda de streaming e com um setup totalmente transparente para o nosso cliente”.
Para suportar diferentes tipos de demanda, e assumindo que todo o conteúdo disponibilizado na plataforma tem de ser HD, a empresa trabalha com um sistema de multi-CDN para “assegurar o tráfego”, com um serviço armazenado em “uma nuvem dedicada que trabalha mediante uma rede privada e que entrega ao usuário um streaming adaptativo que pode ir dos 1080p até um mínimo de 320p, segundo a banda que o cliente tenha na hora de assistir ao vídeo”, referiu Stoqui.

“O próximo passo será a exibição de eventos ao vivo, para isso já tenho a estrutura montada e testada” afirmou Stoqui, e Mattar reforçou: “Nossa ideia é no futuro disponibilizar aos nossos usuários eventos ao vivo, como por exemplo a ópera de Nova York. Eventos especiais e de alta qualidade que possam ser exibidos exclusivamente para os usuários do Moony”.
Ante a pergunta da Revista da SET de porque cruzar a fronteira de fabricante de equipamentos e dispositivos móveis para, ainda, oferecer conteúdos, Mattar afirmou que é uma nova corrente de negócios, uma nova forma de rentabilizar um potencial “enorme que tem a empresa já que somos lideres no mercado e podemos oferecer assim um produto diferenciado aos nossos clientes.

Rodrigo Stoqui afirma que a plataforma da Samba Tech permitirá que nos próximos meses possam ser transmitidos eventos ao vivo por streaming no Moomy

A nossa ideia foi criar um novo conceito de canal online na qual o usuário possa construir a sua própria TV” porque “mudamos o conceito, estamos renovando e dando mais valor a nosso ecossistema e criando uma nova forma de ver TV”.
Ele explica que a ideia da Samsung é “criar uma cadeia produtiva intermediaria monetizada para as produtoras independentes, que possuem o conteúdo que muitas vezes está ocioso. Nós teremos uma plataforma de VoD baseada no conceito de curadoria, onde os conteúdos que sejam exibidos serão escolhidos e disponibilizados uma vez aprovados”.
A curadoria será realizada por uma das empresas da Samba Tech, a Samba Ads, com o objetivo de oferecer a curadoria do conteúdo para a plataforma a venda de publicidade online direcionada para os vídeos sob demanda e canais de conteúdo que irão funcionar como programação de TV (modelo linear).
Para assegurar a perfeita utilização do Moony, afirma Stoqui, a Samba Tech além de fornecer toda a tecnologia e publicidade online, também contratou um time completo de profissionais dedicados ao atendimento personalizado dos usuários do produto nos devices Samsung, esclarecendo dúvidas e mantendo um canal aberto com cada um deles.
O serviço é compatível para celulares Android 4.0 ou superiores e que tenham pelo menos 4 polegadas. Nas SmartTVs, os modelos da marca a partir de 2012 com Tizen podem rodar o Moony. A aplicação pode ser baixada no Samsung Galaxy Apps ou no Google Play Store.