Brasil conectado: quais os desafios e os avanços feitos?

Apesar da grande cobertura, dimensão continental do país ainda não garante acesso a todos

“Temos que pensar no Brasil como um país continental. Mesmo os pequenos percentuais sem áreas cobertas representam muita gente”, contou André Bedin Alves, executivo na IBM Consulting.

Muito se fala sobre o futuro das mídias digitais, mas será que já é possível considerar o Brasil como um país conectado? Para apontar números e responder essa questão, Hermano Pinto, diretor geral do núcleo Infra&Tech para o Brasil da Informa (UK), moderou um painel na manhã desta quarta (24), no SET EXPO 2022.

Eduardo Tude, presidente da Teleco Consultoria, mostrou como o Brasil avança na era digital. “93% das crianças e adolescentes entre nove e 17 anos são usuários de internet, acessando principalmente pelo celular. Temos 121 aparelhos para cada 100 habitantes, com uma cobertura em 2G em todos os 5.560 municípios. Apenas 23 cidades não possuem o 3G e, outras 93, o 4G”, relatou.

“Temos o desafio das legislações municipais de antena para o 5G, que abrirá novas possibilidades. Há locais onde não se consegue instalar por não haver uma regulamentação do terreno, o que dificulta para as operadoras levar esse serviço para a população. Em 15 das 27 capitais, a legislação ainda não foi atualizada”, avaliou Diogo Della Torres, coordenador de infraestrutura na Conexis Brasil.

Os debatedores também ressaltaram o crescimento da internet da área rural. “Temos que pensar no Brasil como um país continental. Mesmo os pequenos percentuais sem áreas cobertas representam muita gente”, contou André Bedin Alves, executivo de evolução de redes, AI e 5G para a América Latina na IBM Consulting.

“A resposta se somos conectados é ‘depende’. O endereço em que se está tem grande influência. As pessoas pensam muito mais em estabilidade e conectividade hoje em dia do que em velocidade, pois com 15 mega você consegue assistir um bom vídeo. Ainda temos o desafio do cobertor curto, pois, por exemplo, cerca de 14 milhões de pessoas ainda acessam a TV pela banda C, que será desligada com o 5G. Então, é bem complicado. Precisamos olhar para frente sem esquecer de ver o retrovisor”, avaliou Mauricio Almeida, CEO da Watch Brasil.

“É normal que a tecnologia chegue primeiro e, depois, se veja onde ela será aplicada. A Anatel tem adotado medidas para você ter melhor acesso, gerando mais oferta e uma maior qualidade, com preços que agradam ao consumidor”, ponderou Vitor Menezes, diretor de relações institucionais da Ligga Telecom.