SOA – Service – Oriented Architecture

COBERTURA CONGRESSO SET 2012

Por Gilvani Moletta

Objetivo SOA
O objetivo do SOA, que pode ser traduzido como arquitetura orientada a serviços, é tornar mais fácil crescer e agregar novos serviços. A adição de novos produtos e serviços é indispensável para acompanhar o desenvolvimento tecnológico de uma empresa ou de um setor, mas muitas vezes é difícil de implementá-los de forma eficiente.

Por exemplo, no mundo “broadcast” muitas vezes necessitamos adicionar novos recursos a um projeto original e dependendo da situação nem sempre conseguimos executar de forma eficaz, sem traumas, porque em geral os novos recursos devem trabalhar com elementos que não são expansíveis, ou que não possuem soluções de integração.

A Arquitetura Orientada a Serviços é baseada em componentes que funcionam perfeitamente entre si. Por exemplo, uma empresa vende computadores através de uma loja online e depois de alguns meses de sucesso de vendas a empresa decide adicionar um departamento de softwares. Um componente “SOA” convenientemente acrescenta uma nova secção para o setor de softwares. A empresa, então, quer adicionar novas opções de entrega, um componente de transporte “SOA” faz a adição das novas opções de entrega tão fácil quanto verificar em um painel de controle administrativo. Inicialmente, a empresa só oferecia suporte de correio electrônico, mas depois decide que a adição de suporte por telefone seria benéfica. O componente de apoio de telefone permite que os representantes de telefone procurem os pedidos dos clientes da mesma forma que os especialistas de e-mail.

Basicamente, “SOA” torna possível adicionar novos recursos e serviços sem precisar criá-los a partir do zero. Em vez disso, eles podem ser adicionados ou modificados conforme a necessidade, tornando simples e eficiente a expansão de um sistema.

Sinergia SOA;
Ambos os líderes de negócios e técnicos são igualmente interessados em SOA, porque possibilita alcançar um melhor alinhamento entre negócios e TI, permitindo mais flexibilidade na infraestrutura de TI simplificando a implementação de integração. SOA é uma ponte que cria uma relação simbiótica e sinérgica entre esses dois mundos, visando um resultado equilibrado entre o interesse do cliente e a tecnologia da informação.

Cenário de Sistemas;
A arquitetura corporativa e soluções broadcast de TI é frequentemente visto como uma coleção de aplicativos. Concepção, desenvolvimento, melhorias e manutenção de sistemas de software giram em torno de aplicações. Essa sistemática leva a criação de silos separados dentro da arquitetura da emissora, resultando em caros e inflexíveis sistemas de TI. Cada aplicativo é construído para uma única finalidade com suas próprias coleções de dados e para um único conjunto de usuários. Como resultado implementa-se apenas um subconjunto das funções, utilizando e produzindo apenas um subconjunto dos dados e, normalmente, sem preocupações com outro processamento dentro da própria corporação. Estes silos podemos definir como ilhas de dados e ilhas de automação.

 

Ilhas de dados
Neste caso, cada um tem seu próprio significado ou definição de objetos da corporação. Por exemplo, enquanto que em uma aplicação o objeto “local”, define a localização de forma genérica, em outro aplicativo o mesmo campo também inclui a localização geográfica com referência em um programa de mapa, ou se um campo por exemplo “descrição” tem o mesmo significado em duas aplicações, uma delas pode defini-lo por um conjunto de linhas e outro trata como, descrição, palavras chaves e link com descrição na internet. Em nenhum desses casos é fornecido um quadro completo e definitivo desses dados, criando assim problemas de integridade.

Ilhas de automação
Cada ilha de automação concentra-se em um conjunto limitado de atividades dentro do sistema. Por exemplo, a aplicação de ingestão de áudio e vídeo se preocupa somente com o nome da pauta, sem considerar o papel e o lugar dessas atividades em todo o processo, a consequência dessa descontinuidade recai sob o usuário que necessita de todas as informações para realizar seu trabalho, impactando negativamente na produtividade, assim como a duplicação entre os processos em diferentes ilhas de automação.

