Banda Ku: processo de encerramento do sinal analógico deve ganhar fôlego nos próximos meses

Ainda aquém do que era esperado pela Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão), o desligamento do sinal analógico deve ganhar fôlego nos próximos meses e fazer com que mais de 18 milhões de famílias brasileiras, enfim, recebam o sinal da Banda Ku em suas casas.

É o que afirmou Samir Nobre, diretor geral da Abratel, que foi um dos debatedores do painel Nova Parabólica: A Migração para a Banda Ku, que aconteceu nesta terça-feira (23) na Set Expo, no Expo Center Norte, em São Paulo.

Nobre afirmou que, apesar do ritmo do desligamento ter sido melhor devido a uma série de fatores, como a adoção de uma comunicação massiva sobre o tema para informar a população da mudança e dos seus direitos, a expectativa é que, em breve, a migração correrá “de cruzeiro” até que toda a mudança seja completada.

A migração das recepções domésticas de parabólica da Banda C para Banda Ku será, em parte, custeada com os recursos arrecadados pelo Leilão do 5G.

Esse foi um dos pontos levantados no painel, que contou com a presença dos palestrantes: Maximiliano Salvadori Martinhão, secretário de Radiodifusão do MCom (Ministério das Comunicações), Moisés Queiroz Moreira, conselheiro da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), e Leandro Guerra, CEO da Entidade Administradora da Faixa, além do também debatedor Luiz Carlos Abrahão, diretor de tecnologia da ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), e da moderadora Ana Eliza Faria e Silva, gerente sênior do Regulatório de Tecnologia da Globo.

O secretario do MCom relembrou que o ganho da população com a migração não está somente no fato de um sinal de maior qualidade, mas também na oportunidade de regionalizar os conteúdos. Porém, Martinhão afirma que há um processo de conscientização importante ainda em curso, que engloba atender as 10 milhões de famílias que integram os programas sociais do governo federal (CadÚnico), que poderão receber gratuitamente o kit com os novos equipamentos para receber o sinal da nova faixa. Porém, essa demanda ainda está muito baixa, o que pode estar relacionado com os streamings e os canais abertos piratas via banda larga.

A migração das recepções domésticas de parabólica da Banda C para Banda Ku será, em parte, custeada com os recursos arrecadados pelo Leilão do 5G. Esse sinal será enviado para áreas remotas, principalmente na região Norte, via cabeamento que passa pelo leito do Rio Amazonas, possibilitando que a população tenha acesso a um sinal melhor de TV aberta para se entreter e se informar. A mudança também é vista como uma maneira de combater a pirataria.