SET Sudeste debate produção remota no jornalismo

Painel moderado por Carlos Cauvilla (SBT) reuniu um grande time de especialistas, que usaram cases para explicar as mudanças na produção jornalística televisiva 

O terceiro e último painel do SET Sudeste 2022 analisou com gerentes de tecnologia de emissoras brasileiras como a “Operação remota na produção de conteúdos para o jornalismo“. Participaram do encontro, Rafael Duzzi, Diretor de Engenharia e Tecnologia, CNN Brasil; Thiago Perrella, Diretor de Engenharia e Tecnologia, Rádio Televisão Bandeirantes; Felipe Andrade, VP de Vendas da CIS Group; Leandro Previdelli, Gerente de Transmissão do SBT; e Juliano Zenóbio, Gerente de Plataforma de Produção – Hub de Operações e Distribuição de Conteúdo – Estratégia & Tecnologia, da Globo.

Duzzi disse que a CNN nasceu como um processo de negócio desenhado de uma forma sustentável. “Não teríamos Centro de Operação nas praças, e a matriz estaria apenas em São Paulo. No Rio de Janeiro e Brasília se produz tudo de forma remota”.  A CNN estreou poucos dias antes do início do isolamento social provocado pela pandemia. “Por como nascemos, estávamos preparados, mas a  pandemia acelerou os processo, dando um salto gigantesco de conectividade com a nuvem, o que aumentou de forma exponencial nossa forma de trabalho”.

Zenóbio disse que na Globo “estamos há anos pensando em produção remota, com um horizonte muito animador” e que a pandemia fez que o amadurecimento fosse mais rápido. O que seguimos trabalhando são as condições de segurança de conectividade.  “Trabalhamos na balança entre a relevância e a complexidade. Tivemos um exemplo nas Olímpiadas com produção remota. Usamos uma operação em banda determinística, foi um evento de relevância para o conteúdo, mas que a complexidade nos permitiu entregar o conteúdo com bastante segurança. O que percebemos tanto com a banda como com os codecs, é que já estamos maduros para fazer eventos como esse de forma remota”.

Leandro Previdelli disse que o SBT sabe que “é um caminho sem volta, mas é uma jornada. Uma jornada que tem de ser traçada. Precisamos começar com produção remota para eventos menos complexos para depois avançar com outros maiores”. Isso, porque para ele, é fundamental avaliar os termos de protocolos de segurança. “Estamos conectando nossas estruturas broadcast para várias infraestruturas de TI, por isso precisamos olhar tudo com segurança. Aqui seguimos uma série de recomendações da EBU que vão além da padronização e governança até a segurança fim-a-fim”.

Tiago Perrella afirmou que o Grupo Bandeirantes já fez muitas experiências em operação remota, “com sincronização de TV e rádio onde temos de ter sincronismo de áudio e vídeo. Durante a pandemia criamos o AgroMais e fizemos a operação remota com recursos escassos. Montamos uma operação em Brasília e trouxemos para São Paulo, assim exploramos as experiências de sincronismo de vídeo. Construímos uma rede, incorporamos três sinais interligados de forma remota e trouxemos isso para um switcher integrado. A segurança era feita em um mux secundário com 3 rotas e sinais independentes. Esse canal operou por um ano e meio de forma remota”.

Felipe Andrade disse que a pandemia acelerou os processos e mudou a forma como os desenvolvedores de tecnologia se posicionaram no mercado. “Hoje as soluções on-premise são remotas. Vemos com uma certa maturidade, mas a revolução da indústria  será com uma produção remota sendo feita totalmente na nuvem. Já fizemos eventos pequenos com menos quantidade de sinais. A maioria dos fabricantes olham para 100% na nuvem porque vai ter um ganho de flexibilidade e agilidade, com despesas por storage (elasticidade), e uso dos serviços apenas durante a utilização”. De fato, comentou, “já há uma série de parcerias para entregar uma solução completa ao cliente”.

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Por Fernando Moura, em São Paulo