Novas tecnologias mimetizam vozes e feições humanas, e devem facilitar a criação de conteúdo sob medida para cinema, TV e realidade virtual

Sandro Di Segni, da Amazon Studios, se disse impressionado com a evolução da tecnologia, tão visível em seu segmento de efeitos especiais.

Em um período de tanta evolução tecnológica, o que podemos esperar do entretenimento e do conteúdo; como consumir, como interagir, como criar? Em painel realizado na quinta-feira (25) na SET EXPO – Congresso de Tecnologia e Negócios de Mídia e Entretenimento, especialistas debateram o futuro do áudio e do vídeo, e da integração de novos processos de computação em grandes e pequenas produções.

Pablo Bioni, líder de pesquisa e desenvolvimento em novas tecnologias da Globo foi quem abriu a discussão. Ele traçou uma linha de evolução do consumo: do linear, não linear e interativo até o imersivo, tendência atual, que oferece uma sinergia entre conteúdo e experiência. “A questão para mim é a seguinte: escolha uma tecnologia e suponha que você chegou ao grau desejado de desenvolvimento. Qual é o próximo passo?”, questionou.

Essa pergunta começou a ser respondida por Luiz Kruszielski , produtor de áudio da Globo. Ele detalhou como novas tecnologias de renderização permitem criar conteúdos com áudio personalizado, imersivo e que se adapte ao espaço – elementos essenciais, por exemplo, para o metaverso. As vozes sintéticas, hoje em dia, estão quase idênticas às vozes naturais, o que permite integrá-las a personagens virtuais, áudio-livros e mesmo em locuções. A próxima etapa, diz, é a dublagem, a adição de voz a atores reais que mimetizem adequadamente emoções.

Flavio Mayerhofer , head de metaverso da Meta4Chain, decidiu ousar e não participou da palestra presencialmente, mas a partir de seu avatar, transmitido no telão do evento. “A tecnologia que estou usando, aqui, é acessível e gratuita. Tenho um asset 3D que foi criado com base em uma simples fotografia minha”, disse. “Uma webcam está captando minha imagem e transmitindo meus movimentos, inclusive feições, para meu avatar. É isso o que vocês estão vendo”. De acordo com Mayerhofer, é esse tipo de tecnologia que vem sendo utilizada para a realidade virtual.

Já Sandro Di Segni, da Amazon Studios, se disse impressionado com a evolução da tecnologia, tão visível em seu segmento de efeitos especiais. Ele imaginou um mundo em que não só a curadoria de conteúdo se adapta ao gosto da pessoa, mas o próprio conteúdo, customizado de alguma maneira às vivências do usuário.