Painel Educação para o Futuro discute desafios para impulsionar a qualidade do ensino no mundo digital

Os desafios para democratizar a educação e preparar as novas gerações para um futuro cada vez mais digital foi debatido no painel ‘Educação para o Futuro’

Os desafios para democratizar a educação e preparar as novas gerações para um futuro cada vez mais digital foi debatido no painel ‘Educação para o Futuro’, que faz parte da trilha Full Connect do Congresso da SET EXPO 2023. A apresentação ficou a cargo de Wagner Kojo, conselheiro SET e curador do SET eXPerience Full Connect. A mediação do debate foi feita por José Luiz Nogueira, CEO da Cientik.

Nogueira ilustrou o desafio e as barreiras da educação dizendo que, “no Brasil, a educação tem infraestrutura do século 19, professores do século 20 e alunos do século 21”. Para ele, é urgente que se coloque todos no mesmo patamar para que o ensino dê um salto de qualidade. Para isso, ele acredita ser necessário dar aos professores novas ferramentas de ensino.

Ele demonstrou como a plataforma Cientik pode ser uma ferramenta de apoio para alunos e professores desenvolverem novas habilidades e conhecimentos alinhados às demandas do futuro. Com conteúdos em formato de seriado e linguagem dinâmica, adequada a um novo público, os cursos são todos orientados pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular).

Bruno Lopes Correia, Secretário Adjunto de Educação da Prefeitura de São Paulo, reforçou a importância do investimento na capacitação de professores e de alunos para os desafios digitais. Lembrou também que é preciso focar em uma questão fundamental: manter crianças e jovens na escola. “Temos a missão de manter nossos alunos motivados a permanecerem na escola, porque a evasão acaba desestimulando outros alunos”, diz Correia.

Na visão de Ewerton Fulini, vice-presidente do Instituto Ayrton Senna, a tecnologia é uma ferramenta muito importante para acelerar o aprendizado. “O problema é que temos vários ‘brasis’ dentro do Brasil e há muita desigualdade entre as realidades”, ponderou. Ele enfatizou ainda o fato de que 80% das matrículas escolares são em escolas públicas e por isso o Instituto Ayrton Senna foca em desenvolver soluções para a formação de professores.

“Antes da pandemia, atuávamos exclusivamente de forma off-line, mas então passamos por um processo de transformação digital no qual digitalizamos nossos conteúdos e criamos plataformas de jornadas formativas 100% gratuitas”, revela Fulini. O executivo destacou ainda que, além das competências técnicas, o instituto foca muito na capacitação para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como tolerância ao estresse, resiliência, motivação, senso crítico e tolerância a frustrações, que são competências cada vez mais valorizadas e necessárias no mundo atual.

Já Hugo Nepomuceno, subsecretário Municipal de Educação do Rio de Janeiro, enfatizou que é preciso ter em perspectiva a necessidade urgente de formar pessoas capazes de produzir e participar da economia do século 21. Para isso, ele acredita na importância de equilibrar na educação o low tech e o high tech, de modo que em algumas escolas do Rio há espaço para que se desenvolva não apenas habilidades digitais, mas também práticas, como marcenaria e costura, que são coisas úteis no dia a dia.

O déficit de mão de obra qualificada no mercado de tecnologia foi abordado por Affonso Nina, Presidente da Brasscom, a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais. Segundo ele, há uma projeção de que, no Brasil, sejam criadas cerca de 170 mil vagas na área de tecnologia por ano no próximo triênio e que o país não está preparado para suprir esta demanda.

“Esse é um gargalo que atrasa o nosso desenvolvimento tecnológico”, explica Nina. “Está na hora do Brasil se posicionar, porque já perdemos muitas oportunidades e em tecnologia a gente não perde o bonde, a gente perde o trem-bala.”