SET Sul 2018: Soluções em satélite para SWO e transmissão jornalística

Evento regional analisa possibilidades para as emissoras que ainda não realizaram o desligamento analógico

O painel de satélites realizado nesta terça-feira, 12 de junho em Porto Alegre  fez uma explanação sobre novas soluções para distribuição de vídeo no Brasil. Moderado por Washington Gasparotto, gerente de Tecnologia do Grupo NSC, foram analisados a transmissão e recepção de banda C, Ku e Ka, bem como soluções para emissoras que não participaram do SWO e/ou querem oferecer sinal para localidades remotas.

Essa solução para switch-off foi apresentada pela SES. “Hoje utiliza-se satélites para fazer distribuição de sinal com alcance de um milhão de fibras óticas e a custo muito mais baixo que ela. O SES-6 oferece mais canais na banda C, e alguns canais via banda Ku na banda DTH, mas não serve para digitalização. Já o SES-10 tem cobertura e transmissão de canal via banda Ku que, com o equipamento certo, não necessita de uplink para oferecer canais de filmes, por exemplo. Este recurso é muito importante porque achamos que a banda Ku vai substituir a banda C, e o nosso objetivo é garantir o uso da banda Ku quando o 5G ameaçar fortemente a banda C”, explicou Rubens Vitulli, diretor comercial da Divisão de Vídeo da SES.

A banda C tem frequência mais baixa e é mais robusta em relação aos fatores climáticos, resistindo a fortes chuvas com pouca banda. “Porém, a banda Ku, se bem posicionada, sofre muito menos interferência e chega bem próximo ` banda C em distância. Na Europa, por exemplo, não se usa mais banda C porque tem antenas muito grandes. Na SES montamos um MUX de banda Ku com uma antena de 9m e transmitimos canais abertos para receber em antena de 60 a 75 cm,  isso é aceito pela Anatel, transmitindo direto para casa do telespectador”, explica.

O sinal foi enviado desde o teleporto da empresa em Hortolândia, interior de São Paulo,  que transmite via banda Ka para controle em uma banda de 9m de banda Ku, na transmissão 67 MHz. “bem próximo ao canal 7, onde estão a grande maioria de canais do Brasil”.

Um kit completo de antena e decoder sai por cerca de 280 reais com canal aberto que recebe essa banda Ku, de maneira que o cliente não precisa fazer uplink, segundo a SES.

A solução tem como objetivo ser usada para ajudar emissoras com dificuldade de fazer o desligamento analógico, e atende às questões regulatórias. “O DTH é como se fosse uma tv por assinatura, mas aberto. Com VoD everywhere faz-se ainda a transmissão de canais de filmes em um mesmo sinal de satélite. Solução para localidades com sinal precário e com conexão de internet a desejar”, finaliza o palestrante.

Com o aumento do consumo de streaming pelo mercado de broadcast, foi necessário ainda oferecer produtos diferenciados para o mercado de satélite. “Entre eles, duas modulações proprietárias NS3/NS4 que conseguem uma eficiência de mais de 40% em relação ao DVB-S2, reduzindo o custo com a utilização do MHz ou aumentando o throughput, além de uma criptografia que trabalha em AES-256 Bit, trazendo alta confiabilidade e segurança”, explica Fábio Fregonesi, Country Manager da UCAN – representante NovelSat/LiveU no Brasil.

Como exemplo, ele cita a emissora Televisa, “que usou os moduladores para melhorar a qualidade de vida de seu sinal. Eles queriam subir dois vídeos em HD em 6 MHZ, e com a solução NS3 eles conseguiram”, ilustrou. Outro exemplo, disse, é a EBU que, de 12 canais passou para 18 com a mesma largura de banda no satélite.“Já a Globosat queria fazer trafego de dados entre a sede e os clientes, mas não queriam perder o legado de equipamento que já tinham. Usaram DVB – S2 e trocaram modulador para fazer esse trafego de dados ate 850 mega bites”, afirmou.

Tiago Facchin, gerente de Projetos e Suporte RF da TV Globo, falou sobre o ponto de vista de usuário e como links agregados se complementam na transmissão jornalística, na qual usa-se basicamente a Ku para cobertura “Na transmissão de uma maratona, tivemos redução de 30% em custos com o uso de mochilas com H-265. Por enquanto testamos com operadora Tim e Claro e ambas ofertaram comercialmente o serviço, que ainda não está disponível em todas as cidades e possui um custo mais alto, mas foi uma ótima solução para o nosso teste”, finalizou.

Programação Completa do SET SUL

SERVIÇO:
Local:
Auditório da UniRitter, Porto Alegre – RS
Data: 12 e 13 de junho
Horário: 10h às 19h

Por Tainara Rebelo (Porto Alegre) e Fernando Moura (São Paulo). Fotos: Anselmo Cunha (Porto Alegre)