Debate sobre os novos hábitos de consumo da população fecha o primeiro dia de SET Sul 2019
Cada vez mais, os consumidores procuram produtos e conteúdos personalizados para atender somente ao seus gostos. Isso tem gerado um grande desafio para as empresas de mídia e entretenimento, pois como analisar os novos hábitos de consumo para entregar um conteúdo segmentado que atinja uma audiência de massa?
O moderador José Frederico Rehme, coordenador do comitê de associados e eventos da SET, juntamente com os palestrantes Luciano Costa Hoerbe, vice-presidente de Marketing da AGERT e Giovana Alcantara, diretora comercial da Kantar IBOPE Media, debateram sobre essa e outras questões.
Rehme abriu o painel afirmando que é necessário “se despir dos pré-conceitos de que TV, rádios e as mídias tradicionais são coisas antigas e que serão substituídas pelo mundo IP e começar a pensar em conteúdos relevantes nesses meios para os consumidores”.
Alcantara deu sequencia ao painel numerando o que considera as principais limitações atuais.
“Cada vez mais somos cobrados por resultados a curto prazo, fazer mais funções com menos gente. Eu chamo isso de Terceira Era de Consumo, onde existe três grandes limitações de capacidade”, afirmou.
A primeira limitação é a capacidade econômica. O PIB tem um crescimento mais devagar que outrora e isso se deve ao crescimento populacional menor. De acordo com o Banco Mundial, a diminuição do número de filhos por mulher (de 6 para 2 filhos, em média) gera mudança nas políticas públicas e consequentemente tem-se a diminuição o consumo. O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social divulgou que em 2022, a população com mais de 60 será maior que a de até 14 anos.
Em seguida, vem a limitação da capacidade de recursos naturais. Segundo dados da Global Florest, entre 2001 e 2017, foram desmatados cerca de 373 milhões de hectares de floresta. Atualmente, a população está mais preocupada com o meio ambiente e o consumo está mais consciente, além disso existe uma maior valorização das relações e o crescimento de culturas colaborativas.
E por fim, existe a limitação da capacidade cognitiva, a mais impactante no ambiente da comunicação. Com o bombardeio constante de informação, o indivíduo passa a reter somente aquela informação que ele considera relevante para si. Por isso, é cada vez mais importantes para os meios de comunicação produzir conteúdos realmente relevantes para as pessoas.
Hoerbe encerrou o primeiro dia de SET Sul afirmando que “a grande revolução não será tecnológica e sim a comportamental. Se não houver uma integração dos diferentes setores das empresas, não haverá soluções. Por isso é preciso ouvir as pessoas para entender o momento e achar soluções”, disse.