Academy Live: Hiperconectividade, IoT e novo marco regulatório da radiodifusão

Paineis do Academy Live debatem temas que impactam diretamente a indústria de mídia e entretenimento e analisam a indústria.

O primeiro painel do Academy Live trouxe novidades, já que foi feito presencialmente e transmitido virtualmente, modelo híbrido utilizado no início do SET eXPerience com o Lunch Break. O painel moderado por Daniela Souza, Conselheira da SET teve como tema “Hiperconectividade, IoT e tendências” e contou com a participação de Wagner Kojo, Conselheiro SET e Mentor Neto, CEO, Spinoff Digital, ambos participantes diretos do SET eXPerience com seus trabalhos de apresentadores e curadores.

Wagner Kojo disse que o desafio era falar de hiperconectividade e IoT e o comportamento do uso, “para isso saímos do macro para o micro”, pensando no uso e na aplicação da tecnologia e como ela se comunica com canais de mídia, e assim chegamos a debater sobre automatização das residências. “Fomos felizes na forma como abordamos os temas do digital. Antes para fazer uma alteração em uma turbina de avião precisávamos desmonta-la e coloca-la de novo, testa-la. Hoje pegamos o projeto físico, o transformamos em um projeto digital e assim podemos projetar um teste digital com 99% de projeção, juntando o físico e digital. A tecnologia deve servir para reduzir desigualdades” por isso, explicou Kojo, “precisamos mostrar como as empresas estão fazendo e trabalhando nesse sentido”.

Mentor Neto, CEO da Spinoff Digital, afirmou que no Lunch Break e após as entrevistas ficou claro que “a nuvem permitiu que as startups se desenvolvessem”, e que tanto a AWS como o Linkedin (ambas as entrevistas no evento), nasceram “colocando os profissionais na nuvem não só para gerar conteúdos”.

Falando em mídia, ambos coincidiram nas mudanças importantes que estão acontecendo e que, segundo Kojo, “estamos em um processo de transição de info-tec para bio-tec. Ou seja, até 2030 teremos a entrada da singularidade, com a entrada da biotecnologia com interações de células umas com a tecnologia criando soluções para seres humanos híbridos. Isto é a criação de uma nova espécie, onde as empresas devem ser digitais, e trabalhar a hiper-personalização”.

A moderadora, Daniela Souza disse que a próxima década vai acelerar os processos e estaremos hiperconectados, com um aumento considerável  da transformação digital. Neto concordou e afirmou que a relação dos produtores de conteúdo mudou.  “Hoje o broadcaster não é mais o centro. Desde a minha percepção é que não devemos falar de macro plataformas, falaremos de micro plataformas. Então porque acreditar em um tronco que interesse ao global. Ou seja, não teremos mais caudas longas, ou seja, teremos muitos micros gostos. A TV que era a primeira tela, hoje não é primeira, segunda. O modelo onde o broadcast tradicional é central não deve acontecer. Acredito na pulverização de interesses com microplataformas que vão atingir micro-públicos”.

Wagner Kojo acredita no futuro como “broadcontent. O modelo clássico trás muito do processo de concentração de produção de conteúdo, mas os modelos de plataforma, que estão se formando, permitem a aparição de microplataformas. Precisamos pensar no ecossistema, na forma de open inovation”.

Panorama Regulatório: avanços e desafios

O Painel 2: “Panorama Regulatório: avanços e desafios” foi moderado por Carlos Fini, Presidente da SET e teve como participantes: Marcelo Bechara, Diretor de Relações Institucionais da Globo; Vinicius Caram, Superintendente de Outorga e Recursos à Prestação da Anatel; e Paulo Machado de Carvalho Neto, Conselheiro da AESP; e analisou o ano da radiodifusão e os avanços regulatórios ocorridos em 2021.

Do debate, destaque para o início no qual Carlos Fini afirmou que “a velocidade das mudanças tem sido decisivo para a mudança de hábitos, o que impacta em todo o workflow dos negócios” das empresas de mídia. Bechara disse que a TV está acostumada as mudanças e que se ela “não está na frente, está a par e passo com o acontece. A TV já é digital, está disponível em várias plataformas. A TV se transformará e jamais deixará de existir. É de nosso DNA a inovação tecnológica. Este ano na parte regulatória aconteceram cosas boas”.

Os destaques do executivo da Globo passam pela discussão e andamento do projeto do Fórum SBTVD sobre a TV 3.0 que já veem sendo discutido no Brasil. “A TV 3.0 do ponto de vista regulatório está buscando participar do processo com o Ministério das Comunicação e a Anatel, que tem tido uma participação estratégica. Ainda tivemos um avanço no leilão de 5G, mas que terá impacto na banda C e aí a política deve ser implantada. E tudo isso trás o avanço do Digitaliza Brasil que avançou na digitalização, com a interiorização levando sinal digital a lugares onde muito dificilmente existem áreas de comercialização”.

Machado falou de rádio e disse que “as pequenas emissoras de rádio ainda tem dificuldade de acesso a Anatel, ao Ministério, e muitas vezes nem tem recursos para se deslocar. Hoje esse radiodifusor esta se transformando e migrando do AM para o FM operando na baixa convencional. Pensamos que o chip no celular é fundamental para a expansão”.

Vinicius Caram da Anatel disse que hoje o ano teve muitas coisas positivas, mas que destaca o Digitaliza Brasil e o forte no combate a pirataria, “avançando para o bloqueio administrativo de IPs, mostrando o papel dos órgãos regulatórios. Pensamos que haverá 5G broadcast e com isso novas oportunidades”. Caram disse ainda que houve bons avanços outros aspectos. “Avançamos com reuniões no Mercosul envolvendo o FM estendido, com acordo com Uruguai para ter mais 18 faixas em Rio Grande do Sul. Ainda conseguimos estender até dezembro de 2022 os mais de 5 mil canais de radiodifusão”.

Se quiser assistir à palestra completa, clique abaixo:

Por Fernando Moura, em São Paulo