Startup audiovisual: empreendedorismo e inovação

Glauber Uchoa, gerente do Sebrae Fortaleza, na palestra “Startups do audiovisual no Ceará”
© Foto: Gabriel Cortez

O painel “Startup audiovisual: empreendedorismo e inovação” abordou as possibilidades de negócio oferecidas pela indústria em um momento de transformações significativas nas formas de produzir, consumir e distribuir conteúdos audiovisuais.
“A radiodifusão dormiu em um berço esplêndido por muitos anos, de-pendendo de concessões públicas. Essa primeira barreira de entrada já caiu, com as possibilidades de transmissão oferecidas pela internet. A infraestrutura de transmissão, recepção e produção em HD com celulares também são barreiras que caíram, além da possibilidade de rea-lizar as transmissões ao vivo. As mé-tricas são outra barreira que caíram com as redes sociais. Precisamos nos reconhecer como uma indústria criativa audiovisual”, afirmou o mode-rador da sessão José Carlos Aronchi, diretor de eventos da SET.
O empreendedorismo no Brasil é muito pouco incentivado, em sua opinião, e as empresas deveriam olhar mais para soluções como as startups. “Quando falamos em empreendedorismo, falamos em uma série de negócios disruptivos que estão surgindo com a bolha da internet e a ascensão das startups. Uma startup é um negócio inovador, com alta capacidade de crescimento e, ao mesmo tempo, alto nível de incerteza. Os produtos de uma startup podem se multiplicar sem que haja aumento das despesas iniciais. No audiovisual, precisamos sair da caixinha para inovar, precisamos circular por centros de pesquisas, associações, incubadoras, parques tecnológicos, isto é, em vários eventos que consigam formar uma capacidade inovadora.”
O ciclo de vida dos negócios inova-dores respeita uma ordem, de acordo com o palestrante, que depende sempre da capacidade do empreendedor. É preciso colocar as ideias inovadoras no papel para que elas se realizem. O palestrante apresentou o modelo de negócios em papel (também conhecido como Quadro Canvas) da Netflix, no qual a empresa, antes mesmo de nascer, propunha-se a oferecer preço, acessibilidade e conveniência a um mercado consumidor de massa: os fãs de séries e filmes e os usuários de operadoras de TV a cabo. “É necessário esboçar o seu modelo de negócios, assim como fez a Netflix. O negócio deles é a compactação de arquivos. Esse é o forte do negócio da Netflix. É pegar conteúdo e licenciar para os canais, e não efetivamente produzir conteúdos. Isso já estava esboçado desde o princípio.”
“Vivemos um momento em que não sabemos exatamente como desenvolver os nossos negócios”, afirmou Glauber Uchoa, gerente do Sebrae Fortaleza, na palestra “Startups do audiovisual no Ceará”. O negócio do Sebrae sempre foi ensinar empreendedores a empreenderem e a controlarem os seus negócios, segundo Uchoa. “Tínhamos uma fórmula bastante tradicional que vinha da administração como ciência. Para atender as startups, precisamos também nos reinventar. O início do diálogo do Sebrae com as startups ocorreu na Campus Party em 2005. Hoje, conseguimos oferecer uma série de produtos para fazer com que as pessoas que têm ideias inovadoras cheguem no Sebrae e encontrem as respostas para sair do estágio de curiosidade e desenvolver um produto que seja uma ‘estrela’ no mercado.”