Números mostram a força, audiência e relevância do rádio

O painel Rádio 100+ A Mídia, o Ouvinte e o Negócio, discutiu informações e visões sobre o futuro do rádio, especialmente frente à transformação digital. Marco Moretto, diretor na Rádio HOT107 FM e Membro do Conselho de Administração da AESP, mediou a conversa que se seguiu às apresentações dos convidados e lembrou: “Comemorar os 100 anos do rádio é iniciar o ano 101. Espero que ao celebrar seus 200 anos ainda esteja sendo tão importante quanto hoje, às vésperas do seu centenário.”

Giovana Alcantara, diretora de Desenvolvimento de Negócios Regionais da Kantar IBOPE Media, abriu o encontro trazendo números que revelam como o rádio mantém sua força e como tem se transformado. “O rádio está unindo o melhor do dial com o melhor do online, se mantendo relevante para sua audiência”, afirmou.

Entre os números trazidos, vale destacar que uma pesquisa feita em 13 regiões metropolitanas do Brasil mostrou que 83% das pessoas ouvem rádio com frequência, sendo que 23% fazem isso por celular e 80% por aparelho de rádio convencional. De 2007 para 2022, cresceu em 20% a confiança do público no conteúdo entregue via rádio. Quando precisa de atualização rápida sobre alguma notícia, 43% das pessoas dizem recorrer ao rádio.

Em 2022, o Rádio completa 100 anos no Brasil!

Sobre investir nos meios e formatos digitais, Alcantara reforçou: “As plataformas e formatos de mídia estão convergindo. É importante produzir conteúdo que vá estar disponível em vários lugares. Isso gera uma força muito grande para a marca e é o que faz com que hoje o rádio possa ser visto também como plataforma de negócios”.

A presença de Allen Chahad, head de Parcerias Estratégicas da Vibra Digital, que é a empresa do Grupo Bandeirantes responsável pelas estratégias digitais do grupo, mostra a importância desse tipo de iniciativa para se manter relevante e explorar as possibilidades do digital. Ele trouxe em sua apresentação o que considera temas relevantes que as empresas de rádio deveriam estar debatendo, como disputa por atenção, distribuição em multiplataforma, plataformas proprietárias e terceiras e cultura data driven. “O rádio tem um imenso potencial de retenção de atenção do público e sem estratégias de distribuição em multiplataforma estará perdendo audiência e deixando dinheiro na mesa”, afirmou Chahad.

Trazendo uma visão baseada em números que revelam a importância do áudio digital como mercado cheio de oportunidades, inclusive publicitário, Rodrigo Tigre, country manager da Entravision Cisneros Interactive disse que o áudio digital é a principal atividade de entretenimento na internet no Brasil, desempenho atingido ano passado, quando ultrapassou o vídeo.  

Segundo ele, 89% dos internautas têm o hábito de ouvir música pela internet e que um comportamento surgido na pandemia tem sido relevante para esse segmento. “Na pandemia as pessoas passaram a perceber que precisavam de um descanso das telas, que estava presente na maior parte do dia delas, seja trabalhando, seja consumindo entretenimento. O áudio tem natureza multitarefa e por isso pode estar presente ao longo de todo o dia.”