Os efeitos das ilhas de dados e automação são invisíveis ao nível da aplicação individual. No entanto, podem causar problemas significativos no nível geral, a redundância de dados de negócios entre as ilhas de dados cria imprecisão de dados do sistema, mesmo quando uma sincronização periódica ocorre, os dados são muitas vezes contraditórios e difíceis de conciliar. Como as aplicações são independentes evoluem de forma independente aumentando a complexidade do problema.

Esse tipo de fluxo cria um organismo que cresce de forma exponencial aumentando significativamente a dificuldade da gerência, gerando custos altos em decorrência das inúmeras dificuldades que esse fluxo cria.

O problema consiste em tentar coesão entre dados e rotinas de aplicativos que nunca foram projetados para trabalhar em conjunto. A maior parte do tempo gasto neste sistema é um esforço em harmonizar os dados desses aplicativos que muitas vezes concorrem um contra o outro. A solução para todo esse sistema complexo e de difícil gerência é a adoção da Arquitetura Orientada a Serviços.

“SOA é uma abordagem arquitetural corporativa que permite a criação de serviços de negócio interoperáveis que podem facilmente ser reutilizados e compartilhados entre aplicações e coporações.” Gartner Group

SOA no broadcast
Pensando no conceito “SOA” em um ambiente de televisão, diria que a abrangência seria em todas as entregas da emissora, já que TI (tecnologia da informação) esta presente na grande maioria dos processos, desde a captação de conteúdos até a gestão de informações de transmissão digital por exemplo.

Mas quero focar em soluções que ultimamente têm chamado atenção e com certeza é uma das áreas que tem mais desenvolvido dentro do ambiente “broadcast”, me refiro ao MAM (Media Asset Manager) que são processos que envolvem tarefas como: ingestão de conteúdos, edição, finalização, exibição, conservação e inserção de metadados de arquivos digitais.

O conceito SOA esta cada vez mais presente nessa área e fornecedores, tais como: Avid, GrassValley, Harris e Sony estão oferecendo soluções baseadas em Arquitetura Orientada a Serviços. Acredito ser consequência das facilidades que a arquitetura proporciona, tais como: facilidade de integração, flexibilidade, adaptabilidade e interoperabilidade.

As soluções não são apenas nichos, ilhas ou setores e sim grandes sistemas que atendem de forma eficaz o todo ou grande parte do processo de Media Asset Manager, junto com a flexibilidade de abarcar futuramente novas possibilidades.

Esses sistemas levam em consideração os complexos fluxos de trabalho baseados em arquivo digital, a dificuldade aumenta pois essa tecnologia deve atender o acesso de inúmeros clientes a grandes quantidades de dados, levando em consideração a necessidade de políticas de acesso em setores específicos do sistema.

A Arquitetura Orientada a Serviço atende usuários individuais em tarefas específicas dentro de um processo, assim como a visão geral do andamento do processo a usuários específicos em todo ciclo de vida de criação de conteúdo e distribuição através de uma interface gráfica, isto é, capacidade de monitorar o progresso.

Conclusão
Representa uma arquitetura de mídia centrada que oferece uma experiência ao usuário de alta performance e personalizável, bem como uma base adaptável e facilmente capaz de expandir para aplicações novas e já existentes e fluxos de trabalho, tanto imediatamente como no futuro. Facilita e agiliza os fluxos de trabalho, concedendo acesso aos ativos de qualquer estação de trabalho. Uma abordagem SOA pode proporcionar uma solução eficaz para problemas atuais e futuros, no que diz respeito aos complexos fluxos de arquivos digitais.

Referências
Do site da empresa IBM http://www.ibm. com/developerworks/architecture/library/ ar-soastyle/

 

Gilvani é Coordenador de Engenharia na EBC-SP .
E-mail: gilvani .moletta@gmail .com