SET Sudeste 2023 avalia desafios da tecnologia e operação satelital

O segundo painel da manhã do SET Sudeste 2023, que se realiza em Copacabana, Rio de Janeiro, analisou os tecnologia, operação e os desafios do setor satelital no Brasil e no mundo.

A manhã do SET Sudeste 2023 debateu satélite, O painel contou com a presença de Jurandir Pitsch, VP de Vendas e Desenvolvimento de Mercado – Vídeo – América Latina da SES; Leandro Previdelli, Gerente de Transmissão do SBT; Guilherme Saraiva, Diretor Comercial da Embratel, e foi moderado por Alan Murakami, gerente de Distribuição da Globo.

Murakami disse que “é complexo falar de novidades na área de satélite”, porque é uma área muito consolidada. “Nós buscamos novas formas de utilização de satélite e nesse contexto “usar o satélite como forma de entrega complementar. Passamos pela redução do pek com a saída da banda C e passamos por um momento de desafio pela interferência de 5G, e temos como outro grande desafio a questão econômica que permita monetizar e buscar uma forma financeira para a operação satelital”.

Jurandir Pitsch concordou com o momentos de desafios. “Sempre tivemos ondas de desafios, as coisas vão evoluindo e o satélite vaise mantendo relevante porque ele tem uma tecnologia consolida. Nós estamos com o maior investimento da nossa história. Vamos lançar satélites para vídeo, porque o negócio de vídeo da SES faturou 1,2 bilhão de euros, representando mais da metade da receita total, atingindo mais de 1 bilhão de pessoas, em 268 milhões de lares em todo o mundo”.

Pitsch disse que a empresa ainda transmite “mais de 8 mil feeds no mundo. Desses, mais de 5 mil ainda são em SD, o que nos mostra que existe uma boa expectativa de novos negócios. Hoje oferecemos um serviço completo, assim, o cliente entrega o conteúdo, às vezes até na nuvem, e nós fazemos todo o processo de distribuição desses conteúdos”.

O executivo da SES mostrou as funcionalidades de playout na nuvem da SES, e disse que “será apresentado no Brasil o playout linear da SES”, que permitirá a empresa no país oferecer playout para os seus clientes locais.  Outra novidade para o radiodifusor brasileiro foi a possibilidade de no futuro “permitir que a SES entregue informações de audiência de quem está assistindo o conteúdo diretamente. Essa solução está sendo testada na Alemanha e proximamente estará no Brasil”.

Guilherme Saraiva da Embratel falou da “nova parabólica, o que democratizou a distribuição por satélite”. Ele disse que a “parabólica é uma oportunidade gigante” e que desde maio de 2022, quando foram lançados 40 canais, e “hoje, 9 meses depois, estamos em 84 canais, 5 canais novos por mês. Para nós isso é um sucesso”. Saraiva disse que “graças à SET a numeração e a regionalização de canais permitiu que se organizasseuma numeração única para todos os 11 fabricantes”. Ele explicou, ainda, que o consumidor, pela regionalização, recebe “52 canais dos 84 totais, porque recebe os canais regionais. A pessoa que esta em Manaus recebe o SBT, Band, Globo da sua região. Este é um sistema inteligente”.

Saraiva disse que há potencial e por issose espera que até o fim de 2023 sejam alocados 154 canais no satélite. Em termos de receptores, ele disse que, em 2022, foram vendidos mais de 1.5 milhões, assim “em 2023 teríamos uns 4 milhões de caixas vendidas. A expectativa é grande chegando a 18 milhões de kits até 2026. Em um cenário otimista chegaríamos a 28 milhões de parabólicas no país”.

Como usuário de serviço, Leandro Previdelli do SBTdisse que a empresa é cliente da Embratel e da SES, e avançou para a TVRO, e como o SBT está trabalhando. “Hoje temos 6 sinais no redende, eles são encriptados e assim atendemos o Brasil inteiro. O nosso serviço entrega um sinal de alta qualidade, com capilaridade nacional regionalizado, o que torna o serviço bem interessante. Entregamos maiores recursos como áudio-descrição, e oferecemos maiores oportunidades comerciais. Entendemos a cobertura KU como um complemento a cobertura terrestre. Nosso plano e ter no futuro próximo 33 sinais regionalizados no país”.

Previdelli explicou ainda um case de conteúdo que necessitou “alta disponibilidade de utilização em tempo real”, utilizando SRT e rota de satélite sem interferências e latência baixa. Outro exemplo foi um sinal do SBT Rio Grande do Sul em Banda C, com latência e SFN dinâmico.

O SET Sudeste é uma realização da SET que tem como patrocinadores CIS Group, NetInsight, SES, Sony, Convergint/Seal e Embratel, e apoio institucional da Globo, SBT e AERJ.

Por Fernando Moura e Tito Liberato
Fotos: Luana Bravo e Roberta Munhoz