Jornalismo na TV aberta é reforçado em meio a pandemia de Covid-19

O ministro da saúde, Henrique Mandetta, prevê que somente entre agosto e setembro o Brasil apresente uma situação estável e de controle em relação ao novo coronavírus. Até lá, medidas como isolamento social e fechamento de estabelecimentos comerciais, centros culturais e parques são as mais adotadas por governadores e prefeitos.

Porém, existem serviços que são essenciais para a subsistência e vida da população e não podem ter suas atividades interrompidas, como saúde, alimentação.

O jornalismo é fundamental na sociedade, ainda mais em momentos de crise, pois tem a função de informar e conscientizar a população com fatos fidedignos, evitando histeria e pânico generalizados.

No dia 22 de março, o jornalismo foi oficialmente reconhecido como serviço essencial pelo Governo Federal.

Neste cenário de pandemia, algumas das principais emissoras de TV aberta do país encorparam seu conteúdo jornalístico nas grades de programação.

A Globo deu uma pausa nos programas esportivos e alguns repórteres da área foram atuar nos jornais diários. Além disso, criou um programa voltado exclusivamente ao combate ao Covid-19, tirando do ar os programas Encontro e Mais Você.

O SBT paralisou as gravações de suas novelas e manteve a programação jornalística na grade inalterada, por enquanto. Em comunicado via assessoria, a emissora disse que em breve anunciará as mudanças em sua grade.

Antes da pandemia, a Band já trabalhava para ampliar o jornalismo na madrugada e período da manhã. Agora são três telejornais seguidos que juntos tem 5h de duração.

A TV Cultura implementou nesta semana plantões do Jornal da Cultura em sua grade e boletins de hora em hora e espaços reservados em seus telejornais exclusivamente voltados à pandemia e ao coronavírus.

Audiência

A Kantar Ibope Media divulgou dados na última segunda-feira, 23, que demonstram credibilidade da TV.

Para 77% da população, a TV é o meio mais confiável para obter informações.

Com a recomendação de órgãos nacionais e internacionais para as pessoas permanecerem em casa, trabalhar em esquema de home office e suspensão das atividades escolares, os programas jornalísticos tiveram um crescimento de 17% em sua audiência.

A Kantar Ibope Mídia ainda ressalta que o aumento destes números é uma tendência na América do Sul.

Para o editor da Revista da SET, Fernando Carlos Moura, “neste momento, claramente prevalece a notícia e o interesse público”.

“As pessoas confiam nos meios de comunicação tradicionais e, para isso acontecer, o jornalismo é fundamental. Primeiro por ser um serviço público, faz parte do conceito da radiodifusão; e depois porque a mídia tradicional tem credibilidade”, afirmou Moura.

O diretor da TV Universitária UNESP, Francisco Machado Filho, destaca que o futuro da TV aberta passa pela prestação de serviço público e jornalismo ao vivo.

“A pandemia vem mostrando o quanto que a TV aberta é considerada pelas pessoas, devido à credibilidade das informações e ao alcance das informações, tendo uma penetração em torno de 96% do território nacional. A TV aberta será durante muito tempo o principal meio de informação, de credibilidade e de massificação das informações na sociedade”, encerrou.