América Latina tem apenas 20% do espectro móvel sugerido pela UIT para 2020

Pesquisa mostra uma disparidade marcada na região em matéria de alocação de espectro

O estudo apresentado pela 5G Americas reforça que apenas nove países da região alocaram 400 MHz de espectro radioelétrico ou mais. Contudo, nenhum dos mercados analisados estão abaixo dos 50% recomendados pela UIT para 2020, ainda que os planos dos reguladores observam que pode haver disponibilidade relativamente próxima de 7.427,95 MHz para toda a América Latina.

Porcentagem de espectro alocado comparado com o recomendado para 2015 e 2020 pela UIT (referência – maio de 2020)/Fonte: 5G Américas

A média de espectro radioelétrico alocado para serviços móveis na América Latina para maio de 2020 era de 392,1 MHz.  Esta quantidade é apenas 20% dos 1.960 MHz recomendados pela UIT para este ano, segundo aponta a última edição do estudo “Análises das Recomendações de Espectro da UIT na América Latina”, elaborado pela 5G Americas, que analisou a situação das frequências abaixo dos 3 GHz alocados para serviços móveis na região.

A América Latina contava com uma penetração móvel de 109 assinaturas para cada 100 habitantes para o final de 2019, segundo estimativas da 5G Americas baseadas em dados dos reguladores e da UIT. Com serviços de banda larga móvel, UMTS/HSPA e LTE, em todos os mercados, segundo a pesquisa, 14 contam com redes LTE em espectro AWS (1700-2100 MHz), 10 desenvolveram redes de banda larga móvel em espectro de 2,5 GHz e 12 contam com redes 4G LTE em espectro de 700 MHz.

“Os reguladores da América Latina devem compreender a importância de projetar implementações de médio e longo prazo para alocar a quantidade de espectro adequada para obter maior conectividade nos países. Especialmente nas áreas rurais ou remotas, já que para as economias latino americanas essa atividade é importante no aparato produtivo do país e as tecnologias sem fio são a única alternativa viável para oferecer serviços de banda larga”, explicou José Otero, vice-presidente para a América Latina e para o Caribe da 5G Americas.

A pesquisa mostra uma disparidade marcada na região em matéria de alocação de espectro. Apenas nove dos mercados analisados concederam 400 MHz ou mais de espectro para telecomunicações móveis, enquanto que cinco países da região alocaram menos de 300 MHz para serviços móveis. Entre os mercados com mais espectro alocado e aquele com menos existem diferenças de até cerca de 400 MHz.

O estudo “Análises das Recomendações de Espectro da UIT na América Latina” elaborado pela 5G Americas pode ser baixado aqui.