SES-17 é lançado com sucesso do foguete Ariane 5

Lançamento SES-17/ Foto: Divulgação

Satélite de última geração a serviço das Américas transformará o cenário de conectividade da aviação e acelerará os programas de inclusão digital na região, afirma a empresa

A SES anunciou que o satélite SES-17 foi lançado com sucesso ao espaço a bordo do foguete Ariane 5, da base de lançamento espacial europeia em Kourou, Guiana Francesa, no dia 23 de outubro, às 23h10 em horário local, 22h10 no horário de Brasília.

O novo satélite tem multimissão em banda Ka e “fornecerá uma cobertura abrangente nas Américas, no Caribe e no Oceano Atlântico. De seu posicionamento orbital de 67,1º oeste, esse satélite geoestacionário (GEO) de altíssima capacidade, com tecnologias de ponta, está configurado para fornecer a melhor experiência de conectividade”, afirma a empresa

Construído pela Thales Alenia Space, o equipamento representa um marco importante na tecnologia de satélites como “o primeiro satélite geoestacionário em órbita a embarcar uma carga útil totalmente digital alimentada pelo processador digital transparente (DTP). Ele terá quase 200 feixes que podem ser conectados a qualquer outro feixe a qualquer momento”. Isso, combinado com a capacidade de alterar dinamicamente a alocação de potência e frequência o torna um satélite ágil e versátil.

Coletiva de imprensa para jornalistas brasileiros de executivos da SES / Foto: Reprodução

Em coletiva de imprensa virtual para jornalistas brasileiros, realizada na terça-feira, 19 de outubro, Ruy Pinto, CTO da SES, afirmou que “a tecnologia colocada no espaço é a mais avançada e versátil da nossa frota, sendo um satélite que pode direcionar a potência e os feixes da forma que for necessária”, já que como o dispositivo tem a capacidade de alocar potência, espectro e radiofrequência “podemos focar a potência de um avião do Rio de Janeiro até a Florida/EUA,  acompanhando o caminho do avião, por exemplo”. Tudo porque o satélite tem, entre os seus recursos, infraestrutura terrestre avançada que permite integração multi-órbita com um único terminal.

Pinto disse à reportagem que o tamanho do SES-17 é de 46 metros, “com 12 painéis solares que geram mais ou menos 25 kW, isso para manter o satélite com bateria quando ele não consegue enxergar o sol”. Ele comentou ainda que a sua posição orbital e seus 200 feixes de Banda Ka com até 16 gateways, em países como Canadá, Chile, México e Colômbia, o tornam muito ágil. A empresa está avaliando se o teleporto de Hortolândia, interior de São Paulo, pode ser uma opção viável para ter um gateway próprio.

Omar Trujillo, Vice-presidente de Dados Fixos das Américas na SES Networks / Foto: Reprodução

Este é, segundo Pinto, o  primeiro satélite GEO com carga útil totalmente digital alimentado por processador digital transparente, será o primeiro satélite a aproveitar o Controlador Automático de Recursos (ARC) para gerenciar implantações entre GEO e MEO. “Conforme a demanda dos clientes, o satélite muda e começa a gerenciar a transição entre órbitas e entre outros serviços de orquestração como, por exemplo, com a Microsoft Azure, agora com a Amazon, e no futuro com a Google. Com o SES-17 virtualizamos  a operação e geramos interoperabilidade, sendo o primeiro passo para redes de satélites interoperáveis com os novos sistemas SES-17 e O3b Mpower com padrões abertos e integração de redes definidas por software”, comentou.

Foto: Reprodução

Pela sua vez, Omar Trujillo, Vice-presidente de Dados Fixos das Américas na SES Networks, disse que “a solução ajudará os governos para a inclusão digital e para pequenos provedores de internet, mas sabemos que ainda falta muito a fazer para levar conectividade a todas as populações. Hoje apenas 40 milhões recebem conectividade via satélite, e em países como o Brasil podemos continuar a reduzir os problemas de acesso a banda larga em lugares que não têm conectividade”.

Vale lembrar que o Brasil tem a menor penetração da internet na América do Sul A média de alcance na região é de 72,4% ,com 181,87 milhões de cidadãos sem acesso à internet. Dentre os países sul-americanos, o Brasil chega a 70,3% de acessos, enquanto o Chile (que é o primeiro colocado) tem 92%. “Chile é um país pequeno e isso facilita, o Brasil tem dimensões continentais, o SES-17 pode ajudar a levar acesso a populações remotas”, afirmou o executivo.

Por Fernando Moura, em São Paulo