SET Nordeste analisa se o rádio é a mídia do futuro

O debate da rádio iniciou a tarde do SET Nordeste, que se realiza em Recife, e vislumbrou o futuro de uma mídia que passa por uma profunda transformação.

O painel “Novas tecnologias e audiência. O Rádio é a mídia do futuro?”, foi moderado por Igor Maciel, Colunista de Política do Jornal do Commercio e Comunicador da Rádio Jornal, e teve a participação de Willame Souza, Diretor executivo do Grupo Asa Branca; Nill Júnior, Presidente da Asserpe e Renata de Paula Marques, Gerente Comercial Norte e Nordeste da Kantar IBOPE Media.

Renata disse que “90% dos brasileiros ouvem algum tipo de áudio”, e reforçou que “o rádio não está morrendo”. Renata disse que “orádio não apenas sobrevive, mas prospera na era digital. Seu som característico continua a preencher espaços vazios e a unir vozes dispersas. Como uma melodia familiar, ele permanece um companheiro confiável nas jornadas diárias dos brasileiros, alinhando-se com a evolução do tempo sem jamais perder sua essência atemporal”.

Segundo ela, o rádio segue sendo rápido (83%) e conserva a credibilidade, por isso76% das pessoas acreditam nas notícias do rádio. Assim, Renata disse que “o principal expoente do áudio na mídia, o rádio se mantém em constante evolução, atualizando-se para estar sempre presente na jornada dos ouvintes em vários conteúdos e formatos”. Isso porque o rádio é ouvido por 80% das pessoas que consomem áudio nas populações das 13 regiões metropolitanas pesquisadas pela Kantar Ibope.

Outro dado interessante do estudo é que 53% das pessoas afirmaram que prestam atenção aos anúncios do rádio. Entre os formatos top de propaganda em áudio mais lembrados pelos ouvintes de rádio são: 50% lembram de comerciais entre os programas e as músicas; 27% lembram de ações publicitárias feitas por locutores durante os programas; e 25% lembram de promoções dentro da programação da emissora.

No debate, Willame Souza disse que o rádio evoluiu. “O outro dia assisti/ouvi a rádio CBN no Globoplay e me perguntei o que estava ouvindo. Consumimos rádio em diferentes plataformas, hoje não há um veiculo com essa capilaridade”.

Para ele, a Inteligência Artificial vai completar “a humanização do rádio. Temos de tirar proveito dos algoritmos e assim personalizar o rádio. Já consumimos de forma personalizada, e o rádio precisa acompanhar”.

Maciel disse que o segredo do rádio passa pela qualidade, independentemente da plataforma. Na sua parte, Nill Júnior, da Asserpe, disse que o rádio tem uma importância enorme, “salvando pessoas dentro e fora da rádio no nordeste”. E disse que “o rádio continua rompendo fronteiras” e uma delas foi a de adotar a multiplataforma com “novos formatos de publicidade. Os desafios estão em não ficar preso ao nosso passado”.

Renata disse que há muitas rádios em uma praça, em Recife, por exemplo. “O que fizemos foi deixar de pensar em audiências na ferramenta, e passamos de percentagem para números para mostrar o alcance real do rádio. Os meios precisam fazer entender que a comunicação não pode ser feita apenas em uma mídia. O que temos de fazer é que se entenda que as campanhas devem considerar, por exemplo, a mobilidade. O rádio é fundamental. Em termos de vendas, vale embalar o discurso e que seja justo entre as plataformas”.

Pela tarde, o SET Nordeste debate, ainda, infraestrutura para trafego de sinais: 5G e protocolo NDI; Streaming e monetização; e finaliza com um Keynote TV 3.0, de Roberto Franco (SBT/SET).

Por Fernando Moura e Tito Liberato