NexTV Series Brasil debate o futuro da TV aberta e as suas plataformas de streaming

A 12ª Edição da NexTV Series Brasil, que aconteceu em São Paulo, debateu novas formas de distribuição de vídeo que passam pelas plataformas de streaming, TV paga e TV aberta com canais FAST.

Realizado no centro de São Paulo, o NexTV Series Brasil abordou temas diversos, com destaque para a palestra “Estratégias de streaming das emissoras de TV aberta”,  abordou modelos BVOD baseados em publicidade, Freemium e assinatura; e como a TV aberta pode aumentar sua participação no tempo de visualização digital; além de como o mercado vê os canais FAST para programas de TV; e como vislumbram o futuro da TV aberta em um mundo FAST.

Participaram Roberto Grosman, Chief Transformation Officer do SBT; Gilvani Moletta, Gerente Executivo de Tecnologia da Informação da EBC – Empresa Brasil de Comunicação; Luciana Assis Cardoso, Head of Bandplay product da Vibra Digital (Grupo Bandeirantes); Alexandre de Oliveira Dallevo, Head of Digital Content & Partnerships RedeTV!; e Alessandro Malerba, Diretor de Operações Digitais da Record TV. A moderação ficou por conta da Carla Albuquerque,  Founding Partner & Executive Producer da Medialand.

NexTV Series Brasil debate , “Estratégias de streaming das emissoras de TV aberta” / Foto: Fernando Moura

Roberto Grosman disse que o SBT se prepara para lançar pelo menos 10 canais FAST na sua plataforma própria em 2024 e que a TV aberta teve três grandes disrupções. A primeira no inicio do século, com o crescimento do digital (Internet). A segunda a partir de 2010 com o desafio do móbile, e com ela a proximidade e personalização do conteúdo, e a terceira é a chegada do streaming que “vem mudando a forma de consumo, distribuição, contribuição de conteúdo. Eu enxergo essa mudança porque antes a pessoa sabia o que assistia em TV e hoje pode assistir na TV, más não ver TV. Mudou a forma de consumo e a forma de monetização, e a produção de conteúdo também mudou, porque antes competíamos entre nós e agora mudou tudo, fazemos parcerias com todos e concorremos com todos. Por isso, afirmou o executivo, “a emissora deve redefinir sua missão. Hoje o SBT é uma produtora de conteúdo”.

Outro momento importante foi a palestra “O futuro da TV por assinatura” que foi moderada por Carlos Cauvilla (Consultor Broadcast & Media/SET) e teve a participação de Alessandro Maluf, Video Products Director da Claro Brasil; Alejandro Contreras, Diretor de Marketing e Atendimento da Alares;  Antonio Matias, CEO da IBI Telecom; e Rodrigo Fernandes, Diretor de Produtos OTT da Irdeto.

Na palestra, Rodrigo Fernandes disse que o futuro passa pela agregação de serviços que “passam por serviços bancários, por exemplo, que se parecem a serviços oferecidos em Europa, como de bancos, que entregam aos seus clientes serviços de jornais, vídeo, com consolidação de consumo. O que importa é oferecer ao usuário mais serviços num mesmo pacote”.

No painel “O novo mundo do streaming de esporte no Brasil”, ficou claro que a distribuição digital de conteúdos tem sido um sucesso e a demanda dos consumidores tem crescido. Durante o encontro, Mauricio Portela, Sócio da LiveMode, produtora da CazeTV anunciou que o canal de YouTube transmitirá a Eurocopa 2024 que se realizará na Alemanha e disse que o esporte “move e muda as estratégias de distribuição de conteúdos”. Desde a sua perspectiva para o consumidor “o importante é ver esporte na TV grande”, e o “streaming é a forma de distribuição apenas”. Segundo o executivo não houve grandes mudanças na forma de comercialização, apenas “colocamos no streaming o que antes apenas se podia ver na TV”, mas ele aclarou que as pessoas, no geral, assistem a CazeTV na TV. “Todo o mundo gosta de ver esporte na tela grande”.

No painel, “Operadoras de telecomunicações, OTT e agregação de novos serviços digitais”, o moderador, Igor Macaubas, diretor de plataformas digitais da Globo e coordenador do Grupo de OTT da SET disse que um dos principais temas do setor é a pirataria, e que se bem se tem avançado este ano com as ações da Anatel em determinar bloqueios, o problema esta longe de ser resolvido.

Wendel de Melo, COO da Brasil TecPar disse que “a conta não fecha. Acredito que o caminho se trilha melhor agora, mas é necessário que as entidades trabalhem de forma conjunta, porque senão as medidas não surgem efeito. Hoje não temos certeza da efetividade, mas precisamos construir ações em conjunto para combater a pirataria”.

Por Fernando Moura, em São Paulo