Com MPEG-H na TV 3.0, espectadores terão experiência de áudio que só era possível no cinema

MPEG-H: em shows, será possível definir níveis de áudio para diferentes instrumentos, ajustando o áudio do show como preferir.

O novo padrão de codec de áudio para a TV 3.0, o MPEG-H, promete uma experiência completamente imersiva. Por isso, empresas e emissoras estão se preparando para esta nova etapa de produção e entrega de conteúdo.

Fernando Moura, editor-chefe da Revista da SET, conversou com especialistas que estão envolvidos com as tecnologias que tornam esse avanço possível. Mais do que qualidade de áudio, esta nova tecnologia traz uma ampla gama de recursos de acessibilidade, interatividade e personalização.

Para Renato César Couto, CTIO na Futura Produções, a entrada desse codec de áudio nas transmissões, e a disponibilidade de ferramentas para sua manipulação pelo usuário, vão oferecer uma experiência em áudio que estava disponível apenas em salas de cinema.

Gabriel Thomazini, consultor de Áudio do Fraunhofer Institute for Integrated Circuits, explica que a tecnologia é baseada em três pilares: interatividade e acessibilidade, como ajustes do próprio usuário, seja por preferência ou necessidade; som imersivo, que permite que o usuário seja transportado para o centro do que está sendo transmitido; e entrega universal, que se aplica e se ajusta automaticamente à quantidade de canais do dispositivo onde será consumido.

A tecnologia MPEG-H já está sendo usada na TV 2.5 e já faz parte da programação da TV Globo, que utiliza o codec em mixagem 5.1+4. É o que conta Carlos Cosme, especialista em Inovação no grupo de Telecom do Hub de Infraestrutura e Segurança da Globo.

Entre as possibilidades de uso prático na TV 3.0, Cosme ilustra com um jogo de futebol no qual o usuário poderá escolher qual narrador quer ouvir (caso o broadcaster disponibilize mais de um), ou se quer sem narração e apenas o som da torcida, ou mesmo apenas o som que vem do campo. Em shows, será possível definir diferentes níveis de áudio para diferentes instrumentos, ajustando o áudio do show como preferir.

A experiência de uso da tecnologia deverá ser bastante simples, como explica David Estevam de Britto Jr, head de Product Development na Mirakulo Software. “É uma aplicação interativa contextualizada com o conteúdo audiovisual, a troca entre um tipo de áudio e outro é instantânea, proporcionando uma experiência muito fluida”.