Regionais SUL 2022 – Digitaliza Brasil analisado em Porto Alegre

Situação do Programa na região é debatida pelos palestrantes e público que encheu a sala.

O primeiro painel do SET Sul 2022 que se realiza em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, trouxe um tema importante, a digitalização do interior do Brasil. Assim, moderado por Caio Klein, Presidente da TVE-RS/SET, o painel “Atualizações do programa Digitaliza Brasil”, teve a presença de Márcia Cavalcante, Gerente Regional do Rio Grande do Sul, Seja Digital; Sérgio Martines, Diretor Executivo da SM Facilities; Stevan Grubisic, Gerente Regional da Anatel/RS; Roberto Colletti, Coordenador de Inovação – Ministério das Comunicações (remoto); e Edson Schellin, Coordenador técnico e operações, SBT – Porto Alegre.

O painel começou com quase 100 pessoas presentes no Hotel Blue Tree Millenium, na capital gaúcha e com a palestra de Stevan Grubisic, Gerente Regional da Anatel/RS que disse que na Fase 2 do Programa, o 98,7% dos canais foram viabilizados e efetivados (12/917) nos estados de ES/RJ/PR/SC/RS. Segundo ele, hoje foram consignados 5797 TV-C1, 1333 VGTV-CO e faltam viabilizar 152, um total de 7282 canais.

Márcia disse que “A implementação do sinal digital de TV no Brasil foi um modelo singular no cenário brasileiro, por ser uma política pública a cargo de uma entidade privada. A Seja Digital entendeu e assumiu que, além de cumprir com as obrigações do edital, deveria atender o interesse da coletividade. Assim, o projeto foi concluído com antecipação de prazos, gestão eficiente de recursos e, o mais importante, com toda a população atendida com dignidade”.

Ela disse ainda, que quando o Programa Digitaliza Brasil esteja concluído, serão 308 as cidades contempladas, 19% do total do país. 1.462 canais de TV Digital (20%); e três (3) milhões de habitantes (13%) com sinal digital em casa. De todas as maneiras, disse, “ainda estamos no termo de adesão com 100% das Prefeituras demonstraram interesse. Estamos vendo agora os terrenos em algumas cidades, por isso estamos com assinaturas de Termos de adesão por ser assinados. Este processo por esteira nos dá ideia de fluxo e assim melhorar a articulação com as prefeituras”.

Desde Brasília, Roberto Colletti, explicou a visão do MCom  sobre o Programa Digitaliza Brasil e disse que o Futuro passa por chegar a 22,6 milhões de brasileiros “que é difícil de chegar. Corremos o risco de dizer que é mais difícil chegar a eles que ao resto, para isso adotamos procedimentos muito simplificados para destravar consignações”.

Para região Sul, disse Colletti, temos 308 municípios com mais de 586 canais consignados com mais de 287 autorizações/consignações em Portaria em elaboração. “Estamos enfocando neste momento na Fase 1, que são os municípios do nordeste. Nosso compromisso é levar a TV Digital a 100% dos brasileiros”.

Sérgio Martines, Diretor Executivo da SM Facilities, disse que a empresa trabalha com um modelo de Full Opex, com uma operação baseada na presença da equipe técnica especializada em todas as regiões brasileiras com recursos técnicos de última geração com softwares e equipamentos e capacidade de atender ao SLA solicitado pelos clientes. “Hoje temos 27 estações Full Opex em operação”.

Martines disse que a situação atual requer de quem vai cuidar as estações no país, e se perguntou qual a situação de implantação do programa é díspar no país, e que “há que ter respostas para os municípios que ficaram fora do Programa” e se é possível que exista uma nova fase?

Como soluções, ele propõe “Gestão do condomínio e operação e manutenção, além de operação e manutenção com zeladoria–terceirização”, para isso, colocou como proposta de que seja a TV Câmara a que viabilize e faça de nexo com as Prefeituras, com as assembleias que conversem com as Prefeituras. “Outra é a associação entre as emissoras que envolve a TV Câmara e a EBC, ou uma ideia de Zelador regional que tenha volume”.

Ante a pergunta da Revista da SET, como unir a Política Publica ao projeto apresentado? Precisa de aprovação de quem?, Martines disse que “que já corre o tempo de garantia. A garantia de instalação é mais curta, e a de infraestrutura tem prazo. Não sei a resposta. Na minha opinião, a Seja Digital tem um papel, e as emissoras outra. As entidades devem conduzir esse processo de manutenção”.

Ante isso, o representante do MCom disse que a telemetria remota pode ser uma opção, mas existe a possibilidade de que sejam as emissoras a fazer a manutenção e telemetria.

Novos negócios com a TV Digital

Edson Schellin, Coordenador técnico e operações do SBT – Porto Alegre, falou do Ginga, e porque não vingou. Falando de hoje, Schellin disse que a TV esta além da tela, e precisa se pensar em redes, e para isso, avançou sobre a sua experiência na NBC nos Estados Unidos, e como ele explicou como o APP News da empresa permite que o “usuário receba notificações de trânsito, alertas de tempo, postos de abastecimento, serviços de emergência, postos policiais por meio de localização autorizada pelo usuário” por meio de uma parceria com uma empresa de satélite. “Os anunciantes pagavam pelo aplicativo e este passou a ser a segunda fonte de receita da emissora. A TV aberta gerou um negócio lucrativo. Precisamos pensar fora da caixa, onde a TV aberta passou a fazer um caminho paralelo ao celular e gerar receita”. Ele ainda mostrou outra forma, o de “conteúdo a bordo, com conteúdo exclusivo para aeronaves, com geração de negócios com produtos musicais, shows, empresas de turismo, hotéis, com engenharia ativa que ajuda a gerar negócios para emissora”.
Para ele a Engenharia deve ser ativa, com ação criativa; geração de negócios; interação (comercial /operações); maximização de recursos (técnico/operacional); revisão de contratos; redução de custos e pesquisa de campo.

Ante a pergunta de Fernando Ferreira (SET) sobre o modelo Turney-key para a região sul, Márcia Cavalcante, disse que o modelo será usado na região, e que em “setembro de 2022 se prevê o inicio das implantações, com início de lançamento em março de 2023”.

 

Por Fernando Moura