COVID-19: Aumento do consumo de lives e videoconferências

Pesquisa revela que metade dos usuários de smartphone conversaram mais em vídeo e viram mais eventos online durante o isolamento social

Inquérito Panorama Mobile Time/Opinion Box – Uso de Apps no Brasil analisou o consumo de transmissões ao vivo (Lives) e de videochamadas. A inclusão desta sondagem foi motivada pelo isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19, que levou os brasileiros a ficarem em casa para sua proteção, mas também para trabalhar, estudar e acompanhar os filhos nas salas de aula virtuais, elevando o número do consumo deste tipo de conteúdo por meio de dispositivos móveis.

No caso das videochamadas, entre os 2.017 brasileiros pesquisados entre 6 e 13 de maio de 2020, com 16 anos ou mais e que possuem smartphone, 88% afirmaram que já realizaram uma videochamada com o seu aparelho. Esta é uma prática mais comum entre as pessoas de 16 a 49 anos (90%) e entre os mais velhos (com 50 anos ou mais), o percentual é de 81%. Entre aqueles que usaram este recurso pelo smartphone, 52% afirmam que o hábito aumentou desde a quarentena e 39% dizem que a frequência não mudou e apenas 9% responderam que diminuiu.

Entre os estratos sociais, 65% dos usuários nas classes A e B declaram terem aumentado a frequência de videochamadas com a pandemia, enquanto nas classes C, D e E o percentual é de 48%. Segundo o organizador da pesquisa e editor do Mobile Time, Fernando Paiva, estes números podem ser explicados pela natureza das atividades profissionais e os empregos dos brasileiros. “No grupo com maior renda há uma proporção maior de pessoas que trabalham em escritórios e que, durante a quarentena, passaram a trabalhar em casa, realizando videochamadas”, comenta ele.

Segundo a pesquisa, o aplicativo mais utilizado para esta modalidade de conversa em vídeo é o WhatsApp, experimentado por 95% entre aqueles que já realizaram chamadas em vídeo. “É natural a liderança desse app se levarmos em conta que ele é o mais popular do Brasil, instalado em 99% dos smartphones, de acordo com a mais recente pesquisa Panorama Mobile”, comenta Paiva. Em seguida, de acordo com a pesquisa, aparecem o Messenger (30%), Skype (26%) e Zoom (22%), este um novato.

As transmissões ao vivo crescem durante o isolamento social

No período de pandemia, os eventos presenciais foram substituídos pelas lives, em um formato que fez aumentar o uso dos smartphones para acesso a diversos tipos de conteúdo. Entre os pesquisados pelo Panorama Mobile Time/Opinion Box – Uso de Apps no Brasil, 75% dos internautas brasileiros afirmaram que já assistiram a uma transmissão ao vivo na tela do seu aparelho, dos quais 66% aumentando a frequência de visualização desta modalidade de eventos no período de confinamento em casa. O hábito é mais comum entre os jovens entre 16 e 29 anos são 83%. A proporção cai para 76% no grupo de 30 a 49 anos e para 59%, no grupo com 50 anos ou mais. Segundo a pesquisa, não há diferenças significativas por classe social ou gênero, mas sim por região do Brasil: o Nordeste está à frente entre aqueles que já assistiram a lives, com 84%. Na região Sul, o índice é menor: 70%.

Considerando o período de 12 meses, saltou de 38% para 51% a proporção de internautas brasileiros que assinam um serviço de streaming de filmes ou séries. A plataforma mais usada para consumo deste conteúdo são YouTube (84%), seguida por Instagram (54%) e Facebook (41%).

A preferência pelas plataformas, contudo, varia de acordo com idade, classe social e gênero. No público que vê lives no Instagram, por exemplo, há uma predominância de mulheres e de jovens entre 16 e 29 anos. No uso do Facebook para ver lives, por sua vez, a proporção é maior entre as pessoas das classes C, D e E do que entre aquelas das classes A e B. O YouTube é mais democrático na análise demográfica: não há diferenças expressivas por gênero, idade ou classe social.

Por Fernando Moura, em São Paulo