Dados apresentados em painel indicam futuro dos hábitos de consumo de vídeo

Poucas coisas são mais dinâmicas e merecem mais atenção do que a mudança nos hábitos de consumo de mídia. Para conhecer o cenário atual e acompanhar suas transformações, o painel Tendências: o Futuro da Mídia reuniu especialistas para apresentarem suas visões e percepções sobre o tema.

Quem mediou a conversa foi Roberto Dias Lima Franco, conselheiro da SET e diretor de assuntos institucionais e regulatórios do SBT, que também trouxe sua visão sobre o tema. “Empreendedor não é quem gosta de risco, é quem lida bem com as incertezas”, afirmou Franco, se referindo à volatilidade com a qual é preciso lidar quando se fala de hábitos de consumo.

“Quem quiser inovar, tem que olhar o que está por trás da demanda, quais são as necessidades que aquela demanda está atendendo”, enfatizou o executivo. “Dados trazem como, quando, onde, por meio de qual device se está consumindo algo, mas é preciso saber porque está se consumindo.”

Jefferson Lopes Denti, sócio da Deloitte, levantou algumas questões sobre como definir esse conceito de metaverso.

Melissa Vogel, CEO da Kantar IBOPE Media Brazil, trouxe alguns dados que ilustram um pouco do comportamento de consumo de mídia. Ela destacou uma pesquisa recente que mostrou que o tempo médio diário de consumo de TV linear do brasileiro é de 5 horas e 37 minutos. Também mostrou que no primeiro trimestre deste ano, 98% das pessoas assinaram algum novo serviço de conteúdo pago.

Vogel mostrou ainda que vem crescendo o uso de TVs conectadas como device para acesso à internet. “A TV já é o terceiro aparelho por meio do qual mais se acessa a internet e muitos dos novos modelos e formatos de vídeo convergem para esse aparelho”, afirmou, se referindo a modelos como FAST, AVOD, SVOD, Open TV e Pay TV. “Todas essas classificações, que diferenciam modelos e formatos, são necessidades de negócios. Na cabeça do consumidor, porém, é tudo muito mais fluido e orgânico, pois ele não faz essa distinção que a gente faz.”

Luis Mauricio Chopard Bonilauri, Managing Director de Media & Entertainment Industry Lead for Latam da ACCENTURE apresentou mais dados para ajudar a entender para onde caminham os novos hábitos de consumo. “Uma pesquisa no Brasil mostrou que 55% das pessoas classificam a navegação pelas plataformas de conteúdo de vídeo como um pouco ou muito frustrante”, revelou Bonilauri, que complementou a informação mostrando que 45% demoram mais de seis minutos procurando algo para assistir.

Se o algoritmo tem sido um tema muito falado quando se trata de conteúdo digital, a pesquisa mostra que nas recomendações ele está longe da perfeição. “Cinquenta e seis por cento das pessoas afirmam que as recomendações que são feitas pelas plataformas não atendem a seus reais interesses. “Por isso gosto de dizer que o melhor algoritmo de recomendação ainda são nossos amigos”, brincou Bonilauri. Ele ainda reforçou como tendência o surgimento dos agregadores inteligentes de conteúdo, vistos como uma opção atraente para 58% dos pesquisados.

Jefferson Lopes Denti, sócio da Deloitte em Inteligência Artificial & Dados, fez provocações sobre o papel do conceito de metaverso nos hábitos de consumo e o impacto nos modelos de negócios. “O conceito de metaverso busca tornar realidade o que chamamos de ‘figital’, que é a conversão do físico com o digital no nosso dia a dia. E isso para atender a diversas necessidades, seja de conteúdo, de consumo, de entretenimento, de trabalho ou de ensino.”

Denti levantou algumas questões sobre como definir esse conceito de metaverso. “É um meio, uma aplicação, um objetivo?”, provocou, acrescentando que, atualmente, entre os grandes players, um dos debates mais importantes se refere à definição de um padrão de tecnologia que possa convergir diferentes modelos e formatos para o metaverso.