Tecnologia e padrão da TV 3.0 serão definidos em 2024, afirma Ministro das Comunicações

Na abertura do segundo dia do Congresso da SET Expo, o tema da vez foi a TV 3.0

Na abertura do segundo dia do Congresso de Tecnologia e Negócios de Mídia e Entretenimento da SET Expo, realizado em São Paulo, o tema da vez foi a TV 3.0. A tecnologia é objeto de discussão há anos, mas voltou com força à pauta em função da publicação, em abril, da política pública nacional. Essa política estabeleceu um novo patamar para o debate sobre a TV do futuro e criou um calendário de decisões que moldarão a implantação do novo sistema.

Presente ao painel de discussão acerca do tema, o Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, afirmou que a TV 3.0 traz enormes possibilidades, como publicidade interativa, comércio eletrônico integrado e conteúdos exclusivos. Ele listou os diversos grupos de trabalho técnicos para o fomento e a implementação do sistema e destacou que, tal qual foi feito com relação à TV Digital, o Brasil tem tudo para se tornar referência também na TV 3.0. “Ao fim de 2024, teremos uma definição quanto ao melhor padrão e a melhor tecnologia”, disse.

A moderação do encontro coube a Roberto Dias Lima Franco, conselheiro da SET e diretor de assuntos institucionais do SBT. Após uma breve introdução, destacando como a TV e o comportamento de massa estão longe de acabar, chamou Raymundo Barros, também conselheiro da SET e presidente do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre.

“Se pudesse resumir em uma frase, o objetivo com a TV 3.0. é inserir definitivamente a TV na economia digital, trazendo modelos e métricas típicas desse ambiente”, disse Barros. No Brasil, lembrou, 52% do share de consumo pertence à TV Aberta; já o streaming, com 20%, tem tomado espaço da TV Paga, hoje com 8%. “Cada vez mais, as pessoas têm combinado streaming com a TV aberta. Temos uma janela de oportunidade para que a TV 3.0 congregue esses dois mundos distintos, a escala de um com a segmentação de outro”.

Para Moisés Queiroz Moreira, conselheiro da Anatel, a TV 3.0 não é mais uma expectativa, mas uma realidade a partir do momento em que se tem uma política pública encaminhada. “Nossa agência, como responsável pelos espectros brasileiros, por natureza finitos e escassos, fará seu trabalho para garantir uma implementação efetiva e segura”. 

Já Flávio Lara Resende, presidente da ABERT, ressaltou a importância de se criar linhas especiais de crédito para garantir a capacidade de investimento do setor de radiodifusão e que se destine recursos públicos para adaptar os equipamentos de famílias de baixa renda – tal qual foi feito quando da migração para a TV Digital. Márcio Silva Novaes, presidente da ABRATEL, foi na mesma linha e sublinhou que devemos “valorizar os produtos culturais brasileiros, feitos por brasileiros e exportados para dezenas de países”.