Alta qualidade de imagem ou baixo delay? Empresas de streaming buscam o codec perfeito para suas operações
Com o crescimento do mercado de streaming e o advento do 4K, os distribuidores de conteúdo têm enfrentado o desafio de equilibrar alta qualidade de imagem e baixa margem de latência. Os especialistas presentes em painel do Congresso de Tecnologia e Negócios de Mídia e Entretenimento da SET Expo, que discutiu as novas tecnologias do setor, foram unânimes ao dizer que, para esse dilema, não há bala de prata.
Manfred von Runkel, arquiteto de soluções da Bitmovin, destacou o novo codec AV1, que garante ótima definição de imagem sem sobrecarregar o tráfego de dados. No entanto, ao comparar com outros padrões, como o H264, disse compreender porque ele ainda não é sempre escolhido por boa parte das empresas.
É o caso da Globo. Marcos Sant’Anna, coordenador de projetos e produtos digitais da empresa, explicou a opção pelo H264 em diversas transmissões ao vivo – “em esportes, não podemos sofrer com delay” – e pelo HEVC em conteúdos 4K.
“Ainda que o AV1 ofereça uma série de vantagens, não podemos penalizar o usuário do Globoplay que vive em regiões com internet de menor qualidade. Precisamos sempre pensar sob a perspectiva do assinante”, disse Sant’Anna. “Há ainda a questão da compatibilidade: quais dispositivos aceitam quais codecs?”.
Já Ronaldo Dias, diretor de vendas para as Américas da Amagi, falou sobre o Ecossistema FAST (acrônimo, em inglês, para streaming gratuito suportado por anúncios). Com rápida ascensão, com mais de 2 mil canais nos Estados Unidos, por exemplo, o próximo passo é investir na personalização – o FAST 2.0. “Na nossa visão, chegamos ao momento de substituir a experiência do cabo pelo FAST. Com a personalização, precisamos agradar usuários, produtores e distribuidores de conteúdo, bem como os anunciantes”.