Radiodifusão em pauta em reunião da ITU em fevereiro

A International Telecommunication Union (ITU) realizou em Genebra, na Suíça, um encontro focado no setor de radiodifusão. Entre os dias 3 e 14 de fevereiro, uma série de reuniões e painéis principais e bilaterais que permitiram ampla abordagem de assuntos relacionados à radiodifusão.

A Anatel é responsável por organizar a delegação brasileira que participa dos encontros no ITU. Para esta ocasião, o grupo foi composto por seis pessoas. Paulo Cardoso (chefe da delegação) e Alexandre Barros, ambos da Anatel; Thiago Soares e Roberto Colletti, os dois representando o MCTIC; Valderez Donzelli e Luiz Fausto de Souza Brito, membros do Conselho Deliberativo da SET.

Confira a seguir a entrevista com Luiz Fausto sobre o evento.

SET: Qual foi, na sua opinião, o principal assunto desta reunião?

Luiz Fausto: A comissão de estudos de radiodifusão da ITU (Study Group 6) aborda toda a cadeia de radiodifusão em seus grupos de trabalho (Working Parties), da produção e avaliação de qualidade de áudio e vídeo (WP 6C), passando pela integração dos diferentes serviços através da codificação e multiplexação de áudio e vídeo, dos metadados, das interfaces e da integração broadcast-broadband (WP 6B) e chegando até aspectos de transmissão de TV e rádio (WP 6A). No WP 6C, os principais assuntos dessa reunião foram HDR, sistemas de áudio avançados e Loudness. No WP 6B, os principais assuntos foram codificação de áudio, codificação de vídeo, metadados de áudio, interfaces e IBB (Integrated Broadcast-Broadband). No WP 6A, os principais assuntos foram os estudos em preparação à Conferência Mundial de Radiocomunicações de 2023, que vai rediscutir as alocações do serviço móvel e do serviço de radiodifusão na faixa de 470-960 MHz na Europa, África e Oriente Médio, a evolução da TV Digital, o rádio digital e serviços ancilares à radiodifusão e à produção de conteúdo, como microfones sem fio e ENG.

SET: Como foi organizada a delegação brasileira para o evento? O senhor foi o responsável pela sua montagem?

LF: A ITU (International Telecommunication Union) é a agência da ONU especializada em telecomunicações. Um dos setores da ITU é o setor de radiocomunicações (ITU-R). A representação do Brasil na ITU, nos seus diferentes setores e comissões de estudo é coordenada pela Anatel. Para operacionalizar isso, existem as Comissões Brasileiras de Comunicações (CBCs). No caso do setor de radiocomunicações, a responsabilidade é da CBC2, que se divide em Grupos Relatores de Radiocomunicações (GRRs). O GRR6 é o grupo responsável pelo tema de radiodifusão em fóruns internacionais. Em suas reuniões, abertas a todos os interessados, são discutidas as contribuições, posicionamentos e a composição da delegação brasileira nas reuniões do ITU-R SG 6. O coordenador e chefe da delegação do GRR6 foi Paulo Cardoso, da Anatel.

SET: Qual a importância de participar desta reunião e qual a contribuição que a delegação brasileira trás para a radiodifusão do país?

R.: A participação do Brasil na comissão de estudos de radiodifusão é muito importante para estarmos atualizados e participando das discussões tecnológicas internacionais mais relevantes para o setor e para a defesa da manutenção do espectro atribuído ao serviço, necessário ao futuro da televisão e do rádio.

SET: Comente os principais pontos da SWG 6B-2 (Multimedia), painel que o senhor coordenou.

LF: O principal tema do SWG 6B-2 na reunião de fevereiro foi o IBB (Integrated Broadcast-Broadband). O Japão apresentou novas informações sobre o HybridCast para inclusão na Recomendação ITU-R BT.2075, que está no estágio preliminar de revisão e deve ser publicada no final deste ano.

SET: Dentre as reuniões bilaterais, qual teve mais destaque na sua opinião?

LF: As reuniões bilaterais foram excelentes oportunidades para intercâmbio de informações e para benchmark internacional de temas importantes para o setor. Em particular as reuniões com EBU e Reino Unido / BBC foram muito ricas em informações.