SET:30: Terceiro dia com conteúdos de alta qualidade

Seminário da SET no NAB Show debate o estado da arte das plataformas de streaming com foco nos modelos de negócio.

Yassue M. Inoki, Head of Business Development – CTV, Siprocal, Roberto Grosman, CTO – Chief Transformation Officer (Diretor de Transformação Digital) do SBT , Gustavo Marra, Presidente, TVCoins e Marcelo Guerra, Head de Plataformas de Mídias digitais da Globo

Luana Bravo, Gerente de Conteúdo e Projetos da SET

O dia começou com a abertura de Luana Bravo, Gerente de Conteúdo e Projetos da SET, que lembrou a importância do SET:30 e dos eventos da SET. Luana reforçou que “é necessário a participação dos profissionais para agregar conteúdo e formatar a grade do Congresso SET EXPO 2023, que se realiza em agosto em São Paulo”. Ela ainda reforçou o trabalho dos GT (Grupos de Trabalho) da SET, que “ajudam a enxergar as tendências do mercado audiovisual”.

O primeiro painel debateu “Os desafios da monetização e novos formatos”, com a moderação de Marcelo Guerra, Head de Plataformas de Mídias digitais da Globo, e com a participação de Gustavo Marra, Presidente da TVCoins; Roberto Grosman, CTO – Chief Transformation Officer (Diretor de Transformação Digital) do SBT; e Yassue M. Inoki, Head of Business Development da CTV Siprocal.

Yassue disse que “a indústria está tentando entender as novas dinâmicas e ver como funciona. O mercado publicitário está começando a se organizar, e este é um ano de teste para identificar como será o retorno. Pensamos que a partir de 2024 a situação melhorará e o setor publicitário começará a gerar a receita que o mercado espera”.

Roberto Grosman, CTO – Chief Transformation Officer (Diretor de Transformação Digital) do SBT, disse que para avançar no mercado “temos de pensar primeiro desde o ponto de vista do usuário. “Nos Estados Unidos, com o corte de assinaturas surgiu a experiência de trazer no OTT o serviço FAST, porque ele é uma experiência parecida a da TV a cabo. Hoje, a oferta no Brasil é pequena, por isso é um mercado interessante. O hábito de consumo de TV a cabo, que era reservado a uma elite, agora com os canais FAST pode se alagar. Mas primeiro temos de ter conteúdo, e depois vamos atrás da tecnologia”.

Em sua contribuição para o debate, Gustavo Marra disse que a “TV é cíclica, temos muito conteúdo vindo da TV aberta, pois temos experiência. Temos de ter aderência de conteúdo ao local, para não ser apenas uma entrada de conteúdos norte-americanos. O crescimento é exponencial, mas no Brasil falta quem vá criar o canal, que lidere o mercado”.

Guerra disse que a Globo já tem dois canais, e “a beleza do FAST é segmentar quase infinitamente o conteúdo pelo grande acervo que temos”, mas que o ponto passa por definir o modelo de monetização do mercado FAST.

Em termos de modelo, Yassue disse que depende do crescimento do mercado publicitário brasileiro, e como ele vai evoluir. “Sabemos que o mercado está chegando lá, por isso apostamos no mobile, como fazemos para monetizar esse espaço”. Ela disse que é preciso levar a audiência do mobile para a TV conectada para assim “dar o pulo do gato, e conseguir o dinheiro para evoluir canais”.

Grossman comentou que o FAST é um “preview” da TV 3.0, “sendo uma plataforma interessante de teste para esse recurso. Primeiro, temos a experiência do consumo em tela pequena, com a segmentação do público e outros recursos de tecnologia de anúncios com formatos diferentes”.

O executivo da TV Coins citou como exemplo um cliente da empresa no México que lançou o aplicativo próprio, e completou que “a infraestrutura é a mesma, porém o portal é mais oneroso. Por isso, trocamos um banner do portal com conteúdo do player rodando para monetizar o vídeo. No Braisl, a partir da próxima semana teremos o lançamento do app da TV Cultura”.

“Podemos agregar 20 ou 30 canais para uma região que podem ser importantes para esse público, com uma diminuição da barreira tecnológica”, disse Mafra.

Guerra explicou as vantagens do globalID e explicou a maturidade do processo. Yassue disse que há que segmentar o usuário e saber direcioná-lo para onde ele quer, e assim “ter um CPN maior. Hoje, consigo fazer ações especificas para  o usuário a partir da sua jornada de usuário, isso nos vai “drivar” o caminho do cliente”.

Grossmam discordou e disse que “o importante é saber o que vai fazer com isso. No fim do dia, o que precisamos é gerar receita, e não ter COM. A segmentação é importante, mas é mais importante gerar engajamento e entender o conteúdo, e menos para vender publicidade segmentada. O grande valor do conteúdo linear é gerar valor para a marca”.

De fato, disse Grossmam, “se a sua fortaleza é criar e ter o maior número possível, faz sentido ter o seu conteúdo em várias plataformas. Nós estamos no Youtube e outras plataformas”.

Na TV Coins, disse Marra, “nós conseguimos permitir que tanto os grandes, como a TV Cultura, quanto um pequeno canal do interior de São Paulo, funcionem para três mulheres que jogam vídeo-game e têm um público reduzido”.