Brasil 4D: a interatividade na televisão é discutida em palestra do Congresso SET

Projeto de interatividade para TV Digital já apresenta resultados concretos de interatividade e, mais uma vez, ganha prêmio da SET.

No SET Expo deste ano um projeto de interatividade foi, pelo segundo ano consecutivo, reconhecido em sua importância com mais um prêmio SET: O Brasil 4D. Discutido com mais profundidade na palestra do último dia do Congresso SET “Brasil 4D“, moderada por Andre Barbosa Filho (SET/EBC). A proposta da mesa foi que cada empresa apresentasse sua relação com o Brasil 4D.

A HMAtv, representada por Carlos Alberto Costa Nunes, começou apresentando o trabalho de medição de padrões de qualidade desenvolvido pela empresa. “Nós entendemos que o Brasil 4D é uma plataforma de serviço e, dessa forma, não existem telespectadores e sim usuários, por isso a importância da garantia de qualidade de serviço prestada (QoS) e experimentada (QoE) que é monitorada pela HMA”, explica Nunes.

David Britto, presidente da TQTVD/TOTVS, explicou o trabalho de consultoria desenvolvido pela TQTVD. Segundo ele, “havia muita coisa que chegava para gente que beiravam a inviabilidade técnica, que era quase impossível de ser aplicada, então tivemos que fazer várias análises sobre esses casos e pudemos contribuir com o desenvolvimento”.

Cosette Castro, da Universidade Católica de Brasília (UCB), apresentou os desafios enfrentados na produção audiovisual diante dessa nova realidade de convivência com a linguagem de programação, que é essencial para a produção de interatividade, e o trabalho de conscientização da comunidade para lidar com a interatividade. “Não é só um trabalho técnico, é também um trabalho de conscientização. Nós nos deparamos com uma realidade instigante onde precisávamos reeducar a população para trabalhar com a interatividade”, aponta Barbosa, que sempre comentava cada assunto abordado pelos palestrantes.

A Broadcom, empresa responsável por 95% do mercado de set-top-box no Brasil, representada por Braz Izaias da Silva Junior, diretor comercial, apresentou os esforços para desenvolver um chipset que reuniu diversos componentes do set-top-box em um único chipset, deixando somente a memória para fora.

Por fim, Rodrigo Cascão Araujo, apresentou o trabalho da EITV para a reprodução de produtos audiovisuais na interatividade, já que a capacidade do Ginga é muito baixa e não comporta, por si só, todo o material audiovisual. Segundo ele, é possível utilizar o próprio broadcast para a transmissão desse material somente quando ele for utilizado, não sendo necessário o armazenamento fixo no set-top-box. “Se você vai transmitir o conteúdo amanhã, você pode transmitir o conteúdo a noite, através da própria rede broadcast, de forma que ele fique armazenado no set-top-box para quando for utilizado”, explica Araujo.

Barbosa ainda lembrou do papel das telcos diante de todo esse cenário: “Nós verificamos que as operadoras de telefonia terão um novo processo de billing que são os canais de retorno, é uma nova oportunidade de negócio”.

O Congresso contou com 44 sessões e 220 palestrantes distribuídos em 4 auditórios simultâneos, em um fórum que congrega um grupo seleto de mais de 1.600 profissionais que discutiram as questões mais relevantes do setor intensamente durante um período de 4 dias.

O evento reuniu de 24 a 27 de agosto de 2014 no Pavilhão Azul do Centro de Convenções e Exposições Expo Center Norte em São Paulo, especialistas do Brasil, Estados Unidos, Japão, Europa e América Latina, que discutiram os principais aspectos da produção, transmissão e distribuição em TV, além de temas relacionados a vídeo, cinema, rádio e internet. Entre os temas destacados está o switch-off da TV, as interações entre TV e Internet, os desenvolvimentos tecnológicos da Copa do Mundo e muitíssimos outros temas de atualidade da indústria.

*Por Gustavo Zuccherato, aluno da UNESP