Fórum SBTVD, empresas e academia analisam TV 3.0

Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital organizou uma webinar para debater os avanços do novo padrão de TV no Brasil – a TV 3.0 – que está em construção, abrindo caminhos para um sistema de televisão digital terrestre avançado de próxima geração.

Webinar Melhorando a Qualidade de Experiencia (QoE) e oportunidades de monetização com a TV 3.0. / Foto: Reprodução

A webinar “Melhorando a Qualidade de Experiencia (QoE) e oportunidades de monetização com a TV 3.0”, foi moderada por Luiz Fausto (Globo/Fórum SBTVD) e  contou com a presença de Ariel Henrique, Consultor de Áudio do Fraunhofer IIS no Brasil; Carlos Cosme, Coordenador do GT-AV do Fórum SBTVD; Cristiano Akamine, Universidade Presbiteriana Mackenzi;  Marcelo Moreno, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e Marcio Pena, Gerente Técnico Latam da Ateme, e foi moderado por Luiz Fausto (Globo/Fórum) que fez uma extensa introdução explicando os passos do projeto.

Marcio Pena disse que os benefícios para os broadcasters serão grandes e que para o telespectador será uma grande oportunidade, já que poderá trazer ferramentas avançadas para o consumo de conteúdo com customização do consumo linear “recebendo conteúdos adequados a seu perfil. O novo codec ajudará a ter conteúdos ao vivo em 4K e 8K, com High Dinamic Range (HDR) permitindo a personalização do conteúdo”.

Carlos Cosme analisou as vantagens da TV 3.0 e explicou a camada de HDR como “sinônimo de uma experiência mais rica” porque a “curva de transparência PQ com um aumento do Gamut, o que vai permitir ter pixels maiores e melhoras na TV 3.0.

Ele disse que a Curva PQ terá uma representação com suporte HDR10 (SMPTE ST 2086) para assim aprimorar a recepção com a possibilidade de ter “metadados dinâmicos” que serão opcionais com opções para distribuições OTA (Over-the-Ar) e OTT (Over-the-Top). Assim, o enriquecimento da imagem é fundamental no que será o novo padrão. “Teremos o DRE (Dynamic Resolution Encoding) no qual o canal OTA será um canal CBR (Constant Bitrate) que utilizará a cada momento a melhor resolução para essa cena com “uma resolução contaste em apenas uma qualidade e não em todas as qualidades que o DRE. No novo padrão o DRE aprenderá e assim encontrará a melhor forma de exibição.

Por outro lado, Cosme falou do LCEVC, um codec de vídeo que funciona gerando Downscaler que poderá gerar camadas de enriquecimento de vídeo (H.266 – VVC). Ainda, disse ele, será possível, “enviar camadas de enriquecimento temporal que aumente o Frame Rate da imagem”.

Ricardo Zollner falou de MPEG-H Audio e disse que “os metadados MPEG-H serão fundamentais na TV 3.0”, e com eles será possível, por exemplo, “personalizar a experiência, selecionando diferente idiomas, comentarias e narradores, ou até a atmosfera do estádio”. Ele disse que as “opções avançadas de acessibilidade para Dialog+ e Áudio Descrição ofereceram uma experiência aprimorada para o público com deficiência visual ou auditiva”.

O Dialog+, explicou o executivo do Instituto Fraunhofer IIS no Brasil, funciona “com proeminência da voz, o que permite entender melhor o áudio”, o que [e possível porque “o áudio deve ser pensado em objetos, e assim o usuário vai poder ajustar o nível da fala com relação a música, ao ambiente, ou até mesmo ele poderá reposicionar parcialmente na sala a audiodescrição do áudio na sala”.

Finalmente ele falou de som imersivo, e disse que agora o “áudio esta vindo de cima, (Som 3D), onde o MPEG-H traz aos espectadores uma nova forma de experimentar o som, muito mais realista e natural com as sensações vivenciadas no local, possa ser sentidas em casa, com reprodução binaural”. Ainda, foi referido o programa de Licenciamento Via Licensing “um programa de licenciamento transparente”.

A inserção de anúncios, disse Zollner, “usando um mecanismo de truncamento, o MPEG-H Audio garante que o áudio e o vídeo estejam alinhados nos limites do segmento”.

Pela sua parte, o professor Marcelo Moreno falou da camada de codificação na nova TV 3.0 e disse que será fundamental para que o projeto seja bem sucedido e permita ao telespectador usufruir das novas tecnologias aplicadas. “Nos faremos uma extensão do DTV Play pensando em Ginga-NCL, Ginga-HTML5 e a interface do Ginga-CC”.

Moreno disse ainda que a meta do projeto é que a “experiência comece em um aplicativo, com uma televisão imersiva, transcendo interfaces personalizáveis que permitam manipular os objetos indo além do aparelho com integração com os objetos da casa”.

Finalmente, o professor Cristiano Akamine da Universidade Presbiteriana Mackenzi afirmou que o reuso de frequência é importante porque é “um dos recursos mais complexos da camada física”, e fará possível a regionalização sem impedimentos tecnológicos. “O que precisamos hoje é definir um receptor. O Reuso de freqüência é importante para o planejamento de canalização e ainda vai permitir a inserção de publicidade direcionada pelo ar”.

Se quiser ver o webinar completo, clique aqui

 

Por Fernando Moura, em São Paulo