Alta qualidade de imagem ou baixo delay? Empresas de streaming buscam o codec perfeito para suas operações

Com o crescimento do mercado de streaming e o advento do 4K, os distribuidores de conteúdo têm enfrentado o desafio de equilibrar alta qualidade de imagem e baixa margem de latência. Os especialistas presentes em painel do Congresso de Tecnologia e Negócios de Mídia e Entretenimento da SET Expo, que discutiu as novas tecnologias do setor, foram unânimes ao dizer que, para esse dilema, não há bala de prata.

Crescimento do streaming e 4K: distribuidores de conteúdo têm enfrentado o desafio de equilibrar alta qualidade de imagem e baixa latência. 7 de agosto

Manfred von Runkel, arquiteto de soluções da Bitmovin, destacou o novo codec AV1, que garante ótima definição de imagem sem sobrecarregar o tráfego de dados. No entanto, ao comparar com outros padrões, como o H264, disse compreender porque ele ainda não é sempre escolhido por boa parte das empresas.

É o caso da Globo. Marcos Sant’Anna, coordenador de projetos e produtos digitais da empresa, explicou a opção pelo H264 em diversas transmissões ao vivo – “em esportes, não podemos sofrer com delay” – e pelo HEVC em conteúdos 4K. 

“Ainda que o AV1 ofereça uma série de vantagens, não podemos penalizar o usuário do Globoplay que vive em regiões com internet de menor qualidade. Precisamos sempre pensar sob a perspectiva do assinante”, disse Sant’Anna. “Há ainda a questão da compatibilidade: quais dispositivos aceitam quais codecs?”.

Já Ronaldo Dias, diretor de vendas para as Américas da Amagi, falou sobre o Ecossistema FAST (acrônimo, em inglês, para streaming gratuito suportado por anúncios). Com rápida ascensão, com mais de 2 mil canais nos Estados Unidos, por exemplo, o próximo passo é investir na personalização – o FAST 2.0. “Na nossa visão, chegamos ao momento de substituir a experiência do cabo pelo FAST. Com a personalização, precisamos agradar usuários, produtores e distribuidores de conteúdo, bem como os anunciantes”.