Campus Party15 vislumbra o futuro da tecnologia

Evento reúne mais de 100 mil pessoas em São Paulo, junta atividades para diferentes públicos apaixonados pelo universo high tech, e mostra que tecnologia está em todos os espaços do cotidiano.

A Campus Party Brasil finalizou este domingo, 30/7, no Pavilhão de Exposições do Distrito Anhembi, em São Paulo, com uma série de atividades, atrações, palestras e workshops. Ao longo dos seis dias de duração, a Campus Party Brasil reuniu especialistas e apaixonados por Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Blockchain, Cultura Maker, Educação, Empreendedorismo, entre outros temas, proporcionando um ambiente de aprendizado, troca de conhecimento e networking.

Ao todo mais de 100 mil pessoas passaram pelo evento, sendo que mais de 25 mil campuseiros estiveram na Arena, representando o recorde de público na área fechada do encontro. “Estamos muito felizes com a participação do público na CPBR15 e endereçamos esse resultado a participação das centenas de comunidades que nos ajudaram a construir o conteúdo e a engajar o público presente. A Campus Party sempre foi um evento de comunidade e dar espaço para elas é garantir que inovações e disrupções nasçam aqui dentro, tornando o evento um espaço rico de troca e conhecimento”, afirma Tonico Novaes, CEO da Campus Party Brasil.

Outro grande destaque do evento foi a presença de crianças e adolescentes estudantes das redes municipais e estaduais de São Paulo. “Mais de 9 mil crianças puderam vivenciar um pouco da experiência da Campus Party (CPBR15), participando de oficinas, palestras e se divertindo nos games e acompanhando as batalhas de robôs”, disse Novaes.

Ciência e Futuro

Uma das principais palestras foi “Viagem ao Futuro – Fazendo dele um lugar que queremos visitar”, ministrada pela escritora britânica, Lucy Hawking, que compartilhou um pouco do que aprendeu com seu pai, Stephen Hawking, em mais de 15 anos trabalhando com ele. E como essas lições se tornam cada vez mais importantes no mundo de hoje. Ela lembrou da vida e do trabalho junto a um dos físicos mais importantes do mundo, que faleceu em 2018, e disse que tudo com o seu pai foi uma verdadeira aventura.

Lucy disse, ainda, que o pai lhe ensinou que a ciência só é possível de ser compreendida se não é temida, por isso, deve ser ensinada de forma lúdica para, desta forma, despertar o interesse de crianças e jovens nela. “Se ensinamos a ciência apenas por meio de estatísticas e gráficos, ela vai dar medo. Acredito que seja possível falar sobre ciência de forma simples e acessível, para que dessa forma todos entendamos e tenhamos acesso ao conhecimento”.

A escritora comentou a uma plateia de centenas de campuseiros entusiasmados, que “para ensinar ciência às crianças, os educadores devem falar dela de uma forma mais genérica, com exemplos, ensinando que a ciência e a sociedade caminham de mãos dadas”, porque é fundamental “criar um relacionamento com ela. Quando era criança estávamos aterrados com os buracos negros, e ele me explicou que eles não eram assim tão pretos, e que não devoravam ninguém”.

IoT no dia a dia

O professor Flavio Guimarães do canal Brincando com Ideias, afirmou na palestra “IoT sem Limites: Desvendando a Potencialidade da Tecnologia LoRaWAN”, que há que pensar na comunicação de devices como uma comunicação bilateral e que os sistemas trabalham com pouca transferência de dados, “o que importa é que estejam interconectados e possam enviar dados nos momentos necessários”.

Guimarães disse que é possível explorar as possibilidades sem limites da Internet das Coisas (IoT) por meio da tecnologia LoRaWAN. “Está é uma tecnologia de comunicação de longo alcance e baixo consumo de energia, projetada especificamente para conectar dispositivos IoT de forma inteligente e eficiente”, que se destaca das demais por ser uma tecnologia de código aberto, “não é proprietária e o seu protocolo de comunicação permite desenvolver soluções robustas e escaláveis para a conectividade IoT. Ele disse ainda que os principais  benefícios-chave dessa tecnologia são a sua ampla cobertura, capacidade de penetração em ambientes internos e externos, além da longa duração da bateria para dispositivos alimentados por energia limitada”.

Na edição 211, cobertura completa da edição 2023 do Campus Party.

Por Fernando Moura, em São Paulo