SET Sudeste 2023: Produção de conteúdo com soluções eficientes e acessibilidade

Painel teve tradução de libras garantindo acessibilidade, analisou os ruídos na comunicação que se produz em algumas transmissões. Ainda mostrou como o SBT Rio utiliza câmeras PTZ no seu telejornal regional, e a Sony mostrou a utilização de sua câmera robótica na produção e captação do Carnaval 2023.

O painel Produção de Conteúdo: Soluções eficientes e Acessibilidade contou com a participação de Felipe Rodrigues, especialista pré-vendas da Sony Professional Brasil; Melissa dos Santos, Editora-chefe do SBT Rio 2ª Edição; e Felipe Oliveira Silva, interprete de Libras. E foi moderado por Frederico Pereira, Diretor de Tecnologia para Jornalismo da Globo.

Felipe Rodrigues apresentou como a Broadcast TV otimizou recursos no Carnaval, e para isso, a Sony trabalhou com uma câmera (ILME-FR7) robótica com capacidade de captação 4k HDR com sensor Full Frame que pudesse ser operada remotamente. No Carnaval 2023 foram usadas 3 câmeras, uma na Arquibancada, uma em um camarote e uma no fim do recuo.  Rodrigues disse que o primeiro desafio era como fazer o Color Marching de todas as câmeras usadas, “para isso foi usado o RPC de vídeo interno. O segundo desafio seria o foco remoto. Para tanto, foi usado o foco automático sem ter o ajuste de ida e volta normal baseado no olho da personagem. O terceiro desafio eram as variações de luz, sobretudo ao nascer do sol, para o qual foi usado o filtro variável da câmera sem praticamente ter ativação da Iris, com variação analógica controlando a quantidade de luz que chega ao sensor de forma mais clara e rápida”.

 

Outro dos destaques de Rodrigues foi a mudança do ISO com “base alta durante a noite e de base baixa no amanhecer. Outro destaque foi a utilização do zoom digital, pois como trabalha com sensor Full Digital, quando usa o zoom máximo não há granulação do vídeo porque haverá sempre uma imagem HD, gerando uma imagem cinematográfica pelo sensor full frame, com sensor maior que capta maior informação”. Ele ainda destacou a operação a longa distância e a capacidade de fazer 4K/120 fps.

Melissa dos Santos, do SBT, trouxe uma visão jornalística da produção audiovisual e como a emissora utiliza as câmera PTZs nos jornais. Ela disse que são utilizadas seis (6) câmeras PTZ, e que são utilizadas “pelo avanço tecnológico, maior usabilidade e mobilidade, não precisar de operador e ser mais econômicas. Na prática temos acesso remoto de qualquer parte do mundo tanto para a TV como para as redes sociais, fazendo lives e transmissões ao vivo durante a programação com controle feito por jornalistas.”Melissa disse que este tipo de câmeras “tornou o jornal mais dinâmico. Recentemente houve uma ameaça de bomba em um prédio ao lado da emissora, tivemos como usar as câmeras remotas e mostrar no telejornal, otimizando o trabalho”. Outro destaque dado por ela foi que as “câmeras têm reconhecimento facial, o que agiliza o trabalho do diretor de corte e do operador de câmera que sozinho controla as seis câmeras. Mas houve que mudar a localização do telepronter, que agora está posicionado encima da câmera”.

A acessibilidade foi abordada por Felipe Oliveira Silva, que disse que realizou um sonho porque “estou no lugar onde as profissionais vivem a acessibilidade”. Ele explicou com um silêncio de 30 segundos na sala. Para ele é fundamental entender os elementos da comunicação e qual o lugar que a mensagem ocupa na mensagem audiovisual. “Não podemos falar de acessibilidade se em muitos momentos temos ruído de comunicação, o que quebra a comunicação”. Ele explicou que, por vezes, o tradutor de libras é “literalmente cortado pelo GC ou pelo cinegrafista, o que faz que os quase 10 milhões de surdos que utilizam a Linguagem Brasileira de Libras percam o conteúdo”, por isso, é necessário pensar em narrativas que se preocupem “com o acesso das pessoas surdas ao conteúdo”.

Por Fernando Moura e Tito Liberato
Fotos: Luana Bravo, Olimpio Franco e Roberta Munhoz