Regionais SUL 2022 – A transformação e relevância do Rádio: aspectos regulatórios, tecnológicos e de mercado

A tarde do Regional Sul começou falando de rádio, a sua jornada digital e as mudanças geradas pela pandemia, e migração para banda estendida

O painel de rádio e a sua evolução foi moderado por Carlos Fini, Presidente da SET; Alexandre Gadret, presidente da Rede Pampa de Comunicação;  Rhadam Miranda, Gerente de Tecnologia Rádios do Grupo RBS; e Marcos Dytz Piccoli, Diretor Executivo, Grupo RSCOM.

Fini abriu a conversa falando da competição na área da rádio e como ela tem uma audiência crescente. Ele disse que o rádio precisa lidar até com o kit multimídia do carro. Além disso, ele precisa concorrer com o celular e as suas funcionalidades. O aparelho rádio deixou de estar presente no dia a dia das pessoas de forma individual como antes. A concorrência no veículo, a pessoal no dispositivo tem deixado dúvidas no mercado anunciante sobre se é bom continuar anunciando no rádio.

Rhadam Miranda falou de engenharia e como a rádio consome tecnologia e o seu ganho em termos de modelo de negócio. Ele falou de codec e contribuições externas, que dividiu em 4 frentes, começando por codec de aplicativos que permitiram aumentar o volume de produção externa, o que na pandemia foi fundamental já que com “investimento baixo e ágil, permitiu ter uma solução integrada durante a pandemia”. Por outro lado, com codec tradicionais, a “vantagem passa pelo bonding”.

Outra forma, explicada por Miranda, foram os codec em nuvens para contribuição externa com baixo investimento para o programa “Tá vazando – Atlântida” para reduzir custos e permitir a entrada em cinco (5) das nossas rádios. Finalmente, ele explicou como se produzem as lives on-ar  com reformulação da jornada esportiva da rádio gaúcha com um complemento de vídeo usando o Youtube que é “jogado no Facebook, sites e apps do grupo com uma estrutura de produção tradicional por software com captação em estúdios como estádios e home off”.

Estrutura Lives On Ar da Rádio Gaúcha / Foto: Reprodução

 

Marcos Dytz Piccoli, Diretor Executivo do Grupo RSCOM, afirmou que “o rádio vai ser buscado pelo ouvinte, independentemente da plataforma. Ele é a fonte de informação verdadeira, seja qual fora a plataforma. Aqui nos importa a isonomia jurídica, sobretudo em período eleitoral que temos tanta disparidade com as mídias digitais. Não queremos regular a internet, mas precisamos ter as mesmas regras para evitar as fake news. Estamos preocupados com a vinculação política da radio comunitária. Mas estamos felizes pelo chip no celular e a faixa estendida. A radiodifusão somos um dos setores mais regulamentados da economia, mas sem isonomia jurídica vai ser difícil”.

Para Piccoli a tecnologia está para ser usada, mas a relevância do rádio passa pelo conteúdo que ela produz, e a rádio “tem usado a nossa emissora como um lugar onde se criam eventos e novos negócios com base na rádio e o seu potencial. Temos de competir e ser competentes, por isso no interior usamos o rádio para gerar novos negócios”.

Alexandre Gadret, presidente da Rede Pampa de Comunicação, disse estar feliz por ter sido lançada a primeira rádio em FM estendida (eFM) em Porto Alegre. “Nos estaremos onde o ouvinte estiver. Para termos longa vida, precisamos ser competentes. A isonomia é uma briga injusta. Nossa experiência com eFM  (Libertade FM) tem sido muito boa, com medidas que ajudaram a sobrevivência do mercado, mas precisamos de uma renovação do parque com FM estendido é  gradual, mas começou”. Ele fechou dizendo que hoje “a competição da rádio não é com outras rádios, mas sim com o mundo, com os conteúdos espalhados na internet”.

O painel teve ainda interessantes aportes do público presente que chegou a centena de pessoas, que tiveram a ver coma incorporação dos canais 5 e 6 na faixa estendida.

 

Por Fernando Moura
Fotos: Luana Bravo – SET e Anderson Moura – Wolfram Engenharia