Cases de produção remota atestam como a tecnologia evoluiu nos últimos anos

Produção remota: em relação à produção tradicional, remotas podem reduzir custos em até 70%

A pandemia provocou um avanço acelerado no uso e na evolução da produção remota. O que antes era uma saída emergencial para uma situação inédita de quarentena, hoje é uma ferramenta para ganhos de produtividade e redução de custo. Na prática, é uma solução que reduz a necessidade de grandes equipes e equipamentos na cobertura de eventos artísticos e esportivos, cobertura jornalística ou demandas corporativas.

Esses avanços foram tema de um painel mediado por Cauê Franzon, Gerente Executivo de Tecnologia de TV e Rádio da RBSTV, com a participação de Fábio Eitelberg, diretor-executivo da 2Live Streaming, Igor Moraes, fundador e diretor executivo da Vem TV, e Frederico Pereira, Head of Capture and Production Platform da Globo.

Em sua apresentação, Fábio Eitelberg ilustrou a evolução da tecnologia de mochilink, literalmente, uma mochila, para aparelhos que podem ser presos à cintura. Ele falou sobre as novidades tecnológicas para produção remota, que hoje são utilizadas não apenas por emissoras de TV, mas também no ambiente corporativo em diversas ocasiões.

Exemplo de novidade são as câmeras robóticas, que operam em situações que poderiam representar risco para um operador in loco. Eitelberg explicou que, em relação à produção tradicional, as produções remotas podem reduzir custos em até 70%. Como case, o executivo apresentou uma parceria com a RBS para a transmissão do campeonato gaúcho de futebol, com a captação nos locais dos jogos e o centro de operações em São Paulo.

Com profunda experiência em produção remota, Frederico Pereira discorreu sobre o que, na sua opinião, são pontos fundamentais para se ter sucesso e qualidade com esse tipo de tecnologia. Entre eles estão conectividade intra e inter-regiões, equipamentos que suportam múltiplos protocolos, sites com arquiteturas tecnológicas compatíveis para garantir padronização, desenvolvimento das competências adequadas nas equipes envolvidas, revisão de procedimentos operacionais e otimização de set ups.

Um caso exemplar de como a pandemia obrigou as empresas a experimentarem novas e versáteis tecnologias de produção remota foi trazido por Igor Moraes. Durante o painel ele contou como, em 2020, precisou atender a uma demanda do SporTV para a cobertura de um evento gamer por meio de produção remota. 

“Foram 12 dias de transmissão, com média de seis horas diárias, com narrador, comentarista, diretor de TV, diretor de produto, operador de GC e demais profissionais, cada um trabalhando de sua casa.  Além da parte técnica, o grande desafio foi treinar todos os envolvidos até que estivessem confortáveis em seus respectivos papéis e com o uso da tecnologia”, relatou Moraes. 

“A gente precisa experimentar, tentar fazer e perder o medo da nuvem e do remoto. As ferramentas estão aí para a gente utilizar”, finalizou.