SET Norte debate funcionalidades da produção remota

Segundo painel do SET Norte analisa as formas e condições de “operação remota” que foi acelerada durante a pandemia de Covid-19. Rede Amazônica explica como realizou produção remota com playout na nuvem na Amazon SAT.

O painel foi moderado por Henrique Camargo, Diretor Técnico da TV Cultura do Amazonas, e teve como convidados a Alberto Santana, Regional Sales Manager da CIS Group; e Eduardo Lopes, diretor de Tecnologia da Rede Amazônica. Camargo abriu o painel comentando que “é um caminho sem volta”, e que permitiu mudar formas e processos nas emissoras de TV.

Santana explicou as diferentes modalidades de produção remota e como a pandemia aumentou a demanda de conteúdo e “houve que quebrar paradigmas para fazer acontecer a produção remota”. Para ele, a produção remota virou uma realidade, mas “há fatores que viabilizam a produção, com a banda larga, os novos codecs e a chegada do 5G”.

Segundo ele há três formas de produção remota: a primeira opção transporta sinais do local do evento para ser produzido na emissora/produtora com o desafio do sincronismo dos sinais, de ter baixa latência e redundância. A segunda opção, disse Santana, seria a de levar os sinais para a nuvem, produzir e entregar diretamente do cloud com equipe de produção em lugares diferentes com acesso via web interface e SaaS. A terceira forma, explicou, seria a produção remota baseada em arquivos, mas está tem diferentes formatos. Uma é com storages e NLEs na emissora/produtora, outra seria com storage na nuvem e NLEs nas estações remotas em diferentes lugares, e a terceira seria com storage e NLEs na nuvem, “tudo rodando na nuvem”.

Santana fechou a sua apresentação afirmando que a produção remota “reduz custos de logística, recursos humanos e técnicos, multiusuários em diferentes localidades, economia de tempo, competitividade, escalabilidade”, entre outros.

Eduardo Lopes disse que “a produção remota é um facilitador” para poder realizar entrevistas com os governadores eleitos “com uma solução de produtos da TVU com serviços na nuvem, e o teste foi colocá-los sem muito treinamento. A primeira foi com o governador de Roraima, com o entrevistado em Roraima, o entrevistador em Brasília, a jornalista em Manaus. O programa foi de uma hora e meia”. Após isso, “começamos a operar o Amazon Sat de forma remota na nuvem, com um canal na nuvem, 24/7 100% na nuvem. E fizemos por 4 horas. Não compramos nada, recebemos um sinal em um decoder e o colocamos no ar. Isso vem em um conceito de mudança cultural”, porque, explicou Lopes, “a nossa ideia é o hiperlocalismo” e assim, “ter um jornalista em cada município da região”.

Lopes mostrou que a emissora está usando a plataforma SouvReporter que tem soluções interessantes como “transmissão ao vivo, TP. Fizemos nossos programas da Amazon Sat com o TVU Producer que aceita diferentes feeds, produz e ainda grava materiais como PGM, telas divididas e diferentes entradas”.

O executivo disse que quando “se quebra o medo e se avança na cultura de produção em nuvem”, é possível mudar formatos e formas de fazer. “Uma vez testada a produção remota experimentamos outras plataformas como a Blackbird. Existem ferramentas que permitem criar uma emissora na nuvem, por isso é possível hoje começar uma emissora do zero 100% na nuvem, o que não sei é se é viável financeiramente”.

Por Fernando Moura, em São Paulo