No ano em que se comemora os 100 anos do rádio, a grade de conteúdo do último dia do SET EXPO trouxe uma programação especial voltada para esse formato tão fundamental para a história da mídia brasileira. Já olhando para tendências, o tema O Futuro do Rádio Está nas Redes? deu o tom do painel que reuniu nomes importantes de redes de rádio. 

Eduardo Cappia, conselheiro da SET e Diretor da EMC, abriu o painel reforçando o valor inestimável do rádio e sua força de permanência. “Celebramos esse centenário já olhando e pensando nos próximos 100 anos desse meio que representa como nenhum outro a comunicação instantânea.” 

Na sequência, Carlos Fini, presidente da SET, falou sobre a transformação constante que tem impactado o mercado de mídia. “A gente sabe cada vez menos e estamos sempre aprendendo. Claro que temos a bagagem de referências do passado, mas hoje as mudanças nos fazem aprender todo dia e nos obrigam a conhecer novos modelos de negócios.”

Quem também se manifestou antes de começar o painel foi Rodrigo Neves, presidente da  Associação das Emissoras Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (AESP). Ele falou sobre o que está sendo planejado para a celebração dos 100 anos do rádio, uma programação de eventos que deve se estender por um ano inteiro, até a data dos 101 anos em 2023. E para reforçar a importância do rádio, utilizou uma citação que atribuiu a Bill Gates: “O dia em que a internet acabar, isso será noticiado primeiro pelo rádio”.

AESP fará um ano de eventos para celebrar o centenário do rádio no Brasil.

Daniel Starck, diretor do portal tudoradio.com, abriu a mediação com perguntas pertinentes ao tema central das redes. “O que o crescimento das redes significa para o rádio e como essa expansão impacta um veículo com presença local tão forte?”

Jean Pierre Zanetti Vandresen, gerente técnico no Grupo Bandeirantes de Comunicação, trouxe a visão e o modelo de negócios das redes que fazem parte do grupo. “Na BandNews, que foi a primeira rede com programação 100% jornalística, estruturamos para as afiliadas um modelo que determina que a cada bloco de programação 13 minutos são de programação da rede e sete minutos de programação local. Isso permite que tenham espaço para informações de relevância local.”

O posicionamento da Jovem Pan como grupo de tech news marcou a apresentação de Carlos Aros, diretor de Conteúdo Rede Jovem Pan News. “Estamos atentos ao movimento natural do mercado, que é o de ser multiplataforma. Mas fazemos isso sem descolar as plataformas de nossa origem, que é o rádio.”

O diretor também explicou que parte do esforço do grupo é o de garantir o mesmo padrão de qualidade e linguagem em todas as plataformas, seja no linear ou no on demand. “A ideia é que o tiro de canhão do linear consiga se segmentar e chegar com precisão nos diferentes perfis de público que temos.” 

Já Luiz Benite, diretor geral na Rede Massa FM, contou como surgiu a iniciativa a partir da visão e desejo do apresentador Calor Massa, o Ratinho, de ter uma rede de rádio. Falou ainda como o crescimento das redes mudou o mercado. “Antes se falava que rádio só funcionava se fosse com programação local e hoje estamos em um evento desse porte, em um painel para discutir exclusivamente redes de rádio”, destacou.

Ainda segundo Benite, hoje, como rede, já conseguem entender melhor o Brasil e suas regiões. “Antes, quando um afiliado queria furar a rede, a posição era de dizer não e hoje, nós, na Massa, nos perguntamos ‘por que não?’ E a partir daí, podemos conversar e até desenvolver novas oportunidades.”