SET e Trinta: painel de satélites traz lançamentos e luz para a tecnologia

Painel de Satélites – SET e Trinta, NAB Show 2018. Foto: Tainara Rebelo

“O satélite vai morrer? Não vai. Sem duvida é o meio mais barato, abrangente e eficiente de fazer distribuição de conteúdo banda larga por meio de estrutura ponto-multiponto”, garante o moderador do Painel: Satélites, o mundo visto de cima, Frederico Rehme, diretor de ensino da SET.

O painel foi o segundo a acontecer na manhã desta segunda-feira (09), no SET e Trinta, e reuniu empresas e profissionais que trabalham com satélites para elencarem as soluções encontradas para que o sistema continue funcionando em meio à evolução tecnológica atual.

“Uma das coisas mais importantes a serem destacadas é o papel do satélite nessa nova fase da indústria no broadcast. Esse cenário deixa cada vez mais relevante o papel do satélite como fornecedor de capacidade, se acrescido com a nova função de oferecer serviços. A gente tem trabalhado desenvolvendo soluções para algumas emissoras que estão enfrentando dificuldades em fazer o switch-off, fragmentando assim as suas audiências”, explica Cristi Damian, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Advantech Wireless Technologies. “Conhecendo as demandas desta necessidade vamos ter como resolver”, afirma.

Dados apresentados pela Eutelsat, apontam que, de todas as mudanças que atuais do mercado, com o advento do OTT, o satélite é a comunicação imbatível para distribuição ponto-multiponto. “Se você tem um canal em um ponto central e precisa distribuir para diversos outros e depois replicar em outros pontos terrestres, use o satélite. É econômico, e eficiente. O desafio, entretanto, é transmitir maior quantidade de informação (taxa de Mbps) em uma nova banda, em MHz”, pondera Marcelo de Amoedo, Diretor de Vendas e Broadcast Services da Região Sul na Intelsat.

Dentre os principais desafios em unificar a tecnologia, Amoedo citou um estudo de caso no qual foi preciso adaptar o uso de banda dos satélites pra a transmissão de eventos esportivos europeus aqui no Brasil. “Como a maior parte de eventos esportivos na Europa e no cone sul são banda KU e no Brasil são de banda C, na maioria das vezes, emissoras aqui não tem antena para fazer essa transmissão e precisam contratar outro link para transmitir no satélite local. Agora tem um novo satélite que transmite em C-HTS de alta capacidade, o IS-29, primeiro satélite HTS com transmissão cruzada. Ele pode subir pra banda KU sem precisar fazer turnaround”, explica.

Soluções semelhantes vem sendo desenvolvidas no mercado e gerado uma esperança para os profissionais do setor.

Com o lançamento no Brasil anunciado em primeira mão no SET e Trinta  pelo vice-presidente de Vendas e Desenvolvimento de Mercado da SES Video América Latina, Jurandir Pitsch, uma das soluções apresentadas foi do ecossistema para transmissão de canal UHD, desenvolvido primeiramente nos EUA. “São dois satélites transmitindo 4 canais, em setembro haverá mais canais, mas ainda não fui autorizado a dar mais detalhes”, explica. De acodo com o palestrante, são dois canais comerciais e dois de promoção, sendo um deles da NASA, e um da SES. “São ótimos para geradores de conteúdo em 4k”, garante.

Outra tecnologia é o VOD Everywhere. “Muitos lares no Brasil não têm internet  a ponto de não poder transmitir um “Netflix” em casa. Criamos tecnologia fim a fim onde subimos e descemos o sinal em casa, oferecendo um sistema VOD completo, com porta para sistema ao vivo”. Este recurso foi lançado no IBC em 2017 e agora no NAB Show é inaugurada a possibilidade multitela, “até cinco conteúdos simultâneos”, finaliza.

Tainara Rebelo, de Las Vegas.