Mercado brasileiro para box TV Educar o público está entre os desafios do atual cenário do streaming

Penna, da Globoplay: é importante que as plataformas de streaming tenham sua própria distribuição, para conhecer seu público a partir de informações que só se consegue dentro de casa.

Embora estejamos vivendo a era do streaming e das TVs conectadas, o público em geral ainda precisa ser educado sobre as diferentes plataformas e tecnologias para consumo de conteúdo online. Esta é a percepção dos participantes do painel que reuniu executivos do setor de streaming para discutirem o cenário atual.

No papel de moderador, Salustiano Fagundes, CEO and Co-Founder da HXD Smart Solutions, fez uma apresentação sobre a perspectiva da evolução do mercado e números relevantes sobre o atual momento. Segundo ele, pesquisas indicam que 55% das pessoas dizem assistir mais TV por causa do streaming, 45% afirmam que o streaming mudou a forma como consomem conteúdo na TV e 73% consideram maior a chance de encontrar algo interessante sob demanda do que no modelo de broadcast.

Na visão de Fagundes, o streaming traz a ideia de que o entretenimento está em todo lugar e isso muda a forma de produzir, empacotar e distribuir conteúdo, e isso traz desafios. “Ainda estamos tentando educar o usuário sobre a TV por streaming. Além disso, para um público ainda com visão de TV por assinatura, via cabo ou satélite, é difícil entender a diferença de uma transmissão via IP. Ainda é um negócio novo e é preciso explicar o que é isso”,  explicou André Nava, diretor de negócios TV/Streaming da Claro tv+.

A atuação em forma de parceria é outro ponto fundamental para os próximos passos da evolução do OTT. Para Teresa Penna, diretora da Globoplay, é importante que as plataformas de streaming tenham sua própria distribuição, até para conhecer seu público a partir de informações que só se consegue dentro de casa. As parcerias, porém, são importantes para ampliar o alcance desse conteúdo. “Você pode até perder um pouco de margem, mas ganha em escala e qualidade de entrega”, afirmou Penna.

A executiva citou o exemplo da Globoplay, que atua com conteúdo próprio e com a distribuição de conteúdo de parceiros. Segundo ela, o foco da plataforma é ser um hub de entretenimento, por isso distribui conteúdos de outras plataformas e de outros formatos, como podcasts e música. “Quanto mais parcerias a gente traz, mais se fideliza o usuário se fideliza e isso se traduz em redução do número de pessoas que cancelam o serviço, o chamado churn.

Luís Bianchi, Marketing Director, LATAM na Roku Inc., acredita que no futuro todo conteúdo e toda publicidade serão por streaming. E o potencial no Brasil para isso é ainda muito grande. A projeção de Bianchi para o mercado interno de box TV é de 30 milhões, considerando o parque de TVs com mais de três anos de uso que não suporta novas tecnologias de streaming.