Chave para acelerar a inovação passa por vencer resistências e capacitar pessoas

A inovação exerce um papel fundamental para a indústria de mídia. O tema foi foco de painel mediado por Hugo Nascimento, coordenador do Grupo de Trabalho Indústria 4.0 da SET.

A inovação exerce um papel fundamental para a indústria de mídia. O tema foi foco de um painel mediado por Hugo Nascimento, CTO da AD Digital e Coordenador do Grupo de Trabalho Indústria 4.0 da SET.

Em sua apresentação sobre cultura e processos para estimular a inovação, Daniel Monteiro, Head de Desenvolvimento de Produto & Tecnologia da Globoplay, afirmou que o desafio de quem fala de inovação é colocar a ideia em prática. “Muita inovação disruptiva acaba por não gerar valor algum. Inovação não é ideia. Inovação é transformar uma ideia em algo prático que resolva um problema.”

Para isso acontecer, é preciso superar culturas que têm resistência a riscos e novidades. “Nas empresas, muitas vezes, existem áreas que se sentem ameaçadas por novas ideias e tendem a matar essas ideias logo no início, colocando muitos obstáculos.” Superar isso, explicou Monteiro, passa por entender os processos e as habilidades que geram inovações verdadeiras. Isso exige equilibrar riscos, vencer resistências e estimular de verdade o que é inovador. Também é preciso identificar perfis de pessoas para alocá-las nos lugares certos dentro dos processos de inovação. “Tem quem goste de explorar, quem prefira desenvolver e fazer escalar, e quem se sente melhor otimizando e aprimorando soluções. Entender isso e colocar as pessoas nos lugares onde podem contribuir mais é muito importante”, finalizou Monteiro.

Juliana Paiva, Líder de Parcerias Estratégicas do Google, reforçou que para inovar é preciso mudar a perspectiva: “É preciso pensar não como fazer, mas o que se quer fazer. É preciso se desafiar e testar novas ideias. Para isso, a colaboração dos agentes dos ecossistemas de mídia digital é fundamental.”

Maria Augusta Orofino, CEO da Mabiz, abordou a perspectiva de pessoas, porém trazendo um desafio gigante para o país e as empresas inovarem mais. “Na inovação, tecnologia é importante, mas precisamos de pessoas capacitadas para fazer isso acontecer”. O cenário nacional trazido pela executiva mostra o tamanho do problema. Por ano, são criadas no mercado cerca de 800 mil vagas para desenvolvedor, mas apenas 53 mil profissionais são formados por ano, sendo que, desse total, só 17% estão realmente preparados para o mercado.

As causas desse déficit são muitas, entre elas a falta de acesso a recursos tecnológicos básicos por parte da população, a falta de investimento na educação pública, os abismos sociais e econômicos do país, a formação inadequada de professores e a falta de estímulo à pesquisa.

Na visão de Orofino, fala-se muito de tecnologia e inovação, mas é preciso lembrar que são as pessoas que impulsionam essas tecnologias e inovações. “Todas as pessoas são inovadoras, desde que sejam capacitadas e motivadas para isso”, afirma.