Órgãos envolvidos na migração da Banda C para a Banda Ku apresentam avanços do processo


A migração da Banda C para a Banda Ku segue em ritmo acelerado para garantir acesso a milhões de residências que dependem de antena parabólica.

A migração da Banda C para a Banda Ku segue em ritmo acelerado para garantir acesso a milhões de residências que dependem de antena parabólica. Esta é uma demanda que surgiu com a chegada da tecnologia 5G, que poderia interferir na qualidade das transmissões e na recepção de antenas parabólicas espalhadas pelo país.

Para apresentar um balanço dos avanços dessa migração, o Congresso do SET EXPO 2023 organizou um painel com alguns dos principais nomes à frente dessa demanda.

A mediação da conversa foi feita por Wender Almeida de Souza, assessor técnico de engenharia da ABRATEL (Associação Brasileira de Rádio e Televisão), e Luiz Carlos Abrahão, Diretor de Tecnologia da ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão).

Souza iniciou contextualizando que a implementação do 5G na faixa de 3.5GHz poderia interferir na recepção de antenas parabólicas de 18 milhões de residências que operam na Banda C. Por isso, o Edital do 5G determinou que os adquirentes dessa faixa custeassem a migração para a Banda Ku. Abrahão, por sua vez, reforçou a importância de proteger a recepção de satélite, que atende a milhões de famílias que têm nesse canal sua principal fonte de acesso à informação, entretenimento e cultura.

Para explicar os avanços conquistados até o momento, foram convidados a falar Alfonso Aurin, sócio-diretor da Aurin, Ana Eliza Faria e Silva, gerente sênior do Regulatório de Tecnologia da Globo, e Antonio Parrini, diretor de operações da EAF (Entidade Administradora da Faixa).

Aurin destacou que a migração para a Banda Ku é também uma importante ferramenta de expansão de cobertura, especialmente em cidades com até 20 mil habitantes, um universo de 3.797 dos 5.570 municípios brasileiros, segundo dados do IBGE. Falou também das vantagens da Banda Ku, como, por exemplo, antenas de dimensões menores e que dispensam uso de filtros, têm disponibilidade no mercado interno e facilidade de instalação.

Silva ressaltou a movimentação do setor em se organizar para atuar com agilidade e encontrar e implementar uma solução para a Banda C. Revelou que entre junho de 2022 e junho de 2023 foram ativados 2,2 milhões de novos receptores. “A migração vem em um ritmo médio de 100 mil ativações por dia”.

Com 1.712 cidades atendidas até o momento, Parrini trouxe números atualizados da EAF, como a desocupação e migração de 15 mil estações FSS e implantação de 6 infovias com 10 mil quilômetros na região amazônica.