SET:30: Futuro e tendências da indústria audiovisual debatidas por CEOs

O encerramento da edição n 30 do SET:30 teve a presença de alguns dos principais CEOs da indústria audiovisual, que trouxeram aos profissionais brasileiros o que vislumbram ser importante para a aplicação e desenvolvimento de novas tecnologias.

Fernando Bittencourt, Ex-presidente da SET, David Ross, Chief Executive Officer, Ross, Serge Van Herck, Chief Executive Officer, EVS,  Conrad Clemson, CEO, EditShare , Arne Berven, Chief Executive Officer, Wolftech e João Neto, CEO, Voiceinteraction

O painel de encerramento do SET:30 2023, “Futuro e tendências do mercado de mídia na visão da indústria”, analisou o futuro da indústria de mídia e entretenimento e abriu espaço para os CEOs das empresas participantes da palestra para debaterem os desafios e oportunidades de uma indústria que passa por profundas transformações.

O painel foi moderado pelo ex-presidente da SET, Fernando Bittencourt, que na primeira edição do SET:30, realizada em 1991, foi um dos moderadores.  Participaram Serge Van Herck, Chief Executive Officer da EVS; David Ross, Chief Executive Officer da Ross; Arne Berven, Chief Executive Officer da Wolftech; Conrad Clemson, CEO da EditShare; e João Neto, CEO da Voiceinteraction.

O primeiro a falar foi David Ross da Ross Video, que disse que o “NDI é o futuro da produção”, e que a empresa tem “mais de 500 engenheiros desenvolvendo tecnologias no Canadá”, trabalhando para desenvolver soluções.

Serge Van Herck da EVS disse que a empresa trabalha com transporte de sinais, “nós gostamos de entregar hardware robusto. Nossos desafios passam por trabalhar junto aos nossos clientes desenvolvendo produtos dedicados às novas necessidades que aparecem”.

Conrad Clemson, CEO da EditShare, disse, sorrindo, que são uma empresa pequena de software que trabalha em assessment complexos, e que o foco está no desenvolvimento que integre diferentes públicos e áreas, e que otimize serviços. “Temos arquitetos em países como Vietnam, o que importa é a operação e o suporte ao cliente. O engenheiro local continua a ser muito importante”.

O executivo da Wolftech, Arne Berven,  disse que um dos pontos importantes é a tecnologia agilizar a eficiência jornalística, e por isso “desenvolvemos tecnologia pensando em como o software e a sua adoção podem permitir aos clientes uma rápida automação de recursos e serviços”.

João Neto da VoceInteraction  disse que trabalha e desenvolve tecnologia trabalhando em data e como manipular a data em favor do usuário com “destaque para orquestração e gerenciamento de datas que ajudem na automação de processos”.

David Ross disse, em resposta a pergunta de Bittencourt, que o broadcast não está diminuindo, está mudando; “Os broadcasters têm novos concorrentes, a tecnologia agradece pois estão criando conteúdos. O que o publico quer é produções de alta qualidade que engajem o público (…) nós criamos conteúdo para fazer uma TV bela, com qualidade”.

O executivo da EVS afirmou, nesse sentido, que o foco sempre foi o broadcast, mas que hoje o leque aumentou. “O mercado cresceu, e cresceram as produções. O mercado aumentou e a inteligência artificial ajudará os broadcasters, com muitas câmeras e múltiplos slow-motions. A inteligência artificial pode ser um beneficio se ela é transparente e nos permite identificar, por exemplo, objetos, ou simplificar processos”.

Na Editshare o foco continua a ser o broadcast, e “trabalhamos com os canais no Brasil e América Latina. O conteúdo é o mais importante, por isso as tecnologias estão chegando, o Chat GPT faz parte dessa transição, mas o que importa é entender que estamos em um processo no qual as soluções de software são o foco”.

Na Wolftech, ele disse que a BBC usa a inteligência artificial para algumas produções, e que é possível a combinação de tecnologias no futuro para produzir jornalismo.

Neto da Voiceinteraction disse que a evolução do mercado dita as mudanças. A oferta de conteúdo é grande e não é avaliável, e a questão passa por como escolher. Nossa ideia é ajudar por meio da informação de data, extraindo metadata e assim descobrir conteúdos que sirvam para criar novas plataformas, novos públicos, com novas formas de distribuição e monetização. “Gerando recomendações e novas formas de sugestão de novos conteúdos, utilizando algoritmos”.

Outros dos pontos destacados foram o tipo de investimentos e de recursos que devem ser utilizados e quais os caminhos para o futuro. Ficou claro que a nuvem é importante, mas que é necessário a integração com o hardware, e que é fundamental entender as suas utilidades e quais as possíveis funcionalidades.

 

Por Fernando Moura, em Las Vegas